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Publicada em 26 de Junho de 2024 às 18:07

União do RS dará força para que medidas de apoio saiam do papel

Editorial

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O auge da tragédia climática no Rio Grande do Sul mais uma vez mostrou quão solidário é o povo brasileiro. Esforços e muita ajuda humanitária vieram de todos os lados, surpreendendo e motivando muitos outros a colocar a mão na massa pelos atingidos pelas enchentes. Num primeiro momento, o auxílio humanitário e de caráter emergencial aos milhares de desabrigados era o mais importante.
O auge da tragédia climática no Rio Grande do Sul mais uma vez mostrou quão solidário é o povo brasileiro. Esforços e muita ajuda humanitária vieram de todos os lados, surpreendendo e motivando muitos outros a colocar a mão na massa pelos atingidos pelas enchentes. Num primeiro momento, o auxílio humanitário e de caráter emergencial aos milhares de desabrigados era o mais importante.
Passados os esforços iniciais e a comoção pela situação de vulnerabilidade imposta pelas inundações, o momento exige foco na reconstrução do Estado, no atendimento real às demandas de famílias que perderam suas casas e suas referências, às empresas que perderam tudo ou que ficaram por mais de 30 dias sem condições de operar e, com isso, colocando em risco também a manutenção de muitos empregos.
O Rio Grande do Sul precisa agora é que todas as fontes de ajuda e de recursos anunciadas até aqui sejam materializadas, ou seja, que cheguem rapidamente na ponta e para quem realmente precise. O governo federal, por meio da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, contabilizou o investimento de R$ 85,7 bilhões para custear diversas medidas de socorro e apoio à população, aos empresários e às administrações estadual e municipais desde o início da calamidade pública no Estado. Mas trâmites burocráticos, falhas no cadastro de beneficiários nos municípios, volume de recursos insuficientes para a reconstrução e retomadas de empresas, além de linhas de crédito que superam a capacidade de pagamento de muitos empreendimentos são apenas alguns dos entraves que prejudicam o processo de reconstrução do Estado.
A antecipação de recursos ao Estado surge como alento, tais como a suspensão da dívida com a União pelo prazo de 36 meses e, mais recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu a antecipação de R$ 680 milhões referentes a ICMS e precatórios, recursos que já são do Estado. No entanto, são medidas paliativas que apenas aliviam o caixa do Estado neste momento de dificuldades e portanto, só empurram a crise financeira para o futuro.
O socorro ao Rio Grande do Sul exige muito mais do que dinheiro. Está sendo colocada à prova a capacidade de transcender disputas político-partidárias em prol de um só objetivo. É hora de união e de articulação permanente da bancada gaúcha na Câmara e no Senado, da força do empresariado e do engajamento de entidades públicas e privadas para voltar a dar dignidade a milhares de gaúchos. As etapas para o recomeço serão muitas, mas é preciso começar de fato.
 

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