Em um fim de semana atípico, situado no meio de um feriadão que emenda Páscoa e Tiradentes, o Jornal do Comércio foi conferir o movimento em um trecho da Marechal Floriano Peixoto (entre a rua Fernando Machado e a rua Demétrio Ribeiro), no Centro Histórico de Porto Alegre, conhecido como Caminho dos Antiquários. Neste sábado (19), os cavaletes não bloquearam aquele intervalo para a sua tradicional feira de rua, mas os lojistas que abriram suas portas contaram um pouco das peculiaridades deste mercado.
Segundo o coordenador da feira, Benjamin Mattos, o grupo decidiu não fechar a rua desta vez por medo de uma chuva prevista, além do fato de alguns comerciantes já terem sinalizado que não iriam neste dia. “O problema é que não dá para fechar a rua se tem pouca gente expondo, porque é perigoso. Tem gente que chega de carro ali, se irrita, e acaba tirando os cavaletes e passando a toda velocidade”, explica o gerente da loja Mercado Negro.
Apesar disso, os lojistas que foram perceberam um bom movimento, especialmente das pessoas vindas do interior do Rio Grande do Sul para o feriado. A proprietária da La Brocanteuse, Vanessa Johnson, conta que o público de segunda a sexta-feira é diferente do que frequenta a região nos sábados.
“Durante a semana, recebemos mais arquitetos e pessoas que viram na internet os produtos e buscam algo específico. Nos dias de feira, recebemos mais turistas, donos de lojas de outros municípios, e pessoas dispostas a garimpar”, destaca a comerciante.

O forte da loja de Vanessa Johnson são as miniaturas e os artigos colecionáveis
DANI BARCELLOS/JC
Com produtos pendurados nas paredes, dispostos em prateleiras ou em estantes, a visita a cada empreendimento é peculiar. Ao passar os olhos do chão ao teto, nota-se que cada negócio tem caraterísticas próprias. A loja de Vanessa, por exemplo, as maiores demandas são por em miniaturas e os objetos colecionáveis.

Em todos os estabelecimentos há objetos dispostos do chão ao teto
DANI BARCELLOS/JC
Já no estabelecimento de Lizaura Marques, que atua há mais de 30 anos nas redondezas, os carros-chefes são as porcelanas, bronze e os cristais. “Eu não trabalho com selos, moedas e bonecas. A gente vê que cada um dos antiquários tem o seu público diferenciado, e é por isso que as pessoas gostam muito de circular por aqui”, ressalta a proprietária do negócio.
Mais adiante, na Salercio Objetos Antigos, os artigos de cultura pop vintage, como os vinis, os brinquedos e peças de decoração dos anos 1950 a 1980. De acordo com João Standt, um dos sócios da casa, o forte do negício são "as coisas mais populares, aquelas coisas que a gente tinha em casa, aquilo que a gente queria ter e não teve na época”, resume o lojista.