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Publicada em 07 de Julho de 2024 às 18:38

Consenso é ponto positivo para o mercado do arroz

Editorial

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A safra de arroz no Rio Grande do Sul encerrou com 7,1 milhões de toneladas colhidas, praticamente o mesmo volume do ano passado, quando a produção chegou a 7,2 milhões de toneladas. Não fossem as inundações de maio, que prejudicaram o cultivo em cerca de 5% da área semeada, o volume teria sido um pouco maior. Além de uma safra considerada normal, apesar dos percalços climáticos, é ponto positivo para o Estado e para o mercado o acordo travado entre a cadeia produtiva e o governo federal em que se estabeleceu o consenso da necessidade de monitoramento dos preços e de estoques.
A safra de arroz no Rio Grande do Sul encerrou com 7,1 milhões de toneladas colhidas, praticamente o mesmo volume do ano passado, quando a produção chegou a 7,2 milhões de toneladas. Não fossem as inundações de maio, que prejudicaram o cultivo em cerca de 5% da área semeada, o volume teria sido um pouco maior. Além de uma safra considerada normal, apesar dos percalços climáticos, é ponto positivo para o Estado e para o mercado o acordo travado entre a cadeia produtiva e o governo federal em que se estabeleceu o consenso da necessidade de monitoramento dos preços e de estoques.
O acordo pôs fim à polêmica iniciada em maio que perdurou em junho sobre edital de leilão para a compra de arroz importado a fim de garantir o abastecimento do cereal no mercado brasileiro, com preço limite de R$ 4,00 o quilo ao consumidor. De um lado o governo justificando a necessidade de garantir produto e preço após o risco de desabastecimento imposto pelas enchentes. Do outro, produtores e indústrias da região, que responde por 70% do cereal produzido no País, rebatendo tal necessidade de compra. Mesmo em meio a críticas, em junho ocorreu leilão público para a compra de arroz importado, mas a operação foi anulada devido a questionamentos sobre a capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras. Depois ainda agendou novo leilão, que novamente foi cancelado.
Preços normalizados, abastecimento regulado e ausência de especulação agora vão determinar o posicionamento do governo sobre a necessidade futura de leilão. Por enquanto, o acordo está vigente e inclui, por parte do governo federal, a intenção de incentivar o aumento do plantio do cereal, segundo anunciou o ministro da Agricultura Carlos Fávaro. A determinação do presidente Lula, segundo ele, é para que se plante mais arroz e, se houver sobras, que seja gerador de renda por meio das exportações.
O estímulo à produção, no entanto, esbarra na medida que zerou a Tarifa Externa Comum (TEC) até o final deste ano para a compra de arroz de fora do Mercosul, sem o estabelecimento de cotas. Foram retiradas as alíquotas de 10,8% para importação de arroz beneficiado, polido ou brunido, e de 9% para o cereal em casca ou descascado não parboilizados. A medida também veio sob a justificativa de risco de redução de oferta, mas até o fim de sua vigência pode resultar é em desestímulo, especialmente pela ausência de cotas. Atualmente, a maior parte das importações é oriunda do Mercosul, onde a alíquota já é zero, mas países como a Tailândia já representaram 18,2% das compras até abril deste ano.
 

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