Após máxima a R$ 5,7820 no fim da manhã desta sexta-feira, (28), o dólar arrefeceu o ritmo de alta ao longo da tarde e, com mínima a R$ 5,7470, encerrou a sessão desta sexta-feira cotado a R$ 5,7618, avanço de 0,15%. A moeda norte-americana fecha a semana com valorização de 0,77% em relação ao real, mas ainda acumula queda de 2,61% em março.
O dia foi marcado por perdas de divisas emergentes, em especial latino-americanas, com investidores optando por reduzir o risco das carteiras às vésperas do anúncio das tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometido para a próxima quarta-feira, dia 2 de abril.
Houve também aumento dos receios de uma desaceleração mais aguda da atividade nos EUA conjugada com inflação ainda acima da meta, após nova rodada de piora do sentimento do consumidor americano e das expectativas inflacionárias.
"O mercado já está antecipando o ambiente mais difícil da próxima semana, com o anúncio das tarifas recíprocas pelos EUA e vários países já prontos para retaliar", afirma o economista-chefe do Integral Group, Daniel Miraglia. "Vemos um movimento de risk off mais forte hoje, com postura mais defensiva dos agentes, o que prejudica as divisas emergentes."
A onda de aversão ao risco, refletida no mergulho das taxas dos Treasuries, atingiu com menos força o mercado cambial local. A perspectiva de continuidade do processo de aperto monetário e de manutenção da taxa Selic em nível elevado por período prolongado dá certa sustentação ao real, ao tornar custoso o carregamento de posições em dólar.
Esse quadro foi, de certa forma, reforçado pelos números do Caged de fevereiro divulgados às 14h30. Houve geração de 431.995 vagas de emprego, acima do teto de Projeções Broadcast, de 330 mil vagas. A mediana da pesquisa era de 225 mil.
Miraglia, do Integral Group, pondera que a questão técnica representada pelo custo de carregamento não deve ser suficiente, contudo, para impedir uma depreciação do real, caso haja uma piora da percepção de risco fiscal e político doméstico.
"O carrego ajuda mais quando o mercado está em uma trajetória positiva. Nos níveis atuais da taxa de câmbio é mais provável que o dólar suba em relação ao real até o fim do ano", diz Miraglia, que vê a possibilidade de o governo lançar mão de medidas heterodoxas na tentativa de manter a economia aquecida.
No exterior, o índice DXY - termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes - rondava os 104,000 pontos no fim da tarde, em baixa de cerca de 0,30, após mínima aos 103,896 pontos. A taxa dos Treasuries de 10 anos recuou mais de 2%, furando 4,25% na mínima da sessão.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de fevereiro - medida de inflação preferida pelo Federal Reserve - veio praticamente em linha com as expectativas, mas o núcleo do indicador avançou mais do que o esperado.
Pesquisa da Universidade de Michigan mostrou alta das expectativas de inflação em 12 meses, de 4,3% para 5,0%, no maior nível desde 2022. O índice do sentimento do consumidor americano caiu de 64,7 em fevereiro para 57 em março, queda acima da expectativa (57,9).
"O cheiro de estagflação nos EUA está se intensificando, com componentes de bens e serviços da inflação do PCE mais aquecidos, enquanto os gastos foram mais fracos do que o esperado", afirma, em um post em rede social, Mohamed El-Erian, presidente do Queen's College e Conselheiro Econômico Chefe da Allianz, ressaltando que a confiança do consumidor americano está no nível mais baixo em mais de dois anos e as expectativas de inflação avançam.
O dia foi marcado por perdas de divisas emergentes, em especial latino-americanas, com investidores optando por reduzir o risco das carteiras às vésperas do anúncio das tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometido para a próxima quarta-feira, dia 2 de abril.
Houve também aumento dos receios de uma desaceleração mais aguda da atividade nos EUA conjugada com inflação ainda acima da meta, após nova rodada de piora do sentimento do consumidor americano e das expectativas inflacionárias.
"O mercado já está antecipando o ambiente mais difícil da próxima semana, com o anúncio das tarifas recíprocas pelos EUA e vários países já prontos para retaliar", afirma o economista-chefe do Integral Group, Daniel Miraglia. "Vemos um movimento de risk off mais forte hoje, com postura mais defensiva dos agentes, o que prejudica as divisas emergentes."
A onda de aversão ao risco, refletida no mergulho das taxas dos Treasuries, atingiu com menos força o mercado cambial local. A perspectiva de continuidade do processo de aperto monetário e de manutenção da taxa Selic em nível elevado por período prolongado dá certa sustentação ao real, ao tornar custoso o carregamento de posições em dólar.
Esse quadro foi, de certa forma, reforçado pelos números do Caged de fevereiro divulgados às 14h30. Houve geração de 431.995 vagas de emprego, acima do teto de Projeções Broadcast, de 330 mil vagas. A mediana da pesquisa era de 225 mil.
Miraglia, do Integral Group, pondera que a questão técnica representada pelo custo de carregamento não deve ser suficiente, contudo, para impedir uma depreciação do real, caso haja uma piora da percepção de risco fiscal e político doméstico.
"O carrego ajuda mais quando o mercado está em uma trajetória positiva. Nos níveis atuais da taxa de câmbio é mais provável que o dólar suba em relação ao real até o fim do ano", diz Miraglia, que vê a possibilidade de o governo lançar mão de medidas heterodoxas na tentativa de manter a economia aquecida.
No exterior, o índice DXY - termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes - rondava os 104,000 pontos no fim da tarde, em baixa de cerca de 0,30, após mínima aos 103,896 pontos. A taxa dos Treasuries de 10 anos recuou mais de 2%, furando 4,25% na mínima da sessão.
O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de fevereiro - medida de inflação preferida pelo Federal Reserve - veio praticamente em linha com as expectativas, mas o núcleo do indicador avançou mais do que o esperado.
Pesquisa da Universidade de Michigan mostrou alta das expectativas de inflação em 12 meses, de 4,3% para 5,0%, no maior nível desde 2022. O índice do sentimento do consumidor americano caiu de 64,7 em fevereiro para 57 em março, queda acima da expectativa (57,9).
"O cheiro de estagflação nos EUA está se intensificando, com componentes de bens e serviços da inflação do PCE mais aquecidos, enquanto os gastos foram mais fracos do que o esperado", afirma, em um post em rede social, Mohamed El-Erian, presidente do Queen's College e Conselheiro Econômico Chefe da Allianz, ressaltando que a confiança do consumidor americano está no nível mais baixo em mais de dois anos e as expectativas de inflação avançam.