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Publicada em 02 de Setembro de 2024 às 17:57

Os números da Expointer e a resiliência do agro

ARTE/JC
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Em agosto, quando a Expointer teve início, os organizadores foram enfáticos em afirmar que o que se buscava não era recorde de vendas e de público, mas mostrar a resiliência do agro gaúcho, poucos meses após a maior tragédia climática pela qual o Rio Grande do Sul já passou.
Em agosto, quando a Expointer teve início, os organizadores foram enfáticos em afirmar que o que se buscava não era recorde de vendas e de público, mas mostrar a resiliência do agro gaúcho, poucos meses após a maior tragédia climática pela qual o Rio Grande do Sul já passou.
Acontece que essa capacidade de recuperação foi bastante além do que era esperado. A 47ª edição da maior feira de exposição de animais e máquinas agrícolas da América Latina e uma das maiores do País superou mesmo as expectativas e venceu a marca de comercialização registrada na edição anterior. O faturamento chegou a R$ 8,1 bilhões, 1,4% acima do total arrecadado em 2023.
Muito disso, talvez, esteja relacionado às perdas na enchente de maio, que afetou a produção agropecuária. Mortes de animais e perda de maquinários são alguns dos danos registrados no RS. Na feira, pecuaristas e agricultores tiveram a chance de negociar a compra de ativos perdidos.
O carro-chefe dos negócios, mais uma vez, foram as máquinas e implementos agrícolas. O faturamento chegou a R$ 7,39 bilhões - aumento de 0,57% em relação ao ano anterior.
A venda de animais em leilões também teve crescimento. Em relação a 2023, a elevação foi de 48%, totalizando R$ 18,9 milhões.
Nos estandes das montadoras automobilísticas, o crescimento foi de 25,5%, chegando a R$ 592 milhões. Uma excelente notícia para um setor que registrou expressiva queda nas vendas com as enchentes. Em maio, despencou mais de 60% e, nos meses subsequentes, vêm registrando alta.
Nesta Expointer, também é preciso destacar o desempenho da agricultura familiar. Em um cenário em que muitos produtores tiveram grandes prejuízos nas enchentes de maio, o pavilhão destinado à venda de produtos com origem em pequenas propriedades, que utilizam majoritariamente mão de obra familiar e destinam a produção ao mercado interno, mostrou que a resiliência é a palavra de ordem no Rio Grande do Sul.
A alta nas vendas foi de 25,4%, totalizando R$ 10,8 milhões. Mais do que cifras, o sucesso do setor mostra o reconhecimento do público aos valores de uma agricultura voltada à diversificação dos sistemas produtivos e do meio ambiente.
A boa notícia diante de tamanha repercussão na Expointer é que a feira da agricultura familiar será permanente em Porto Alegre a partir da segunda quinzena de setembro. O mercado dos produtores funcionará na Ceasa, onde poderão ser comprados queijos, embutidos, geleias, compotas, farináceos, entre outros produtos.
 

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