A relação bilateral Brasil-China Brasil completa 50 anos em 2024. Nas últimas duas décadas, a nação asiática ganhou grande destaque no comércio exterior brasileiro, sendo o principal parceiro do país desde 2009. A confirmação, agora em março, da habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras é de grande relevância para expandir ainda mais a exportação de proteína animal, além de elementar para a balança comercial brasileira.
No geral, as exportações à China aumentaram 30,7% em 2023 ante 26,8% em 2022, devido a um crescimento de 16,6% nos embarques, que somaram US$ 104,31 bilhões. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior também mostram que o desempenho ficou bem acima da alta de 1,7% do total das vendas externas brasileiras.
No recorte de proteína animal, hoje, a China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, gerando mais de US$ 8,2 bilhões.
Com a habilitação de 38 novos frigoríficos brasileiros - três deles gaúchos -, a previsão de especialistas na área de que poderia haver um desaquecimento na relação comercial entre as nações, não deve se concretizar. Em fevereiro, a nação asiática já havia extinguido a tarifa antidumping - variava de 17,8% a 34,2% - sobre o frango brasileiro aplicada desde 2019.
Entre as habilitações concedidas pelo país asiático, há oito abatedouros de frango, 24 abatedouros de bovinos, um estabelecimento bovino de termoprocessamento - que deixa a carne pronta para o consumo - e cinco entrepostos. No Rio Grande do Sul, estão na lista o Frigorífico Pampeano, do grupo Marfrig, em Hulha Negra, e o entreposto comercial da Martini Meat, pertencente à Emergent Cold LatAm, em Rio Grande, e o Frigorífico de Aves da Cooperativa Languiru, em Westfália.
Essa nova habilitação pela China é a maior já registrada na história nos 50 anos de relação diplomática. Agora, 144 frigoríficos brasileiros podem exportar carnes. Até o início de março, eram 106 - 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e 1 de asininos (asnos, jumentos ou jegues).
A liberação de novas plantas pela China é um momento importante para os dois lados. À China que vai receber carnes de qualidade com preços competitivos, garantindo produtos a sua população, e ao Brasil, que terá um incremento na geração de emprego e crescimento da economia. Além disso, a decisão chinesa - país extremamente exigente em suas importações de alimentos - é uma constatação da qualidade, credibilidade e confiança no produto pecuário brasileiro.