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Publicada em 03 de Junho de 2024 às 01:25

Junho, fim do El Niño e a reconstrução habitacional no RS

Editorial

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Junho se inicia e com ele chega a esperança de dias melhores para a população gaúcha. O maior desastre climático do Rio Grande do Sul, que teve a primeira grande chuva em 27 de abril, agravando a situação dois dias depois - completou um mês. Como saldo, o Estado registra mais de 160 mortes, 800 feridos e 40 desaparecidos.
Junho se inicia e com ele chega a esperança de dias melhores para a população gaúcha. O maior desastre climático do Rio Grande do Sul, que teve a primeira grande chuva em 27 de abril, agravando a situação dois dias depois - completou um mês. Como saldo, o Estado registra mais de 160 mortes, 800 feridos e 40 desaparecidos.
Entre as boas notícias estão o fim do El Niño e um junho menos chuvoso. Há 11 meses, o Brasil sentia as mudanças nos padrões climáticos trazidas pelo fenômeno, um dos principais responsáveis pelo excesso de chuva no período no Estado. Com o encerramento do El Niño, em maio, fica para trás parte das anomalias climáticas que causaram a maior tragédia da história do RS.
Institutos de meteorologia indicam que junho, historicamente um dos meses mais chuvosos, não será de tanta chuva. Inclusive terá precipitação abaixo da média na primeira quinzena. O panorama é animador para as mais de 620 mil pessoas que ainda não conseguiram voltar para as suas residências, sendo que deste total, 45 mil estão morando em um dos 645 abrigos emergenciais disponíveis em 91 municípios do Estado.
Obviamente, os esforços para a reconstrução - principalmente infraestruturas como rodovias e viadutos -, adaptação e resiliência climática têm de ser iminentes. Paralelamente, não se pode esquecer daqueles que tiveram perda total em suas residências, sob pena de o RS ter um contingente de novos moradores de rua ou de residentes fixos em abrigos abertos para serem temporários.
O Vale do Taquari do Taquari, sobretudo, ainda não havia se recuperado da enchente de setembro de 2023. Por lá, há pessoas morando em abrigos desde aquela época.
A construção de residências em locais seguros tem de estar entre as prioridades. Por parte do governo estadual, o programa A Casa é Sua - Calamidades já autorizou a construção de 300 habitações. Outras 2,5 mil devem ser licitadas. Já o governo federal informou que pretende comprar 2 mil moradias para quem perdeu tudo. Ações que, nos próximos meses, precisam ser midiatizadas e cobradas por parte da sociedade.
Na tragédia surgem, também, os maiores atos de solidariedade e iniciativas resilientes e inovadoras de apoio à reconstrução.
O Sinduscon-RS construirá casas permanentes a partir de modelos modulares. A expectativa é de que possam ser entregues em até três meses. Outras 200 foram doadas pelo Grupo Innova, 38 serão erguidas com recursos do MP-RS, e 15 pela KMB Construtora.
São iniciativas como essas que junto às ações do poder público, ajudarão a reerguer o Rio Grande.

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