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Editorial

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- Publicada em 08 de Maio de 2023 às 00:35

Taxa Selic só deve romper patamar dos 10% em 2026

A manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano já era uma decisão esperada no mercado financeiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não alterou a taxa pela sexta vez consecutiva - a terceira em 2023 -, mesmo sofrendo pressão de boa parte da base aliada do governo para diminuir os juros "de qualquer jeito". A inflação, a situação fiscal do País e o fato de o Banco Central norte-americano (FED) ter novamente aumentado em 0,25 pontos percentuais sua taxa de juros básica - o que tende a elevar a cotação do dólar no Brasil -, servem como justificativas à manutenção, mas o principal motivo talvez seja o projeto do Novo Arcabouço Fiscal, que traz incertezas quanto à estabilidade da trajetória da dívida pública.
A manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano já era uma decisão esperada no mercado financeiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não alterou a taxa pela sexta vez consecutiva - a terceira em 2023 -, mesmo sofrendo pressão de boa parte da base aliada do governo para diminuir os juros "de qualquer jeito". A inflação, a situação fiscal do País e o fato de o Banco Central norte-americano (FED) ter novamente aumentado em 0,25 pontos percentuais sua taxa de juros básica - o que tende a elevar a cotação do dólar no Brasil -, servem como justificativas à manutenção, mas o principal motivo talvez seja o projeto do Novo Arcabouço Fiscal, que traz incertezas quanto à estabilidade da trajetória da dívida pública.
Mais do que a manutenção, o que pegou o mercado no contrapé foi o tom do Copom. O comunicado deixou claro que a Selic pode ficar no patamar atual por mais tempo, em um momento em que havia a esperança de um corte de juros no curto prazo. Aqui, mais uma vez pesou a inflação - continua elevada, e, em termos anuais, bem próxima do "teto" da meta -, por entender que ainda há muito a ser feito, e, novamente, o Novo Arcabouço Fiscal. A proposta é vista pelo mercado como positiva, mas como a definição final depende do Congresso, ainda não foi capaz de refletir em ações concretas.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - considerado a inflação oficial do País - não é o único, mas é o principal indicador de atividade utilizado pelo Banco Central. Na semana passada, na divulgação do boletim Focus, a previsão para o índice subiu de 6,04% para 6,05% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 4%, para os dois anos. Portanto, um IPCA mais fraco corrobora para um perfil menos contracionista da condução da política monetária.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.
A taxa Selic se mantém no mesmo patamar desde agosto de 2022 - o maior desde dezembro de 2016. A redução permitiria maior geração de empregos e de atividade econômica, tanto no varejo quanto na indústria. Porém, para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic termine 2023 em 12,5% ao ano - ainda alta. Para o fim de 2024, a estimativa é que caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de uma taxa Selic em 9% ao ano e 8,88% ao ano, respectivamente.