Os inadimplentes de Porto Alegre apresentam uma dívida média 16% maior que a nacional, chegando a R$ 6.535,01. Esse valor também é 10% superior ao registrado entre devedores de outras cidades do Rio Grande do Sul. Além disso, dados da Serasa apontam que há 3,6 milhões de gaúchos com o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) negativado no estado, o que equivale a 40,8% da população adulta. O público feminino é o mais endividado, ainda que os números sejam bastante próximos aos dos homens.
No caso das mulheres, muitas vezes responsáveis pelo cuidado da família, a falta de familiaridade com as finanças pode ser um fator determinante para o endividamento – mesmo quando são as principais provedoras do lar. A economista Janile Soares, criadora da plataforma "Economista de Batom" e coautora da série de livros “Dinheiro sem Segredos”, explica que essa dificuldade está presente em diferentes gerações.
“Quando eu era bancária, percebi o quanto as mulheres precisavam de atenção em relação às dívidas. Em casais jovens, a mulher quase sempre aparecia como segunda titular da conta. Já entre mulheres idosas, era comum que, após o falecimento do marido, elas não soubessem lidar com as finanças. Isso se repetia desde as mais jovens até as mais senhoras. A partir disso, já estudando economia, vi a necessidade de trazer educação financeira para o público feminino”, relata.
Ela destaca ainda que a falta de conhecimento financeiro atinge todas as classes sociais e que as mulheres têm um papel decisivo no orçamento familiar. Entre as mais vulneráveis, muitas se endividam para cobrir despesas essenciais. “O principal motivo do endividamento são bancos, cartões de crédito e financeiras. Depois, infelizmente, vêm contas de serviços básicos, como água e luz”, aponta. As enchentes que atingiram o estado recentemente também agravaram o cenário financeiro de muitas famílias. “Atendi algumas microempreendedoras que, só agora, depois das enchentes, estão conseguindo se reorganizar”, afirma.
O impacto do endividamento é ruim para as famílias e também se reflete no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e do País, considera a economista. “Isso afeta o consumo das famílias. Quando as pessoas não conseguem consumir, a economia não gira. Além disso, o endividamento reduz o acesso a crédito, financiamento e investimentos”, explica Janile.
A economista recomenda dividir o orçamento em três partes: 50% para despesas essenciais, 30% para gastos necessários e 20% para supérfluos. “Esses 20% podem ser usados para assinaturas, lazer ou pedidos de comida, por exemplo. São despesas que podem ser cortadas em momentos de aperto financeiro”, sugere. “O combate à inadimplência não se resume a renegociar dívidas, mas a promover mudanças de comportamento que ajudem as pessoas a recuperar o controle das finanças de forma sustentável”, acrescenta.
Uma mulher que já foi cliente de uma consultoria de finanças pessoais de Janile, e que preferiu não se identificar, conta que começou a enfrentar dificuldades financeiras quando sua filha mais nova tinha apenas um ano de idade. “A gente começou a acumular muitas dívidas. Tentamos reduzir, mas vira uma bola de neve, e às vezes não conseguimos sair”, relata.
No ano passado, ela decidiu transferir as três filhas para uma escola pública e, neste ano, conseguiu bolsas estudantis para elas. “Cada ida ao mercado custa R$ 300. Usávamos o cartão de crédito para pagar a escola, mas chegou um momento em que se tornou humanamente impossível arcar com tudo”, diz. Ela também destaca que a situação financeira impactou seu relacionamento. “A parte emocional pesa muito. Já busquei ajuda. O que eu aconselho é que, se puderem, nunca recorram a empréstimos”, alerta.
No caso das mulheres, muitas vezes responsáveis pelo cuidado da família, a falta de familiaridade com as finanças pode ser um fator determinante para o endividamento – mesmo quando são as principais provedoras do lar. A economista Janile Soares, criadora da plataforma "Economista de Batom" e coautora da série de livros “Dinheiro sem Segredos”, explica que essa dificuldade está presente em diferentes gerações.
