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Publicada em 19 de Junho de 2024 às 18:52

A boa safra de soja e a economia do Rio Grande do Sul

Editorial

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Mais importante commodity no mercado de grãos, a soja foi bastante castigada pelas chuvas extremas ocorridas entre o fim de abril e o mês de maio no Rio Grande do Sul. Apesar da situação nas lavouras, com quebra em diversas culturas - destaque para o milho -, a notícia boa é que a safra de soja será praticamente cheia.
Mais importante commodity no mercado de grãos, a soja foi bastante castigada pelas chuvas extremas ocorridas entre o fim de abril e o mês de maio no Rio Grande do Sul. Apesar da situação nas lavouras, com quebra em diversas culturas - destaque para o milho -, a notícia boa é que a safra de soja será praticamente cheia.
Da projeção de colheita recorde, próxima das 23 milhões de toneladas, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) recalculou para 20,1 milhões no Estado, levando em conta, por óbvio, o impacto da catástrofe climática. Neste ano, o Brasil teve um aumento de 3,8% na área plantada, mas secas no Sudeste e Centro-Oeste e enxurradas no Sul impediram que a safra atingisse um novo recorde.
Com a colheita finalizada no País, a oleaginosa tem uma produção total estimada em 147,3 milhões de toneladas, redução de 4,7% ou 7,26 milhões de toneladas sobre a safra anterior, quando foi batido o recorde histórico. Um montante extremamente positivo diante de todas as questões climáticas recentes.
Outra notícia boa é que a produção brasileira atende às necessidades de abastecimento interno, devendo haver impactos maiores no mercado internacional. Com menor produção, os estoques serão reduzidos, e devem cair as exportações.
A estimativa é vender ao mercado externo 94,8 milhões de toneladas, contra 101,2 milhões em 2023. Em relação aos estoques, a projeção é de 3,2 milhões de toneladas, contra 4,6 milhões no período anterior. Alguns produtores ainda adotam a cautela na comercialização. Por isso, muitos têm armazenado grãos à espera de melhores preços.
Igualmente positivo é que os preços na Bolsa de Chicago vêm recuando nas últimas semanas, após um começo de maio agitado, por conta de especulações sobre o volume do grão pelo mundo. No Brasil, entretanto, vem ocorrendo o oposto, devido à alta do dólar, o que tem ajudado os preços ao produtor.
Assim, com a redução na produção brasileira e gaúcha, por conta de questões climáticas, a expectativa é a cultura sustentar movimento de alta nos preços internos, o que tende a pagar um preço melhor pela saca ao produtor.
Com esse cenário, a projeção é de preços atrativos até o fim de 2024. Ao mesmo tempo, não se pode negligenciar a produção norte-americana. Se os Estados Unidos tiverem uma safra cheia, o cenário tende a ser menos positivo.
No Rio Grande do Sul, os negócios são basicamente com a China, que importa mundialmente 105 milhões de toneladas. E 40% da safra gaúcha já foi comercializada.
 

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