No próximo terça-feira (18), o Hotel Laghetto Stilo Higienópolis, em Porto Alegre (RS), será palco do Seminário Porto Alegre, promovido pela Turnaround Management Association (TMA). O evento reunirá especialistas para debater sobre desafios e oportunidades da recuperação judicial no Brasil.
A temática ganha relevância em um momento emblemático: em 2025, a Lei de Recuperação Judicial e Falências (Lei 11.101/2005) completa 20 anos. A norma representou avanços ao substituir a antiga Lei de Concordatas, permitindo que empresas viáveis tivessem mais possibilidades de se reerguer. No entanto, a própria evolução do mercado e as recentes crises econômicas demonstram que ainda há desafios a serem superados.
Para Fábio Siebert, sócio sênior da Grand Hill, escritório especializado em reestruturação de empresas e patrocinadora do evento, discutir o tema é essencial, pois a recuperação judicial de uma empresa gera importantes reflexos em outras organizações, como fornecedores, clientes, além de empregados e instituições do mercado financeiro e de capitais. “O setor de recuperação judicial ainda está em amadurecimento no Brasil. Ao mesmo tempo em que empresas enfrentam dificuldades, existem oportunidades para investidores e credores estruturarem soluções que beneficiem todas as partes envolvidas. O evento é um espaço essencial para esse debate”, afirma Siebert.
Siebert explica que a recuperação judicial é um instrumento essencial para empresas viáveis que enfrentam dificuldades financeiras momentâneas. “A possibilidade de reestruturar as dívidas e renegociar prazos de pagamento é essencial para recuperar o equilíbrio financeiro sem que o empresário perca o controle da operação”, destaca.
De acordo com ele, o processo de recuperação judicial não se resume apenas à suspensão temporária das cobranças, mas envolve uma série de medidas estratégicas que podem incluir renegociação de dívidas, captação de novos recursos e incremento dos níveis da governança. “O mercado está cada vez mais desafiador e a recuperação judicial deve ser vista como uma ferramenta para restabelecer a saúde financeira da empresa e assegurar sua continuidade”, afirma.
O especialista observa que um dos principais desafios do processo de recuperação é a negociação com credores. As negociações precisam ser embasadas em estudos técnicos consistentes, a fim de demonstrar aos credores que a empresa tem capacidade de se recuperar. “A transparência e a governança são elementos essenciais para reconquistas a confiança de credores e investidores. Um plano bem estruturado e executado de forma eficiente aumenta significativamente as chances de sucesso”, pontua.
O evento promovido pela TMA tem como objetivo fomentar um ambiente de diálogo entre especialistas, advogados, investidores e empresários que atuam nesse segmento. A Grand Hill reforça seu compromisso com a busca por estratégias sustentáveis para a recuperação de empresas e a estabilidade do mercado financeiro, contribuindo ativamente para as discussões sobre um tema crucial para o desenvolvimento econômico do país.