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Publicada em 03 de Junho de 2024 às 19:35

Os desafios da malha aérea gaúcha na tragédia climática

Editorial

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A inundação histórica em Porto Alegre evidenciou que os acessos tanto terrestres quanto aéreo à cidade precisam ser revistos. Nesta segunda-feira, o Aeroporto Salgado Filho, na Capital, completou um mês fechado e a previsão é de que reabra apenas em dezembro.
A inundação histórica em Porto Alegre evidenciou que os acessos tanto terrestres quanto aéreo à cidade precisam ser revistos. Nesta segunda-feira, o Aeroporto Salgado Filho, na Capital, completou um mês fechado e a previsão é de que reabra apenas em dezembro.
Antes da paralisação completa, chegou a ter uma média de 150 voos diários. A alternativa encontrada para amenizar a situação foi colocar em operação, de modo comercial, a Base Aérea de Canoas. Hoje, operam lá 10 voos diários por três companhias, todos para São Paulo (Guarulhos, Congonhas e Viracopos). Estuda-se aumentar o número, porém a base tem limitações técnicas.
Após vistorias realizadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a expectativa é de que a Fraport Brasil - concessionária que administra o Salgado Filho - apresente nos próximos dias um cronograma de ações, após todos os levantamentos de estragos. A conta dos danos deve chegar a milhões de reais, caso a pista tenha sofrido grandes danos.
Terminais do Interior do Estado se tornaram opção para cerca de 110 voos comerciais por semana. No entanto, as operações em Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana não são suficientes. Por isso é necessário ampliar a malha aérea emergencial.
Caxias já tem um dos principais aeroportos regionais. Em 2022, foram 221,4 mil passageiros, alta de 131,2% em relação ao ano anterior. O município trabalha na ampliação do aeroporto e aguarda análise do projeto pelas autoridades aeroviárias.
Principal destino turístico do RS e segundo do Brasil, Gramado, por exemplo, não possui aeroporto próprio, mas já deveria ter o seu. A atual situação logística é vista como uma espécie de trava para o desembarque de visitantes às vésperas do inverno, cujos meses de junho, julho e agosto concentram o maior movimento.
Gramado e Canela recebem, juntas, 9 milhões de visitantes por ano - 100 vezes mais do que os 90 mil habitantes somados dos dois municípios -, que movimentam pelo menos R$ 1,5 bilhão ao ano. Em Gramado, o turismo abarca 86% da economia, e em Canela, 73%. Apenas a região turística das Hortênsias responde por 1,3% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) de Serviços de toda a economia gaúcha, assim como por 1,1% do PIB.
É mais do que urgente - isso vale para outros estados - que a grande maioria dos voos comerciais não fique restrita a aeroportos na Capital ou no entorno, sob o risco de que tragédias climáticas como a que ocorreu no RS, ou outra situação excepcional, isolem os habitantes de uma região.
 

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