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Publicada em 06 de Março de 2025 às 17:11

Nova gestão da Fundação Família Previdência aposta na tecnologia para ampliar rentabilidade dos planos

Fabrício Trombini Jacobus é o novo presidente da Família Prev

Fabrício Trombini Jacobus é o novo presidente da Família Prev

Familia Prev/Divulgação/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
Em mais de quatro décadas de atuação, a Fundação Família Previdência (Família Prev) passou por um momento desafiador em 2024 com o alagamento da sua sede durante a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. Apesar disso, encerrou o ano tendo cumprido seus compromissos que somara mais de R$ 800 milhões em benefícios pagos. Para 2025, uma nova gestão assume o conselho diretivo, com a missão de modernizar a estrutura operacional e aumentar a rentabilidade dos planos.
Em mais de quatro décadas de atuação, a Fundação Família Previdência (Família Prev) passou por um momento desafiador em 2024 com o alagamento da sua sede durante a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. Apesar disso, encerrou o ano tendo cumprido seus compromissos que somara mais de R$ 800 milhões em benefícios pagos. Para 2025, uma nova gestão assume o conselho diretivo, com a missão de modernizar a estrutura operacional e aumentar a rentabilidade dos planos.
Para entender melhor esse processo, o presidente recém-empossado Fabrício Trombini Jacobus conversou com o Jornal do Comércio.

JC – Como foi o ano de 2024 para os negócios?
Fabrício Trombini Jacobus – O ano de 2024 foi particularmente desafiador para o setor de previdência complementar fechada, com volatilidade nos mercados financeiros e pressões macroeconômicas que impactaram os resultados dos investimentos. Agregado a isso, tivemos a enchente que afetou colaboradores e impediu o acesso à sede.
Mesmo nesse contexto, foi possível cumprir com todos os compromissos assumidos junto aos nossos participantes, processando a folha de mais de 9 mil assistidos, o que resultou em um total de mais de R$ 800 milhões em benefícios pagos ao longo do ano.

JC – Quais são os principais desafios da gestão que se inicia?
Jacobus – Nossa gestão definiu diretrizes estratégicas claras para o fortalecimento institucional da Fundação Família. O primeiro pilar é a modernização da estrutura operacional, com implementação de novos sistemas e reavaliação de processos buscando ampliar nossa eficiência e a qualidade do atendimento aos participantes, o que, ao mesmo tempo, trará uma otimização das despesas.
O segundo pilar contempla o aumento da rentabilidade dos planos. A Fundação deverá explorar alternativas de investimento que garantam um equilíbrio entre risco e retorno, considerando as flutuações do mercado e as tendências econômicas. Isso pode incluir a diversificação da carteira de investimentos e a adoção de estratégias que maximizem os resultados a longo prazo, mesmo em um ambiente de incertezas econômicas. Nossa meta é estabelecer bases sólidas para resultados consistentes e sustentáveis no longo prazo.

JC – Que novidades a Fundação prevê para o próximo ano?
Jacobus – Para 2025, a Fundação Família reforçará seu posicionamento estratégico voltado ao mercado B2B, ampliando sua atuação junto a empresas e entidades interessadas em oferecer planos de previdência para seus colaboradores e associados.
Nosso objetivo é fortalecer parcerias institucionais, oferecendo soluções previdenciárias mais flexíveis e personalizadas, alinhadas às necessidades de cada organização. Além disso, estamos investindo em tecnologia e inovação, visando aprimorar a experiência dos clientes institucionais e dos participantes, com processos mais ágeis e um atendimento ainda mais eficiente e personalizado.

JC – Como é constituída a carteira da Fundação Família em termos de participantes, número de empresas, entidades/clientes e patrimônio?

