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Editorial

Editorial

- Publicada em 31 de Agosto de 2023 às 00:25

A relevância social e econômica da agricultura familiar

A Expointer ainda não chegou ao fim, mas uma coisa é certa: o sucesso dos pavilhões de agricultura familiar. No primeiro fim de semana da feira, as vendas de produtos bateram recorde, com R$ 1,93 milhão comercializados. Os valores superam em 19,5% os do ano passado, antiga marca mais alta, quando foi alcançado o valor de R$ 1,6 milhão nos dois primeiros dias do evento.

A Expointer ainda não chegou ao fim, mas uma coisa é certa: o sucesso dos pavilhões de agricultura familiar. No primeiro fim de semana da feira, as vendas de produtos bateram recorde, com
R$ 1,93 milhão comercializados. Os valores superam em 19,5% os do ano passado, antiga marca mais alta, quando foi alcançado o valor de R$ 1,6 milhão nos dois primeiros dias do evento.

A Lei da Agricultura Familiar (nº 11.326/2006) define como agricultor familiar e empreendedor familiar rural aqueles que desenvolvem atividades em pequenas propriedades. Geralmente, é realizada por grupos de famílias e alguns poucos empregados. O que é produzido nas terras serve de alimento para eles e o excedente é comercializado, como mandioca, feijão, arroz, milho, leite, batata.
Dados do último Censo Agropecuário (IBGE), de 2017, mostram o quanto o setor é importante para a economia brasileira. Em setembro daquele ano, a agricultura familiar ocupava 10,1 milhões de pessoas, 67% do total de trabalhadores nos estabelecimentos agropecuários, sendo responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa.
O Brasil tem um total de 5.073.324 estabelecimentos agropecuários, que ocupam uma área de 351,289 milhões de hectares, ou seja, cerca de 41% do território nacional. Do total, 77% (3.897.408) foram classificados como de agricultura familiar, sendo responsáveis por 23% do valor da produção e ocupando uma área de 80,89 milhões de hectares.
O censo também traduz em números a importância da agricultura familiar para o Rio Grande do Sul. No ranking por estados, o RS figura em quarto lugar - atrás de Bahia, Minas Gerais e Ceará - com 365.094 estabelecimentos agropecuários, sendo 294 mil (80,5%) classificados como de agricultura familiar - 25,3% das áreas. O uso das terras ficou em 41% para lavoura e 32% para pastagens.
Há de levar em conta também a questão alimentar. Dados do IBGE indicam que 70% dos alimentos consumidos no Brasil são fruto da agricultura familiar. Isso porque, mesmo que o Brasil tenha um agro forte, a grande maioria do que é produzido nas grandes propriedades se destina à exportação.
A relevância econômica e social da agricultura familiar no Brasil é indiscutível. O valor comercializado pelas 372 bancas destinadas ao setor na Expointer - maior número de expositores em 46 anos -, não significa renda apenas para os agricultores. É um dinheiro que se reflete no comércio local, no mercado da cidade, nas lojas de material de construção, nas lojas de insumos das pequenas cidades.