O Brasil, quinto maior país do mundo em extensão territorial, possui um enorme potencial a ser explorado, mas carrega grandes contrastes na área logística. Um deles, que tem barrado maior desenvolvimento econômico, é o uso majoritário de rodovias para transportar o que é produzido. Hoje, 65% das cargas passam por estradas.
O Brasil, quinto maior país do mundo em extensão territorial, possui um enorme potencial a ser explorado, mas carrega grandes contrastes na área logística. Um deles, que tem barrado maior desenvolvimento econômico, é o uso majoritário de rodovias para transportar o que é produzido. Hoje, 65% das cargas passam por estradas.
O dado consta no relatório executivo do Plano Nacional de Logística 2025 e evidencia a alta dependência da economia brasileira do transporte rodoviário. Isso, apesar de o Brasil possuir milhares de quilômetros de lagos, rios e mar - somente litoral são 7.367 km -, além de uma malha ferroviária que, apesar de estar à míngua, poderia ser revitalizada.
É justamente a falta de investimentos necessários em infraestrutura de ferrovias que fez os estados do Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná - se unirem para pedir uma maior atenção federal à malha. Um forte argumento para que as demandas regionais sejam consideradas é a questão do escoamento da produção de grãos.
Na safra 2023/2024, a previsão é de que o RS produza 40,8 milhões de toneladas de grãos, alta de 45,7% em relação ao ciclo passado. Em Santa Catarina, a estimativa é de 7 milhões de toneladas e, no Paraná, de 41 milhões.
Segundo a Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, os prejuízos anuais do escoamento da produção pelas estradas, somente no RS, chegam a R$ 125 bilhões - 20% do Produto Interno Bruto (PIB). A título de exemplo, no primeiro trimestre de 2023, os custos logísticos consumiram 13,7% do PIB nacional.
O modal hidroviário também apresenta uma imensa capacidade no País e seria, igualmente, uma via para reduzir a dependência das rodovias. Nesse sentido, as dragagens a serem feitas em hidrovias no Estado são vistas pelos agentes do setor logístico como ações fundamentais para melhorar as condições de movimentação de cargas.
Isso se dá, especialmente, em relação à Lagoa Mirim, que, quando dragada, permitirá a troca de mercadorias entre o Brasil (em particular o RS) e o Uruguai, através do transporte aquaviário. Porém, por duas vezes neste ano o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes postergou a abertura das propostas para que o serviço seja realizado. A nova data é no próximo mês.
O tráfego aquático, assim como o modal ferroviário, é eixo fundamental para desobstruir a saturada malha rodoviária, abrindo uma importante alternativa para o fluxo de exportações e importações e, dessa forma, incentivar o desenvolvimento econômico da região Sul.