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Publicada em 08 de Julho de 2024 às 19:22

O desafio de recompor estradas no pós-enchente

Editorial

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O extremo climático de maio no Rio Grande do Sul coloca à prova mais uma vez a capacidade de restruturação do Estado. Além de vidas, casas, empresas e emprego, o caos foi instalado também no sistema logístico, com dezenas de estradas, viadutos e pontes que foram levadas pelas águas e muitas outras comprometidas. Sem contar o maior aeroporto internacional da região, o Salgado Filho, que ainda permanece sem previsão de abertura total para pousos e decolagens.
O extremo climático de maio no Rio Grande do Sul coloca à prova mais uma vez a capacidade de restruturação do Estado. Além de vidas, casas, empresas e emprego, o caos foi instalado também no sistema logístico, com dezenas de estradas, viadutos e pontes que foram levadas pelas águas e muitas outras comprometidas. Sem contar o maior aeroporto internacional da região, o Salgado Filho, que ainda permanece sem previsão de abertura total para pousos e decolagens.
No período mais crítico da enchente, o Estado chegou a 170 bloqueios na malha rodoviária, incluindo trechos federais, estaduais e municipais, alcançando 97 cidades. Considerando que o modal rodoviário responde por 64,8% de toda a carga movimentada no País - e no Rio Grande do Sul não é diferente -, as estradas são peça-chave para o desenvolvimento da economia do Rio Grande do Sul daqui para a frente. Sua recuperação será determinante para alavancar a tão esperada retomada nesse pós-enchente.
Fica evidente que a reconstrução do Estado vai exigir um esforço gigantesco de todos os responsáveis pela área de infraestrutura, leia-se governo federal, estadual, prefeituras, concessionários de rodovias, além de muita perícia técnica para projetar novos equipamentos que resistam a possíveis novos eventos climáticos. Dessa logística dependem muitas indústrias, a agricultura, a construção civil e diversas outras atividades que trazem desenvolvimento e recursos ao Estado.
Dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgados no final de junho estimavam investimento de R$ 27 bilhões para cobrir a reconstrução das estradas gaúchas. O desafio se torna ainda maior quando analisado estudo da mesma CNT, que em 2023 - portanto antes das inundações -, indicou que dos 17.200 quilômetros de rodovias federais e estaduais no RS, 26,4% já estavam em estado de conservação considerado péssimo ou ruim, 45,8% em estado regular, 22,8% em bom estado e somente 5% foram considerados satisfatórios.
Em um levantamento preliminar da Secretaria de Logística e Transportes do Rio Grande do Sul, o custo para a reconstrução de estradas e pontes é de R$ 3 bilhões. O cronograma estadual já detectou a necessidade de priorizar 30 obras para garantir, em parte, a retomada. Algumas intervenções já iniciaram, mas não há uma estimativa para a conclusão dos serviços de forma a liberar o fluxo para o desenvolvimento. A urgência é de todos!
 

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