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Dia Nacional da Imunização pede ação e consciência
Por décadas, o Brasil manteve as coberturas vacinais acima de 95%, mas tem recuado em alguns índices
O Brasil celebra em 9 de junho o Dia Nacional da Imunização. A data foi instituída com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da vacinação para a prevenção de doenças e a promoção da saúde.
Por décadas, o Brasil manteve as coberturas vacinais acima de 95% - patamar considerado de proteção pela Organização Mundial da Saúde (OMS) -, mas, nos últimos anos, tem perdido posições no ranking mundial. O índice de vacinação infantil para algumas doenças, como a poliomielite, por exemplo, têm preocupado.
As sucessivas quedas nos índices de alcance da vacinação contra a poliomielite podem levar o Brasil a voltar a ter registros da doença. Desde 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano, o percentual em solo nacional está abaixo do mínimo recomendado de 95%.
A partir de 2016, a cobertura caiu para menos de 90%, chegando a 84,19% em 2019. Em 2020, a pandemia de Covid-19 agravou a situação, fazendo com que 1,6 milhão de crianças não tenham tomado a primeira dose da vacina contra a pólio ou a DTP - contra difteria, tétano e coqueluche, segundo dados do Ministério da Saúde. No primeiro ano de pandemia, apenas 76,15% dos bebês tomaram a dose contra a pólio. Em 2021, o percentual ficou em 69,9%. Em 2022, os dados ainda não foram consolidados, mas até 28 de setembro, o percentual estava em 72,5% - ou seja, três em cada dez crianças.
Sem as doses dos imunizantes, milhares de crianças no Brasil estão desprotegidas de doenças sérias e evitáveis. Por isso, é preciso uma ação urgente para alcançar aquelas que perderam as vacinas. Mesmo que responsabilidade do governo federal, os municípios, responsáveis pelas aplicações, precisam trabalhar junto à população novas abordagens, porque as que estão sendo executadas, claramente, não estão atingindo o público necessário.
Porto Alegre, por exemplo, tem promovido campanhas itinerantes em escolas municipais. A ideia é colocar em dia vacinas da Covid-19 e da gripe entre estudantes. Na primeira escola atendida - no dia 1º de junho -, a Emef Décio Martins Costa, no bairro Sarandi, além dos imunizantes alvo da ação, foram aplicadas 90 contra febre amarela, HPV, difteria e tétano. No total, foram 612 doses aplicadas em apenas uma instituição. Mesmo que não atinja o público da pólio, esse tipo de ação mostra a importância da escola como uma referência social para comunidade.