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Publicada em 25 de Março de 2025 às 18:19

Dólar fecha em queda de 0,75% com dados fracos dos EUA e tom duro da ata do Copom

Dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,7092, em queda de 0,75%

Dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,7092, em queda de 0,75%

Arte/Jc
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Agências
O dólar apresentou queda firme na sessão desta terça-feira (25), e até esboçou fechar abaixo R$ 5,70 em dia marcado por recuo da moeda americana no exterior, após dados mais fracos da economia dos EUA. O real apresentou, ao lado dos pesos chileno e colombiano, o melhor desempenho entre as principais moedas globais, em meio a relatos de fluxo estrangeiro para ações domésticas e ao tom duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), com aceno à continuidade do aperto monetário."A ata demonstra que o ciclo de alta não está completo. A Selic deve ir para cerca de 15%e rodar nesse nível por bastante tempo", afirma o gestor de macro da Az Quest, Gustavo Menezes. "Isso garante um período relevante de diferencial de juros expressivo, o que dá sustentação ao real".Com mínima a R$ 5,6729, o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,7092, em queda de 0,75%, interrompendo uma sequência de três pregões de alta, em que havia acumulado valorização de 1,85%.Em março, a moeda apresenta recuo de 3,50%, o que leva a uma desvalorização de 7,62% no ano.Na ata, o Copom afirma que optou por três sinalizações a respeito da condução da política monetária. Em primeiro lugar, dada a desancoragem das expectativas de inflação, julgou "apropriado indicar que o ciclo não está encerrado".Em razão da defasagem do aperto monetário, indicou que a próxima alta da Selic não será de 1 ponto porcentual e, por último, afirmou que a magnitude do ciclo será "ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta"."A ata teve um tom mais duro do que o adotado no comunicado da decisão e permite a interpretação de que pode haver restrição monetária por mais tempo", afirma o diretor de Pesquisa Econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, que projeta Selic em 14,75% no fim do ciclo, com alta de 75 pontos em maio, mas ressalta que pode revisar seu cenário para incorporar nova elevação em junho.Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY operou em leve queda e chegou a furar o piso de 104,000 pontos na mínima, aos 103,944 pontos. Os retornos dos Treasuries recuaram, com o yield da T-note de 2 anos furando o piso de 4% nas mínimas do dia.Entre os indicadores americanos, o índice de confiança do consumidor, medido pelo Conference Board, caiu de 98,3 em fevereiro para 92,9 em março, enquanto analistas previam recuo para 94,5. Já as vendas de moradias novas subiram de 1,8% na passagem de janeiro a fevereiro, aquém do previsto (3%).Ferramenta de monitoramento do CME Group mostra praticamente chances idênticas, ao redor de 30%, de redução acumulada de 50 pontos-base ou 75 pontos da taxa básica americana pelo Federal Reserve neste ano. Há dúvidas sobre o impacto que política protecionista de Donald Trump - cujo próximo capítulo é o anúncio de tarifas recíprocas no próximo dia 2 de abril, - terá sobre a atividade e a inflação nos EUA."As taxas dos Treasuries caíram com os dados americanos mais fracos, o que animou as moedas emergentes. Por aqui, a ata do Copom foi consistente com a expectativa do mercado de mais aumentos de juros nas próximas reuniões, com a Selic finalizando o ciclo perto de 15% ou 15,50%", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.
O dólar apresentou queda firme na sessão desta terça-feira (25), e até esboçou fechar abaixo R$ 5,70 em dia marcado por recuo da moeda americana no exterior, após dados mais fracos da economia dos EUA. O real apresentou, ao lado dos pesos chileno e colombiano, o melhor desempenho entre as principais moedas globais, em meio a relatos de fluxo estrangeiro para ações domésticas e ao tom duro da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), com aceno à continuidade do aperto monetário.

"A ata demonstra que o ciclo de alta não está completo. A Selic deve ir para cerca de 15%
e rodar nesse nível por bastante tempo", afirma o gestor de macro da Az Quest, Gustavo Menezes. "Isso garante um período relevante de diferencial de juros expressivo, o que dá sustentação ao real".

Com mínima a R$ 5,6729, o dólar à vista terminou o dia cotado a R$ 5,7092, em queda de 0,75%, interrompendo uma sequência de três pregões de alta, em que havia acumulado valorização de 1,85%.

Em março, a moeda apresenta recuo de 3,50%, o que leva a uma desvalorização de 7,62% no ano.

Na ata, o Copom afirma que optou por três sinalizações a respeito da condução da política monetária. Em primeiro lugar, dada a desancoragem das expectativas de inflação, julgou "apropriado indicar que o ciclo não está encerrado".

Em razão da defasagem do aperto monetário, indicou que a próxima alta da Selic não será de 1 ponto porcentual e, por último, afirmou que a magnitude do ciclo será "ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta".

"A ata teve um tom mais duro do que o adotado no comunicado da decisão e permite a interpretação de que pode haver restrição monetária por mais tempo", afirma o diretor de Pesquisa Econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, que projeta Selic em 14,75% no fim do ciclo, com alta de 75 pontos em maio, mas ressalta que pode revisar seu cenário para incorporar nova elevação em junho.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY operou em leve queda e chegou a furar o piso de 104,000 pontos na mínima, aos 103,944 pontos. Os retornos dos Treasuries recuaram, com o yield da T-note de 2 anos furando o piso de 4% nas mínimas do dia.

Entre os indicadores americanos, o índice de confiança do consumidor, medido pelo Conference Board, caiu de 98,3 em fevereiro para 92,9 em março, enquanto analistas previam recuo para 94,5. Já as vendas de moradias novas subiram de 1,8% na passagem de janeiro a fevereiro, aquém do previsto (3%).

Ferramenta de monitoramento do CME Group mostra praticamente chances idênticas, ao redor de 30%, de redução acumulada de 50 pontos-base ou 75 pontos da taxa básica americana pelo Federal Reserve neste ano. Há dúvidas sobre o impacto que política protecionista de Donald Trump - cujo próximo capítulo é o anúncio de tarifas recíprocas no próximo dia 2 de abril, - terá sobre a atividade e a inflação nos EUA.

"As taxas dos Treasuries caíram com os dados americanos mais fracos, o que animou as moedas emergentes. Por aqui, a ata do Copom foi consistente com a expectativa do mercado de mais aumentos de juros nas próximas reuniões, com a Selic finalizando o ciclo perto de 15% ou 15,50%", afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.

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