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Publicada em 05 de Junho de 2024 às 19:30

A enchente no RS e a possível retração na economia do Brasil

Editorial

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Desemprego e inflação em queda e Produto Interno Bruto (PIB) em alta. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a economia brasileira voltou a crescer no primeiro trimestre de 2024 - avanço de 0,8% em relação ao trimestre anterior. Já para o segundo tri, o cenário não deve ser tão promissor, sobretudo devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul.
Desemprego e inflação em queda e Produto Interno Bruto (PIB) em alta. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a economia brasileira voltou a crescer no primeiro trimestre de 2024 - avanço de 0,8% em relação ao trimestre anterior. Já para o segundo tri, o cenário não deve ser tão promissor, sobretudo devido à tragédia climática no Rio Grande do Sul.
O PIB brasileiro tem forte influência do agro gaúcho. A título de exemplo, 70% de todo o arroz consumido no País vem daqui. Só que a inundação no RS causou bilhões em prejuízos. E, entre os setores mais impactados está a agropecuária. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) estima perdas de mais de R$ 3,1 bilhões na agricultura e de R$ 272 milhões na pecuária.
O Estado vinha crescendo acima da média do Brasil, com uma projeção de 4% para este ano. No entanto, após as chuvas, a estimativa caiu para -0,77%.
Com esse cenário, especialistas da área econômica acreditam que a economia de todo o País deixe de crescer e não descartam retração no período em nível nacional. Isso porque os efeitos das enchentes podem ter impacto negativo de 0,2 a 0,3 ponto porcentual sobre o PIB no período que compreende abril, maio e junho. O esperado para o segundo tri era um crescimento de 0,5%.
Os meses de janeiro, fevereiro e março no País foram marcados pela resiliência do consumo e também dos serviços - que impactaram a renda -, pela continuação da melhora no mercado de trabalho e pela antecipação do pagamento do 13º salário para beneficiários do INSS.
Além disso, o pagamento de precatórios pelo governo federal - uma injeção na economia de R$ 131 bilhões, cerca de 1,1% do PIB, entre dezembro de 2023 a fevereiro de 2024 - contribuiu para ter mais dinheiro circulando. Somam-se a isso o reajuste de benefícios vinculados ao salário-mínimo e a queda dos juros.
O PIB dos serviços avançou 1,4% e o da indústria ficou praticamente estável (-0,1%). Já o da agropecuária foi o grande destaque.
O avanço de 11,3% representa uma recuperação das perdas vistas nas lavouras no último trimestre de 2023. Porém, com o clima como vilão, a tendência é que, no panorama nacional, a situação respingue, majoritariamente, em atividades ligadas à agropecuária e à indústria de transformação. Ambos os setores são os mais representativos no PIB do Estado - que tem peso aproximado de 6,5% no PIB brasileiro.
 

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