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Publicada em 03 de Julho de 2024 às 18:48

Ameaça de mais um La Niña exige atenção redobrada

Editorial

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Após um ciclo de El Niño que deixou um rastro de destruição no Rio Grande do Sul com chuvas bem acima da média, as previsões meteorológicas indicam agora o predomínio dos efeitos do La Niña entre os meses de julho e setembro, o que para o Sul do Brasil significa que a chuva pode dar lugar ao tempo seco e, no Nordeste, o inverso. O evento climático tão conhecido dos gaúchos vem ocorrendo com grande frequência desde 1995, sendo que o episódio mais recente perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.
Após um ciclo de El Niño que deixou um rastro de destruição no Rio Grande do Sul com chuvas bem acima da média, as previsões meteorológicas indicam agora o predomínio dos efeitos do La Niña entre os meses de julho e setembro, o que para o Sul do Brasil significa que a chuva pode dar lugar ao tempo seco e, no Nordeste, o inverso. O evento climático tão conhecido dos gaúchos vem ocorrendo com grande frequência desde 1995, sendo que o episódio mais recente perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.
Embora os prognósticos sejam ainda iniciais, com uma probabilidade de efetivação de 70%, o alerta já precisa de atenção especial no Estado que vem de sucessivas perdas na agricultura em função da estiagem que causou perdas - com impactos de intensidades diferentes - mas não menos significativos no campo em três anos consecutivos.
O episódio mais severo de anos recentes, em 2022, provocou queda de 5,1% o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul. Conforme o governo do Estado, os prejuízos com a última seca chegaram a R$ 13 bilhões e atingiram diretamente 5,8 milhões de gaúchos. O efeito sobre o campo foi generalizado, com maior concentração sobre os cultivos de milho e soja e pasto.
Em meio aos extremos climáticos, agricultores de todos os níveis e atividades mantêm o desafio de conduzir suas lavouras no compromisso de gerar renda para suas famílias, na formação das próximas safras, em honrar pendências financeiras e, por fim, manter a cadeia de abastecimento. Diante dessa nova perspectiva climática, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação chama a atenção para a necessidade de ampliar o monitoramento sobre as novas previsões.
A catástrofe climática de maio com altos volumes de precipitação já deixou perdas irreparáveis à agropecuária e a recuperação, tanto dos solos como das finanças dos produtores, será de longo prazo. Em todas as 444 cidades gaúchas afetadas pela tragédia natural algum nível de dano foi computado, desde o encharcamento do solo, lixiviação, perdas de equipamentos e outros maquinários.
Diante dos prejuízos já acumulados pela ausência e excesso de chuvas, é imprescindível um incentivo para que produtores e todas as instituições ligadas ao agronegócio estejam preparados para enfrentar mais essa ameaça sobre a economia do Rio Grande do Sul.
 

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