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Publicada em 17 de Julho de 2024 às 19:11

O RS e a volta à liderança nacional na produção de trigo

Editorial

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O Rio Grande do Sul será responsável por suprir 45% do trigo colhido no Brasil na safra 2024/2025. E a colheita 55,2% maior que a do período anterior - cerca de 4 milhões de toneladas - se dará mesmo com redução de mais de 12,8% na área plantada - de 1.505.807 hectares cultivados em 2023 para 1.312.488 hectares agora.
O Rio Grande do Sul será responsável por suprir 45% do trigo colhido no Brasil na safra 2024/2025. E a colheita 55,2% maior que a do período anterior - cerca de 4 milhões de toneladas - se dará mesmo com redução de mais de 12,8% na área plantada - de 1.505.807 hectares cultivados em 2023 para 1.312.488 hectares agora.
Depois de uma safra 2023/2024 de grande frustração aos produtores, por conta dos efeitos do El Niño sobre as lavouras, a expectativa era de menor produção. A qualidade do grão no ciclo anterior ficou comprometida e prejudicou a disponibilidade de sementes.
A boa-nova é que, mesmo as chuvas de maio tendo afetado municípios com tradição na cultura, que estava em período de semeadura, os estragos tiveram menos intensidade. A principal consequência, que já vinha sendo sentida desde as chuvas de setembro e novembro de 2023, foi a degradação do solo cultivável.
Após a tragédia climática, ajudou muito nessa recuperação o frio do final de junho e início de julho. As baixas temperaturas são extremamente propícias durante a fase de desenvolvimento das plantas. Por isso, de modo geral, a cultura vai muito bem no Estado, com aumento na produtividade de 77%, segundo estimativa da Emater/RS-Ascar.
Os preços do trigo no Brasil permaneceram relativamente estáveis no início de julho, mas mais baixos do que eram comercializados há um ano. Fatores externos, no entanto, não podem ser negligenciados.
O primeiro é que, nos Estados Unidos, há indicativo de que a produção supere as expectativas iniciais, ultrapassando 54 milhões de toneladas do grão. O segundo são as condições climáticas complicadas na Europa e na região do Mar Negro, com sinalização de perdas de produção na Rússia, na Ucrânia e no continente, de um modo geral. Um terceiro ponto é a possível produção recorde da Argentina, que, depois de dois anos de fortes secas, teve condições climáticas perfeitas até o momento.
Notoriamente, contribuíram para o incremento na colheita do trigo os investimentos em agricultura de precisão, considerada fundamental para um futuro de maior produtividade com mais sustentabilidade para o grão.
No Brasil, a expectativa é colher 9 milhões de toneladas de trigo. Hoje, os principais estados que cultivam o grão são Paraná - primeiro em produção -, seguido por RS e Santa Catarina. Cenário que deve ser alterado com a atual colheita, com os gaúchos voltando à liderança.
 

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