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Publicada em 27 de Março de 2025 às 17:30

Especialistas apontam potencial turístico do Pampa durante fórum em Porto Alegre

Promovido pela Ari, Fórum Internacional do Meio Ambiente debateu a conservação do bioma Pampa

Promovido pela Ari, Fórum Internacional do Meio Ambiente debateu a conservação do bioma Pampa

FABRINE BARTZ/ESPECIAL/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Responsável por cobrir 63% do território gaúcho, o bioma Pampa é o tema da 13° edição do Fórum Internacional do Meio Ambiente, organizado pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O evento, realizado no Memorial do Legislativo do Rio Grande do Sul, reuniu especialistas de diversas áreas para debater a conservação do bioma. Durante dois dias, a dinâmica foi dividida em cinco painéis que abordaram o clima, a conservação e as atividades econômicas. Na tarde desta quinta-feira (27), último dia do evento, os participantes debatem sobre as formas de preservação, o papel da imprensa no combate à destruição do ecossistema e, inclusive, a existência do bioma Pampa, por meio da Constituição do Rio Grande do Sul. Além disso, os especialistas abordaram os impactos da utilização de agroquímicos na produção de soja. Em sua fala sobre o enoturismo, a produtora rural e empresária Gabriela Hermann Potter destacou o trabalho realizado na Vinícola Guatambu, de Dom Pedrito. De acordo com ela, “toda a concepção da vinícola foi pensada nas condições do bioma, com a missão de enaltecer e posicionar o Pampa no local que ele deve estar”. No entanto, entre as principais dificuldades, Gabriela reforçou os impactos da utilização do herbicida 2,4-D, aplicado, principalmente, nas lavouras de soja. O herbicida, por meio do vento, se propaga em até 20 km, atingindo as folhas largas. O impacto dos agroquímicos também foi abordado em outro segmento, a produção de oliva. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, “a produção de oliva ainda é um processo lento no Rio Grande do Sul, mas representativo". Ainda de acordo com ele, “o cenário dos últimos anos é de perdas em decorrência dos agroquímicos. O pampa não tem vocação para produção de soja”. Em conjunto, os especialistas reforçam que buscam a proibição do 2,4-D.Já a procuradora de justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Ana Maria Moreira Marchesan, destacou que “o Rio Grande do Sul é o único estado com um bioma para chamar de seu”. No entanto, de acordo com ela, as perdas na região são irreversíveis. Um levantamento do MAPBiomas Brasil, indica que o Pampa Sul-Americano perdeu 20% de sua vegetação campestre entre os anos de 1985 e 2022. O país que teve a maior perda proporcional de vegetação campestre foi o Brasil, com 2,9 milhões de hectares. Entre os principais fatores, a expansão das áreas agrícolas para o plantio de soja, que aumentou 2,1 milhões de hectares entre 1985 e 2022, indica o levantamento. A promotora também reforçou a necessidade de valorização do patrimônio cultural no Pampa. “Do ponto de vista cultural, não existem fronteiras políticas. Nos vemos na fisionomia em outros países, como por exemplo, a Argentina. Temos que valorizar a figura do gaúcho”, complementa. Na mesma linha, a representante Patricia de Freitas Ferreira, do Comitê Gestor do Geoparque de Caçapava do Sul, enfatizou o papel das universidades para o reconhecimento do espaço. Patrícia também buscou desmistificar a ideia de Geoparque, explicando que trata-se de uma certificação outorgada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para demarcar território. O principal critério são os patrimônios geólogos, como a presença de rochas. No começo da tarde, os jornalistas premiados Gustavo Veiga, da Argentina, e Victor Bacchetta, do Uruguai, trouxeram um panorama da situação ambiental em seus países e o papel da mídia na cobertura do tema. Outros três paineis abordaram os projetos e práticas que interferem na conservação do bioma, os cenários de mudanças do clima do Rio Grande do Sul e o impacto das próprias mudanças no Pampa.
Responsável por cobrir 63% do território gaúcho, o bioma Pampa é o tema da 13° edição do Fórum Internacional do Meio Ambiente, organizado pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI). O evento, realizado no Memorial do Legislativo do Rio Grande do Sul, reuniu especialistas de diversas áreas para debater a conservação do bioma.

Durante dois dias, a dinâmica foi dividida em cinco painéis que abordaram o clima, a conservação e as atividades econômicas. Na tarde desta quinta-feira (27), último dia do evento, os participantes debatem sobre as formas de preservação, o papel da imprensa no combate à destruição do ecossistema e, inclusive, a existência do bioma Pampa, por meio da Constituição do Rio Grande do Sul. Além disso, os especialistas abordaram os impactos da utilização de agroquímicos na produção de soja.

Em sua fala sobre o enoturismo, a produtora rural e empresária Gabriela Hermann Potter destacou o trabalho realizado na Vinícola Guatambu, de Dom Pedrito. De acordo com ela, “toda a concepção da vinícola foi pensada nas condições do bioma, com a missão de enaltecer e posicionar o Pampa no local que ele deve estar”.

No entanto, entre as principais dificuldades, Gabriela reforçou os impactos da utilização do herbicida 2,4-D, aplicado, principalmente, nas lavouras de soja. O herbicida, por meio do vento, se propaga em até 20 km, atingindo as folhas largas. O impacto dos agroquímicos também foi abordado em outro segmento, a produção de oliva. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, “a produção de oliva ainda é um processo lento no Rio Grande do Sul, mas representativo". Ainda de acordo com ele, “o cenário dos últimos anos é de perdas em decorrência dos agroquímicos. O pampa não tem vocação para produção de soja”. Em conjunto, os especialistas reforçam que buscam a proibição do 2,4-D.

Já a procuradora de justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Ana Maria Moreira Marchesan, destacou que “o Rio Grande do Sul é o único estado com um bioma para chamar de seu”. No entanto, de acordo com ela, as perdas na região são irreversíveis. Um levantamento do MAPBiomas Brasil, indica que o Pampa Sul-Americano perdeu 20% de sua vegetação campestre entre os anos de 1985 e 2022. O país que teve a maior perda proporcional de vegetação campestre foi o Brasil, com 2,9 milhões de hectares. Entre os principais fatores, a expansão das áreas agrícolas para o plantio de soja, que aumentou 2,1 milhões de hectares entre 1985 e 2022, indica o levantamento.

A promotora também reforçou a necessidade de valorização do patrimônio cultural no Pampa. “Do ponto de vista cultural, não existem fronteiras políticas. Nos vemos na fisionomia em outros países, como por exemplo, a Argentina. Temos que valorizar a figura do gaúcho”, complementa.

Na mesma linha, a representante Patricia de Freitas Ferreira, do Comitê Gestor do Geoparque de Caçapava do Sul, enfatizou o papel das universidades para o reconhecimento do espaço. Patrícia também buscou desmistificar a ideia de Geoparque, explicando que trata-se de uma certificação outorgada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para demarcar território. O principal critério são os patrimônios geólogos, como a presença de rochas.

No começo da tarde, os jornalistas premiados Gustavo Veiga, da Argentina, e Victor Bacchetta, do Uruguai, trouxeram um panorama da situação ambiental em seus países e o papel da mídia na cobertura do tema. Outros três paineis abordaram os projetos e práticas que interferem na conservação do bioma, os cenários de mudanças do clima do Rio Grande do Sul e o impacto das próprias mudanças no Pampa.

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