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Publicada em 04 de Junho de 2024 às 19:26

As enchentes e os prejuízos ao comércio no RS

Editorial

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O comércio é uma das molas propulsoras da economia gaúcha, tendo nos micro e pequenos estabelecimentos a sua sustentação maior. São negócios desses portes os maiores geradores de emprego e renda do setor. Com as enchentes, os prejuízos devem ficar na casa dos bilhões de reais.
O comércio é uma das molas propulsoras da economia gaúcha, tendo nos micro e pequenos estabelecimentos a sua sustentação maior. São negócios desses portes os maiores geradores de emprego e renda do setor. Com as enchentes, os prejuízos devem ficar na casa dos bilhões de reais.
Levantamento preliminar realizado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) mostra que o comércio gaúcho pode ter perdas em torno de R$ 2,4 bilhões em vendas, apenas no mês de maio. Justamente o mês em que se celebra o Dia das Mães, data mais importante para o comércio depois do Natal. Em condições normais, de acordo com dados do IBGE, o comércio gaúcho vende em maio em torno dos R$ 12 bilhões, ou seja, uma quebra de 20%.
Preocupa, ainda, a projeção de crescimento dos danos para os próximos meses, uma vez que o comércio está em processo de contabilização dos prejuízos. Em relação ao patrimônio perdido por comerciantes, dados preliminares indicam um valor na casa dos R$ 3,5 bilhões, considerando estoques de mercadorias, equipamentos e instalações.
Exemplo emblemático é a situação do Mercado Público de Porto Alegre. Fechado desde os primeiros dias de maio - a água chegou a 1,7 metro -, o prejuízo é estimado em R$ 30 milhões, sendo R$ 3 milhões com estoque e R$ 15 milhões em receita. Outros R$ 10 milhões a R$ 12 milhões serão necessários para recuperar a estrutura.
No bairro Humaitá, na Zona Norte da Capital, os comerciantes estão desolados. A região foi uma das mais castigadas pela tragédia e a demora para a água baixar - atingiu 2 metros - levou moradores a bloquearem a Freeway.
A paralisação dos jogos na Arena do Grêmio, sem previsão de voltar a operar, é outra preocupação, uma vez que muitos donos de bares e estacionamentos dependem da movimentação dos torcedores.
Nos últimos 30 anos, dos prejuízos com desastres climáticos no Brasil, cerca de 20% se concentraram no RS. Isso representaria cerca de R$ 100 bilhões no período. Estimativa da Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul) indica que somente no atual evento serão necessários de R$ 110 a R$ 176 bilhões.
A verdade é que a catástrofe climática no RS vai frear drasticamente o avanço da economia. Da mesma forma, causa particular apreensão que as consequências do maio devastador ainda estão longe de terminar para o povo gaúcho. Diante do cenário, deve ser reconhecido que a solução mais econômica é sempre a prevenção.
 

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