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Publicada em 13 de Março de 2025 às 17:13

Tarifas nos EUA e importações chinesas preocupam setor nacional do aço

CEO da ArcelorMittal Aços Planos para a América Latina, Jorge Luiz de Oliveira, palestrou em Porto Alegre

CEO da ArcelorMittal Aços Planos para a América Latina, Jorge Luiz de Oliveira, palestrou em Porto Alegre

THAYNÁ WEISSBACH/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
A indústria brasileira do aço enfrenta atualmente desafios em duas frentes, nos cenários interno e externo. Uma das dificuldades apresentadas ao segmento foi a confirmação nesta semana da elevação das tarifas sobre importações de aço e de alumínio dos Estados Unidos para 25%. E, por outro lado, as vendas do material estrangeiro que entra no Brasil, especialmente da China, é mais uma preocupação.
A indústria brasileira do aço enfrenta atualmente desafios em duas frentes, nos cenários interno e externo. Uma das dificuldades apresentadas ao segmento foi a confirmação nesta semana da elevação das tarifas sobre importações de aço e de alumínio dos Estados Unidos para 25%. E, por outro lado, as vendas do material estrangeiro que entra no Brasil, especialmente da China, é mais uma preocupação.
Em 2024, as exportações da China totalizaram 110,7 milhões de toneladas de aço, 17% a mais do que no ano anterior. O mercado brasileiro absorveu em torno de 3,7 milhões de toneladas desse volume. O CEO da ArcelorMittal Aços Planos para a América Latina, Jorge Luiz de Oliveira, enfatiza que o Brasil, no Ocidente, é a nação que mais recebe aço chinês. “Com ou sem as medidas dos Estados Unidos, o Brasil precisa de defesa comercial para permitir que o empresariado, de uma forma geral, continue investindo”, sustenta o executivo.
Oliveira, que em abril também assumirá o cargo de presidente da ArcelorMittal Brasil, ressalta que o setor da indústria produtora de aço no País investe regularmente de R$ 12 bilhões a R$ 13 bilhões, por ano. Conforme ele, a produção global de aço bruto atingiu cerca de 1,88 bilhão de toneladas em 2024 (queda de 1% em comparação a 2023). O Brasil permanece ocupando a 9ª posição entre os maiores produtores do globo, tendo atingido no ano passado um resultado de cerca de 33,7 milhões de toneladas, um incremento de 5% em relação ao período anterior.
Para Oliveira, o governo precisa adotar medidas protetivas para não causar uma desindustrialização do segmento do aço nacional e de outros setores no cenário interno. Já no ambiente externo, ele espera que a negociação do governo federal com o dos Estados Unidos possa alcançar um equilíbrio na relação comercial entre as duas partes. O executivo salienta que, apesar das iniciativas implementadas pelos Estados Unidos, os norte-americanos são importadores de aço, tendo adquirido no exterior em torno de 26 milhões de toneladas no ano passado, representando mais de 30% do seu consumo.
O integrante da ArcelorMittal foi o palestrante nesta quinta-feira (13) da reunião-almoço da Associação do Aço do Rio Grande do Sul (AARS), realizada no POA Innovation Center, na capital gaúcha. Na ocasião, o presidente da AARS, Eduardo Zanotti, também afirmou que espera que o governo federal negocie com os Estados Unidos alguma espécie de cota para as exportações brasileiras de aço para aquele país. “Mas, para efeitos no Rio Grande do Sul, como a questão está baseada na indústria siderúrgica, a gente não está vendo nenhum impacto nesse momento”, diz o presidente da AARS.

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