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Publicada em 14 de Julho de 2024 às 19:28

O aporte da GM e o novo ciclo de investimentos no RS

Editorial

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É muito bem-vindo o anúncio da General Motors (GM) de investir uma cifra milionária no Rio Grande do Sul em um momento em que o Estado procura se reestruturar economicamente após a tragédia climática de maio.
É muito bem-vindo o anúncio da General Motors (GM) de investir uma cifra milionária no Rio Grande do Sul em um momento em que o Estado procura se reestruturar economicamente após a tragédia climática de maio.
A aplicação de R$ 1,2 bilhão na modernização e produção de um novo modelo na fábrica da GM em Gravataí é o primeiro desdobramento do ciclo de investimentos anunciado pela empresa para o Brasil no início de 2024. Outros R$ 5,8 bilhões serão aplicados em unidades do País até 2028.
Pesou na decisão da montadora de começar os investimentos no RS o fato de a unidade gaúcha ser a mais moderna e produtiva da GM no Brasil e uma das cinco mais modernas e produtivas da montadora no mundo.
A empresa também levou em conta a situação de reestruturação pela qual passa o Estado, após a enchente histórica que, inclusive, provocou um tombo recorde de 26,2% na produção industrial gaúcha em maio em relação a abril. Basta lembrar que muitas plantas industriais tiveram paralisação total ou parcial e, da mesma forma, enfrentaram dificuldades de logística.
No ápice da enchente, a produção de carros no complexo em Gravataí chegou a ser interrompida. A empresa não teve prejuízos estruturais, no entanto, concedeu days off para priorizar a segurança dos seus empregados.
O investimento da GM também ocorre após o fechamento de importantes montadoras de carros no Brasil, entre elas, a Mercedes-Benz, que desativou a unidade em São Paulo, em 2020 - única da marca - e a Ford, em 2021.
O encerramento das atividades nas três unidades da Ford - São Paulo, Bahia e Ceará -, após um século de atuação no País, talvez tenha sido o mais impactante até então. Na época, entre as justificativas estavam o ambiente econômico desfavorável e a flutuação da economia, decorrente da pandemia. A verdade é que a Covid-19 trouxe percalços à indústria automotiva, sobretudo em decorrência da escassez de chips eletrônicos.
O novo ciclo de modernização da GM foi consolidado após a renegociação dos incentivos estaduais, que tiveram melhoria na forma e na aplicação, com menos burocracia. Os recentes anúncios da nova planta de celulose da CMPC, em Barra do Ribeiro, e do complexo logístico da Lojas Lebes, em Guaíba, também se beneficiaram dessa desburocratização.
As medidas do governo do RS ainda devem gerar outros frutos, principalmente por proporcionarem condições de competitividade. Investimentos que devem ser celebrados não somente pelas perdas da tragédia climática, mas porque são um sinal de confiança no RS.

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