Jacobus – A Fundação Família possui uma carteira sólida e diversificada, refletindo sua relevância no setor de previdência privada. Atualmente, a entidade administra mais de R$ 6 bilhões em patrimônio, garantindo sustentabilidade e segurança para seus participantes.
Atendemos a 17.858 participantes, entre ativos e assistidos. Além disso, contamos com o suporte de 149 clientes institucionais, entre patrocinadores e instituidores, demonstrando a confiança de diversas empresas e entidades na gestão da Fundação. 
JC – Quantos e quais são os planos previdenciários disponíveis?
Jacobus – Atualmente, a Fundação Família administra 12 planos previdenciários, com um foco estratégico no segmento corporativo. Nosso principal objetivo é oferecer soluções que permitam às empresas proporcionarem um benefício previdenciário diferenciado para seus colaboradores, por meio do modelo de coparticipação, o que vem a auxiliar inclusive na diminuição do turnover das empresas.
Esse formato permite que tanto a empresa quanto o colaborador contribuam para a construção de uma reserva financeira sólida para o futuro, tornando o benefício mais atrativo e acessível.
Nossos planos, abaixo discriminados, são desenhados para atender diferentes perfis de participantes e instituições, sempre com foco na segurança, flexibilidade e eficiência na gestão dos investimentos: Família Previdência Associativo;Família Previdência Corporativo; Família Previdência Municípios; Único da CEEE; I da RGE; II da RGE; CEEEPrev; CRMPrev; Senge Previdência; IEABPrev; Foz do Chapecó Prev e CERANPrev.


JC – Onde os recursos da fundação estão sendo mais investidos?

Jacobus – Em janeiro de 2025, a maior parte dos recursos da Fundação Família está alocada no Segmento de Renda Fixa, com aproximadamente 82,96%, seguida pelo Segmento de Estruturados, com 11,05%; Renda Variável, com 2,98%; Segmento de Operações com Participantes, com 2,46%; e, por fim, o Segmento de Imóveis, com 0,55%.

JC – Diante do atual cenário econômico, como encarar o desafio de gerenciar os recursos?
Jacobus – Diante do atual cenário econômico, marcado por desafios como a volatilidade do mercado, as projeções elevadas de inflação e da taxa Selic, a gestão eficiente dos recursos exige uma abordagem estratégica. Para isso, a diversificação dos investimentos, o monitoramento contínuo dos riscos e um planejamento disciplinado a partir de uma política de investimentos são fundamentais.
Nesse contexto, em 2025, considerando estudo de alocação que leva em consideração o fluxo de ativos e passivos, bem como as projeções dos indicadores financeiros, a Fundação Família optou por aumentar a participação de seus recursos em Renda Fixa, priorizando ativos de menor volatilidade. Entre as principais estratégias adotadas, destacam-se alocações em ativos de Renda Fixa atrelados à Selic, o incremento de investimentos em ativos marcados a vencimento e a redução da exposição a classes de ativos que apresentam maior incerteza no período, como Renda Variável (Bolsa Local) e Fundos Multimercados Estruturados.

JC – Como estimular o brasileiro para a importância de ser previdente, sendo que a maioria da população não tem condições de poupar?

Jacobus – Esse é um desafio estrutural, pois vivemos em um país com baixo hábito de poupança e alto índice de endividamento. Para mudar esse cenário, é essencial um trabalho contínuo de educação financeira e conscientização, incentivando a cultura da previdência mesmo em um contexto de restrições financeiras.
Para isso, nossa estratégia foca na parceria com as empresas a fim de promover a oferta da previdência privada como um benefício aos seus colaboradores. Dessa forma, conseguimos estimular o acesso a esse planejamento de longo prazo e, ao mesmo tempo, disseminar que, mesmo com pequenas contribuições, é possível construir um futuro financeiro mais seguro.

JC – Qual foi o impacto das regras de transição da reforma da Previdência que começaram a valer na virada de 2024 para 2025?

Jacobus – As regras de transição da reforma da Previdência, que passaram a valer em 2025, tiveram um impacto significativo na vida dos trabalhadores, aumentando a complexidade e os requisitos para aposentadoria. Com a elevação da idade mínima e o aumento da carga de contribuição, muitos brasileiros perceberão que o INSS pode não ser suficiente para garantir a aposentadoria esperada.
Nesse contexto, a previdência privada se torna uma alternativa crucial, dado que oferece uma forma de complementar a aposentadoria pública ao permitir que as pessoas construam uma reserva financeira mais robusta. 

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