Porto Alegre enfrenta uma superlotação histórica de emergências de saúde, que chegou a alarmantes 203% no começo desta semana, com seis emergências de hospitais superlotadas, filas de espera gigantescas e profissionais trabalhando sob pressão. A situação não é uma novidade para quem costuma recorrer a instituições da Capital, sobretudo no inverno.
Porto Alegre enfrenta uma superlotação histórica de emergências de saúde, que chegou a alarmantes 203% no começo desta semana, com seis emergências de hospitais superlotadas, filas de espera gigantescas e profissionais trabalhando sob pressão. A situação não é uma novidade para quem costuma recorrer a instituições da Capital, sobretudo no inverno.
Porém, ainda longe do inverno - estação que costuma levar a internações, principalmente por doenças respiratórias -, o que está levando a insustentável situação são problemas enfrentados por instituições da Região Metropolitana, incluindo a troca de gestão hospitalar em cidades vizinhas, restrições a casos graves, falta de leitos, medicamentos e insumos. O problema é crônico e afeta, em especial, pessoas que dependem do sistema público.
A verdade é que quando se precisa de um atendimento em saúde, a maioria da população está disposta a procurar ajuda onde for necessário. Hoje, mais de 50% das internações hospitalares na Capital são de pacientes vindos, justamente, do Interior, principalmente de Canoas, Viamão, Cachoeirinha, Alvorada e Gravataí.
No Hospital de Alvorada - está em troca de gestão -, a falta de escala completa de médicos especialistas, incluindo obstetras, coloca gestantes em perigo.
Em Canoas, no Hospital de Pronto Socorro (HPS), há carências de especialistas em trauma; no Hospital Nossa Senhora das Graças e no Universitário faltam condições para os profissionais atuarem.
Já Gravataí está sem UTI Pediátrica e Neonatal no Hospital Dom João Becker. Com a precarização, casos de alta complexidade acabam inflando o sistema da Capital. A consequência é a superlotação de hospitais e pronto atendimentos (PAs).
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul argumenta que a crise passa pela falta de resolutividade nas unidades básicas de saúde e PAs - o paciente chega, é atendido, mas não tem seu problema sanado -, bem como na dificuldade de regulação de leitos.
Diante das várias instituições de com problemas, o Conselho Regional de Medicina do RS não descarta interdições éticas nos estabelecimentos com o objetivo de preservar a segurança de pacientes.
Neste momento de crise histórica na saúde, é salutar uma resposta coordenada entre os municípios e o governo do Estado na busca por administrar de forma eficaz leitos e atendimentos, sem descartar medidas mais drásticas, como intervenções. A poucos meses do inverno, é preciso uma solução urgente. A saúde dos gaúchos depende dessa agilidade.