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Publicada em 28 de Fevereiro de 2025 às 17:36

Copelmi pode concluir 1ª fase de planta de fertilizantes organominerais em 2027

Empresa, que extrai carvão desde 1883 no Estado, desistiu de dois projetos

Empresa, que extrai carvão desde 1883 no Estado, desistiu de dois projetos

Tatiana Gappmayer/especial/jc
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Depois de confirmar que desistiu de instalar dois projetos de carvão no Rio Grande do Sul, uma térmica em Nova Seival e a Mina Guaíba, a Copelmi pode estar mais próxima de inaugurar a primeira etapa de sua planta para produção fertilizantes organomineirais, que combinam fertilizantes minerais com fontes orgânicas, à base de carvão. Segundo Cristiano Weber, diretor de sustentabilidade da empresa, testes já estão sendo realizados e a ideia é expandir a produção em dois anos. O investimento é previsto em R$ 40 milhões."Esse projeto, que aproveita o carvão no seu estado mais jovem para a produção de fertilizantes, já tem licença-prévia e estamos com uma planta piloto em Candiota, que está conseguindo produzir cerca de 1 tonelada por mês", explicou. Conforme Weber, a matéria-prima é misturada com fertilizantes tradicionais e apresenta desempenho 50% superior. Quando a operação estiver a pleno, a expectativa é que tenha faturamento de R$ 250 milhões e que gere em torno de 75 empregos."É um mercado novo, que utiliza o carvão, mas que não tem a emissão dos gases de efeito estufa, porque não tem a queima", disse. A ideia é usar metade da mistura com o carvão jovem e a outra metade com fertilizantes convencionais. A busca agora é por fornecedores maiores e mais investimentos.
Depois de confirmar que desistiu de instalar dois projetos de carvão no Rio Grande do Sul, uma térmica em Nova Seival e a Mina Guaíba, a Copelmi pode estar mais próxima de inaugurar a primeira etapa de sua planta para produção fertilizantes organomineirais, que combinam fertilizantes minerais com fontes orgânicas, à base de carvão. Segundo Cristiano Weber, diretor de sustentabilidade da empresa, testes já estão sendo realizados e a ideia é expandir a produção em dois anos. O investimento é previsto em R$ 40 milhões.

"Esse projeto, que aproveita o carvão no seu estado mais jovem para a produção de fertilizantes, já tem licença-prévia e estamos com uma planta piloto em Candiota, que está conseguindo produzir cerca de 1 tonelada por mês", explicou. Conforme Weber, a matéria-prima é misturada com fertilizantes tradicionais e apresenta desempenho 50% superior. Quando a operação estiver a pleno, a expectativa é que tenha faturamento de R$ 250 milhões e que gere em torno de 75 empregos.

"É um mercado novo, que utiliza o carvão, mas que não tem a emissão dos gases de efeito estufa, porque não tem a queima", disse. A ideia é usar metade da mistura com o carvão jovem e a outra metade com fertilizantes convencionais. A busca agora é por fornecedores maiores e mais investimentos.

Projetos de mineração perderam viabilidade econômica, afirma Copelmi

Inicialmente, o projeto de Nova Seival, concebido em 2020, previa investimentos de US$ 1 bilhão, e a Mina Guaíba, que teve início do licenciamento em 2014, previa investimento de R$ 250 milhões. A ideia era formar um polo carboquímico na Região Metropolitana que poderia passar de R$ 10 bilhões em investimentos.

"O principal motivo para a desistência foi a viabilidade econômica. Novas políticas de transição energética foram definidas, o que dificultou o acesso ao crédito através do BNDES", afirmou o diretor de sustentabilidade da Copelmi, Cristiano Weber. 
Em nota, o Comitê de Combate à Megamineração no RS comemorou a desistência e afirmou que os "empreendimentos a serem instalados trariam graves e severos prejuízos à natureza e aos modos de vida das comunidades que seriam atingidas por esses empreendimentos. As comunidades indígenas Mbya-Guarani e camponesas dos assentamentos da reforma agrária, cabalmente ignoradas pela empresa durante os licenciamentos ambientais, foram centrais no processo de resistência a esses dois grandes empreendimentos poluidores. Ou seja, em verdade trata-se de uma importante vitória que é o resultado de um amplo processo de mobilização e articulação popular."
Ainda de acordo com o comitê, os empreendimentos "foram barrados por duas importantes sentenças judiciais, frutos da aliança entre a produção de pareceres técnicos qualificados e a litigância climática estratégica, que mostrou-se, nesses casos, uma importante ferramenta na luta da sociedade civil para buscar impedir e repelir os ataques e violações a direitos humanos, econômicos, sociais, culturais e ambientais que os empreendimentos acarretariam."

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