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Publicada em 22 de Julho de 2024 às 18:59

A agilidade diante do foco de Newcastle e o agro gaúcho

Editorial

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A ágil resposta das autoridades federais e estaduais à confirmação de um foco da Doença de Newcastle em uma granja comercial, em Anta Gorda, no Vale do Taquari, tem sido fundamental para barrar os impactos que uma propagação de vírus poderia causar à economia gaúcha e brasileira.
A ágil resposta das autoridades federais e estaduais à confirmação de um foco da Doença de Newcastle em uma granja comercial, em Anta Gorda, no Vale do Taquari, tem sido fundamental para barrar os impactos que uma propagação de vírus poderia causar à economia gaúcha e brasileira.
Desde as primeiras medidas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS (Seapi), com a interdição da granja, garantindo que não houvesse saída de aves, até a montagem de barreiras sanitárias, mostraram que o País está comprometido com a biossegurança do sistema produtivo, bem como a sanidade dos produtos que chegam ao mercado.
Outras medidas de mitigação estabelecidas pelo Plano de Contingência de Influenza Aviária e doença de Newcastle também estão sendo colocadas em prática. Entre elas, a eliminação e destruição de todas as aves e a limpeza e desinfecção do local, além da investigação em um raio de 10 km ao redor da área de ocorrência do foco.
Essa transparência é fundamental para garantir a confiança, sobretudo do mercado externo. O RS é o terceiro maior exportador de carne de frango do Brasil, atrás do Paraná e de Santa Catarina. Por mês, produz em torno de 160 mil toneladas - cerca de 15% da produção nacional -, das quais 59 mil têm como destino o exterior.
O País suspendeu de forma preventiva a exportação de produtos avícolas para mais de 40 países. Nos primeiros 6 meses do ano, o Estado vendeu para o exterior 354 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 630 milhões. Essas exportações representaram 13,82% dos US$ 4,55 bilhões gerados e 14,1% das 2,52 milhões de toneladas exportadas no período.
No primeiro semestre, os principais destinos do frango gaúcho foram os Emirados Árabes Unidos (48 mil toneladas/US$ 94 milhões), a Arábia Saudita (39 mil toneladas/US$ 77 milhões) e a China (32 mil toneladas/US$ 52 milhões).
Para alguns mercados, o governo adotou embargo total. Para outros, restringiu o embargo a produtos avícolas provenientes do RS. Para a China, principal destino das exportações brasileiras, estão bloqueadas vendas de produtos avícolas provenientes do Estado. O cálculo inicial é que o RS deve deixar de exportar em torno de 12 mil toneladas mensais, montante que deve ser absorvido pelo mercado interno e por países com restrições diferentes.
Ainda é cedo para apontar um cenário definitivo, mas a tendência é de acomodação dos mercados, a partir das negociações bilaterais entre o governo federal e os cerca de 150 países que compram produtos avícolas do Brasil.
 

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