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Publicada em 29 de Abril de 2025 às 15:42

Stihl divulga receita de 5,33 bilhões de euros em 2024

Vendas de 2024 permaneceram bem acima dos níveis pré-pandemia, segundo Michael Straub

Vendas de 2024 permaneceram bem acima dos níveis pré-pandemia, segundo Michael Straub

Stihl/divulgação/jc
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Ana Esteves, especial para o JC
Ana Esteves, especial para o JC
Mesmo com cenário econômico global desfavorável, o grupo alemão Stihl aumentou suas vendas para € 5,33 bilhões no ano passado, valor que representa incremento de 1,1% em relação a 2023, quando a empresa faturou € 5,27 bilhões. O resultado foi apresentado nesta terça-feira (29), durante conferência de imprensa, pelo CEO do Grupo Stihl, Michael Traub. “Apesar das tensões geopolíticas, das diferenças regionais no desenvolvimento econômico e de um ano marcado por gastos restritos do consumidor, as vendas de 2024 permaneceram bem acima dos níveis pré-pandemia”, disse o executivo. O patrimônio líquido do grupo também teve incremento, de 65,9% para 69,0%, o que demonstra, segundo Traub “estabilidade financeira”.
A fabricante, líder de motosserras e ferramentas elétricas para uso externo, gerou mais de 90% de seu faturamento fora do seu mercado doméstico alemão. O balanço revelou ainda que, em dezembro de 2024, o grupo empregava 19.732 pessoas em todo o mundo, uma ligeira redução em relação ao ano anterior, quando contava com 19.805 trabalhadores. Para Traub, 2024, foi um ano desafiador, não só pelas questões econômicas, mas pela ocorrência de desastres ambientais, como a enchente no Rio Grande do Sul, que afetou a empresa diretamente em sua unidade de São Leopoldo. “É uma das nossas maiores linhas de produção e muitos colegas foram impactados, tiveram as casas inundadas, necessidade de sair de casa. Nesse momento, formamos uma grande corrente de solidariedade: ajudamos a organizar abrigos emergenciais, distribuímos comida e medicamentos. Foi o que pode garantir que a produção pudesse continuar”, informou o CEO.
Em 2024, a Stihl investiu € 349 milhões em todo o mundo, dos quais €133 milhões na empresa sede, na Alemanha, abrangendo a produção de motores e um novo edifício de serviços em Waiblingen. Internacionalmente, o foco foi a expansão da produção de baterias nos Estados Unidos com a conclusão da fábrica de 7,8 mil metros quadrados, em Virginia Beach. “Assim como na Romênia, onde mais de € 100 milhões foram investidos em uma nova fábrica em Oradea. Com inauguração prevista para outubro de 2025, a fábrica romena se tornará um importante local de produção de baterias e conjuntos de baterias associados”, acrescenta Traub.
Sobre a atuação da empresa em diferentes países, a América do Norte segue sendo o maior mercado da Stihl, com um terço das vendas totais. Apesar do ambiente de consumo fraco, a empresa conseguiu manter sua participação de mercado, principalmente expandindo sua rede de concessionárias locais. Sobre as tarifas impostas pelo governo norte-americano aos produtos importados da Europa, Traub disse, caso elas se mantenham, não haverá outra saída senão repassar os valores dos produtos no mercado norte-americano. “61% das nossas peças são produzidas nos Estados Unidos, mas temos alguns componentes, como baterias, que são importados da Europa. No fim das contas, serão os consumidores que irão pagá-las. Vamos fazer de tudo para não ter que aumentar os preços de mercado, mas se as altas taxas continuarem não teremos escolha”, disse.

Na América Latina, o cenário de incerteza política, condições climáticas extremas e desaceleração econômica impactou negativamente o desenvolvimento dos negócios. A Argentina, em particular, registrou uma queda de dois dígitos nas vendas. "No entanto, estamos vendo os primeiros sinais de recuperação econômica e esperamos que a demanda aumente neste ano", observou o executivo. A Europa Ocidental apresentou um cenário misto. O setor de construção civil, em desaceleração, impactou o primeiro semestre do ano. No entanto, as condições climáticas favoráveis e as iniciativas de vendas direcionadas impulsionaram a forte demanda no segundo semestre, especialmente no Reino Unido, onde a Stihl registrou crescimento de dois dígitos.
O mercado alemão também apresentou desempenho acima da média. A Europa Oriental permaneceu sob pressão, principalmente devido às consequências da guerra na Ucrânia, mas mostrou leves sinais de recuperação ao longo do ano. A África apresentou um desempenho positivo. O crescimento de vendas de dois dígitos validou a decisão da empresa de realizar investimentos direcionados na criação de diversas subsidiárias na região. Na Ásia, a demanda está se recuperando após uma queda em 2023, especialmente na China, que continua a ganhar importância tanto como mercado de produção quanto de vendas. A Índia também apresenta um crescimento saudável.
Sobre novas tecnologias e produtos, Traub destacou a importância da migração da fonte de energia das máquinas Stihl, do combustível para as baterias. “Os produtos movidos a bateria representaram 25% do total de vendas unitárias em 2024, refletindo sua crescente importância no portfólio da Stihl”, afirma o CEO. Ferramentas movidas à bateria dominam as vendas na Europa Ocidental: na Alemanha e na Suíça, ferramentas movidas à bateria representam cerca de 60% das vendas unitárias. “A mudança para a energia por bateria é um passo decisivo para garantir nossa liderança tecnológica”, enfatizou Traub.

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