Porto Alegre, seg, 07/04/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 02 de Abril de 2025 às 16:08

Energia está entre os segmentos de maior procura dentro da Invest RS

Presidente da Agência de Desenvolvimento, Rafael Prikladnicki, foi um dos participantes do evento Wind of Change

Presidente da Agência de Desenvolvimento, Rafael Prikladnicki, foi um dos participantes do evento Wind of Change

TÂNIA MEINERZ/JC
Compartilhe:
Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Em cerca de quatro meses de operação após seu lançamento pelo governo gaúcho, a Agência de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Invest RS) já fez em torno de 120 contatos com empresas interessadas em investir no Estado. Deste total, detalha o presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, a maioria das companhias estão dentro do setor de energia, assim como do agronegócio e da inovação.
Em cerca de quatro meses de operação após seu lançamento pelo governo gaúcho, a Agência de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Invest RS) já fez em torno de 120 contatos com empresas interessadas em investir no Estado. Deste total, detalha o presidente da Invest RS, Rafael Prikladnicki, a maioria das companhias estão dentro do setor de energia, assim como do agronegócio e da inovação.
No segmento energético, desde dezembro, foram atendidas pela agência 37 empresas, com 12 projetos sendo considerados prioritários para investimento e com dois termos de engajamento firmados (que depois podem virar memorandos de entendimento e confirmação de empreendimentos). As conversas são feitas, comenta Prikladnicki, com empresas “que nos procuram ou que a gente estrategicamente procura”.
O dirigente adianta que uma ferramenta que deverá contribuir para atrair mais empreendimentos para o Rio Grande do Sul será o painel de dados que a Invest RS pretende lançar até meados deste ano. Prikladnicki explica que se trata de uma solução online, uma espécie de mapa com informações do Rio Grande do Sul, apresentando visualmente e de forma objetiva os ativos das regiões gaúchas. O presidente da Invest RS foi um dos palestrantes nesta quarta-feira (2) da abertura do Wind of Change, evento que se encerra nesta quinta-feira (3) no Hotel Hilton, em Porto Alegre. O encontro debate temas como a energia eólica e a produção de hidrogênio verde.
O deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar Pró-Energias Renováveis, Frederico Antunes (PP), destaca que o Estado tem um vasto potencial eólico. Ele cita que são 61 projetos onshore (em terra) em fase de licenciamento ambiental que somam cerca de 8 mil MW (quatro vezes a potência instalada de geração eólica em operação atualmente no Rio Grande do Sul).
“Mas, não temos acesso a um mecanismo que me parece ser crucial e que é um grande diferencial para outras regiões, como é o caso do Norte e Nordeste, que é o fundo constitucional”, argumenta Antunes. Ele sustenta que é preciso ter uma movimentação das representações políticas gaúchas para sensibilizar o governo federal a possibilitar que projetos no Rio Grande do Sul também possam usufruir de um meio de financiamento competitivo semelhante.
A presidente do Sindicato de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Daniela Cardeal, complementa que a geração eólica offshore (no mar) no Estado também poderá contribuir significativamente para a transição energética brasileira. "Mas, se não estudarmos como esse potencial de energia offshore entrará no continente, a gente acabará perdendo oportunidades para outros países que já estão fazendo isso", alerta a dirigente.
Por sua vez, o diretor de Eólicas do Sindienergia-RS, Guilherme Sari, confirma que o Rio Grande do Sul apresenta bons projetos tanto offshore como onshore. “Então, é preciso promover um ambiente de negócios favorável, como a parte de infraestrutura, logística e competitividade desses empreendimentos”, ressalta Sari.
Já o embaixador do Reino dos Países Baixos no Brasil, André Driessen, destaca que a transição energética é um desafio global e o Brasil terá um papel estratégico dentro desse contexto. "O País tem muito potencial e precisamos desbloquear esse potencial", defende o dirigente. Para isso, Driessen enfatiza que será necessário um esforço conjunto de agentes públicos e privados, assim como legislações claras e investimentos em inovação.
Outro participante do Wind of Change foi o diretor presidente da Portos RS (autoridade portuária dos portos do Rio Grande do Sul), Cristiano Klinger. Ele revela que o porto de Rio Grande, além de planejar a atualização da sua rede elétrica, está avaliando a compra de energia no mercado livre (formado por consumidores de maior porte) já certificada como uma geração “verde” (a partir de fontes renováveis, como a eólica e a solar, por exemplo). “Seguimos estudando as possibilidades”, enfatiza o dirigente.

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários