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Publicada em 27 de Março de 2025 às 16:14

Galípolo reforça que, no curto prazo, País vai conviver com IPCA acima da meta

Presidente do BC evitou dar indicações sobre as próximas decisões do Copom

Presidente do BC evitou dar indicações sobre as próximas decisões do Copom

AFP
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Agências
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou nesta quinta-feira (27), que, no curto prazo, a inflação seguirá acima da meta perseguida pela autoridade monetária, que tolera um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de no máximo 4,5%. Durante entrevista coletiva para detalhar o Relatório de Política Monetária (RPM), ele disse que deve ser o primeiro chefe do BC a escrever, em um único ano, duas cartas ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN) explicando a inflação acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta. A primeira carta foi entregue em 10 de janeiro.Segundo o presidente do BC, a autarquia tem procurado comunicar que, no curto prazo, será preciso conviver com o IPCA acima da meta, apesar dos juros em nível elevado. Ele reiterou a sinalização de que, em um ambiente de incertezas, os juros seguirão subindo, embora em menor magnitude, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontecerá nos dias 6 e 7 de maio.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou nesta quinta-feira (27), que, no curto prazo, a inflação seguirá acima da meta perseguida pela autoridade monetária, que tolera um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de no máximo 4,5%. Durante entrevista coletiva para detalhar o Relatório de Política Monetária (RPM), ele disse que deve ser o primeiro chefe do BC a escrever, em um único ano, duas cartas ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN) explicando a inflação acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta. A primeira carta foi entregue em 10 de janeiro.

Segundo o presidente do BC, a autarquia tem procurado comunicar que, no curto prazo, será preciso conviver com o IPCA acima da meta, apesar dos juros em nível elevado. Ele reiterou a sinalização de que, em um ambiente de incertezas, os juros seguirão subindo, embora em menor magnitude, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontecerá nos dias 6 e 7 de maio.
LEIA MAIS: IPCA-15 desacelera a 0,64% em março, mas alimentos pressionam; ovo sobe 19,44%

Em relação às próximas decisões, Galípolo evitou dar mais indicações. Disse que o BC quer preservar graus de liberdade, observando os dados.

Ele rebateu questionamentos sobre o compromisso do BC em buscar a meta de inflação. "É curioso alguém falar em não comprometimento com a meta após alta de 3 pontos percentuais na Selic", declarou Galípolo ao ressaltar que o BC mostrou "com clareza" seu compromisso com a meta.

Segundo ele, a cúpula da instituição tem buscado entender se o atual nível da Selic, de 14,25% ao ano, é contracionista o bastante para levar a inflação para a meta. "A gente está ingressando num ambiente, num patamar de taxa de juros, que é contracionista com alguma segurança mesmo para quem tem um nível de taxa de juros neutra mais elevado. A gente está em um processo de continuar olhando a atividade econômica a partir dessas defasagens e os outros elementos que a gente conseguiu elencar aqui", considerou, ao explicar que as defasagens se referem aos mecanismos comuns de transmissão da alta de juros para a economia.

Galípolo voltou a revelar o desconforto de todo o board do BC em relação à continuidade das altas das expectativas de inflação. "As expectativas nos incomodam muito, e no nível de desancoragem de todos os demais elementos de uma inflação corrente", considerou.

O presidente da autoridade monetária voltou a dizer sobre a importância de continuar a monitorar o máximo possível a quantidade de dados para que o BC possa ganhar confiança. "A gente está tateando agora esse processo para entender se esse nível de política monetária, que está contracionista, mesmo que tenha taxa de juros neutra mais elevada, se é contracionista o suficiente para que a gente possa fazer a contingência dentro do horizonte que a gente está estabelecendo", reforçou.

Galípolo reafirmou que o BC tem falado em defasagens para explicar mecanismos de transmissão. "Então a gente está falando em defasagem muito mais para explicar o que é um mecanismo que a gente espera de transmissão a partir de a gente ter acabado de entregar praticamente 300 bases points de elevação em taxa de juros e adentrar um patamar que é contracionista, mesmo que a gente considerasse taxa de juros neutra mais elevada."

Conforme o presidente do BC, há um processo de reunir a maior quantidade de informações possível para que o colegiado ganhe confiança sobre a velocidade de convergência para a meta de inflação. "Essa é a principal resposta aqui", afirmou, acrescentando o cenário base do colegiado tem se confirmado recentemente. "Querer garantir esse grau de liberdade (sem um guidance) significa que a gente quer continuar reunindo informações para ir analisando, reunindo essas informações a partir de um cenário de pós elevação da taxa de juros do patamar que nós temos."

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