“Quando eu era bancária, percebi o quanto as mulheres precisavam de atenção em relação às dívidas. Em casais jovens, a mulher quase sempre aparecia como segunda titular da conta. Já entre mulheres idosas, era comum que, após o falecimento do marido, elas não soubessem lidar com as finanças. Isso se repetia desde as mais jovens até as mais senhoras. A partir disso, já estudando economia, vi a necessidade de trazer educação financeira para o público feminino”, relata.
Ela destaca ainda que a falta de conhecimento financeiro atinge todas as classes sociais e que as mulheres têm um papel decisivo no orçamento familiar. Entre as mais vulneráveis, muitas se endividam para cobrir despesas essenciais. “O principal motivo do endividamento são bancos, cartões de crédito e financeiras. Depois, infelizmente, vêm contas de serviços básicos, como água e luz”, aponta. As enchentes que atingiram o estado recentemente também agravaram o cenário financeiro de muitas famílias. “Atendi algumas microempreendedoras que, só agora, depois das enchentes, estão conseguindo se reorganizar”, afirma.
O impacto do endividamento é ruim para as famílias e também se reflete no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e do País, considera a economista. “Isso afeta o consumo das famílias. Quando as pessoas não conseguem consumir, a economia não gira. Além disso, o endividamento reduz o acesso a crédito, financiamento e investimentos”, explica Janile.
A economista recomenda dividir o orçamento em três partes: 50% para despesas essenciais, 30% para gastos necessários e 20% para supérfluos. “Esses 20% podem ser usados para assinaturas, lazer ou pedidos de comida, por exemplo. São despesas que podem ser cortadas em momentos de aperto financeiro”, sugere. “O combate à inadimplência não se resume a renegociar dívidas, mas a promover mudanças de comportamento que ajudem as pessoas a recuperar o controle das finanças de forma sustentável”, acrescenta.
Uma mulher que já foi cliente de uma consultoria de finanças pessoais de Janile, e que preferiu não se identificar, conta que começou a enfrentar dificuldades financeiras quando sua filha mais nova tinha apenas um ano de idade. “A gente começou a acumular muitas dívidas. Tentamos reduzir, mas vira uma bola de neve, e às vezes não conseguimos sair”, relata.
No ano passado, ela decidiu transferir as três filhas para uma escola pública e, neste ano, conseguiu bolsas estudantis para elas. “Cada ida ao mercado custa R$ 300. Usávamos o cartão de crédito para pagar a escola, mas chegou um momento em que se tornou humanamente impossível arcar com tudo”, diz. Ela também destaca que a situação financeira impactou seu relacionamento. “A parte emocional pesa muito. Já busquei ajuda. O que eu aconselho é que, se puderem, nunca recorram a empréstimos”, alerta.
Até 26 de março, consumidores podem negociar suas dívidas com até 99% de desconto no Feirão Limpa Nome da Serasa. Na capital gaúcha, são mais de 5 milhões de ofertas disponíveis com as 1.456 empresas participantes, entre os diversos segmentos. Consumidores interessados podem consultar as ofertas do Feirão Limpa Nome a partir dos canais oficiais da Serasa.
Economista dá dicas para sair do endividamento
Para recuperar a estabilidade financeira, Janile reforça a importância de cortar gastos desnecessários e estabelecer um orçamento realista. “O primeiro passo é categorizar as despesas, não pode ter medo de olhar para a realidade financeira. Custos essenciais incluem moradia, contas básicas, alimentação, transporte e saúde. Já os necessários garantem qualidade de vida, como plano de internet, academia e seguro. Despesas supérfluas englobam lazer, delivery e assinaturas”, sintetiza.
Com essa organização, é preciso definir quanto pode ser destinado ao pagamento das dívidas e buscar negociações com credores. “Dívidas com juros elevados, como cartão de crédito e cheque especial, devem ser priorizadas. Em alguns casos, trocar essas pendências por um empréstimo com juros menores pode ser uma alternativa, mas é essencial ter cuidado para não assumir uma dívida ainda mais cara”, alerta.
Se houver renda extra, como bônus ou 13º salário, a economista recomenda antecipar parcelas sempre que possível. “Muitas instituições oferecem descontos no pagamento antecipado, especialmente nas últimas prestações”, finaliza.