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Publicada em 25 de Junho de 2024 às 19:01

Plano Safra e a expectativa dos produtores gaúchos

Editorial

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Estava programado para esta quarta-feira o lançamento em Brasília do Plano Safra 2024/2025 para a agricultura familiar e empresarial. O governo, no entanto, postergou o anúncio para o dia 3 de julho, o que aumenta a expectativa do setor do agronegócio sobre os recursos que virão. Até agora os números sugerem um valor total próximo a R$ 500 bilhões para financiar atividades de custeio, investimento e comercialização a produtores de todos os portes e de todos os cantos do Brasil.
Estava programado para esta quarta-feira o lançamento em Brasília do Plano Safra 2024/2025 para a agricultura familiar e empresarial. O governo, no entanto, postergou o anúncio para o dia 3 de julho, o que aumenta a expectativa do setor do agronegócio sobre os recursos que virão. Até agora os números sugerem um valor total próximo a R$ 500 bilhões para financiar atividades de custeio, investimento e comercialização a produtores de todos os portes e de todos os cantos do Brasil.
O montante, se confirmado, vai superar os R$ 435,8 bilhões disponibilizados em 2023/2024 para o setor. No entanto, a grande incógnita gira em torno das taxas de juros a serem aplicadas nas diversas modalidades de crédito o programa. E cogita-se que a subvenção para as taxas de juros pode ficar abaixo dos R$ 21,5 bilhões estimados pelo setor produtivo.
A expectativa dos produtores do Rio Grande do Sul é que o plano agrícola e pecuário desse ciclo que se inicia traga um tratamento diferenciado ao setor primário do Estado, que sofreu com lavouras alagadas, perdas de maquinários e animais, prejuízos em solos e outras estruturas essenciais em diversas propriedades. Em maio, quando o Rio Grande do Sul estava praticamente embaixo d'água, o Ministério da Agricultura já sinalizava aos gaúchos que poderiam ser contemplados com medidas especiais para mitigar os efeitos das inundações.
A agricultura familiar demanda crédito de pelo menos R$ 80 bilhões, além de uma distribuição dos recursos que contemple as necessidades do Estado nesta etapa de pós-enchente, o que inclui pleito de uma nova linha de crédito e R$ 100 mil para a aquisição de maquinário, além de verba suficiente para custeio, seguro agrícola e assistência técnica, muito requisitada neste momento de restabelecimento de lavouras e demais projetos no campo. Os agricultores gaúchos tiveram um primeiro alento na semana passada, quando a Câmara Federal aprovou anistia do pagamento das parcelas vencidas e vincendas em 2024 de financiamentos de custeio agropecuário. Também prorrogou por dois anos os pagamentos de empréstimos de comercialização e de investimento agendadas para este ano, válido aos que têm atividades em municípios com decreto de calamidade pública ou situação de emergência. A anistia ainda precisa passar pela aprovação do Senado.
Nesse momento de retomada é preciso um olhar atento ao Rio Grande do Sul, que responde por cerca de 13% da produção nacional de grãos, sendo o maior produtor de arroz do País, o segundo maior em soja, além de grande relevância em trigo e em proteína animal.
 

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