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Publicada em 17 de Fevereiro de 2025 às 12:25

Evento debate soluções de infraestrutura para resiliência climática

O seminário foi realizado nesta segunda-feira, no Instituto Ling, em Porto Alegre

O seminário foi realizado nesta segunda-feira, no Instituto Ling, em Porto Alegre

TÂNIA MEINERZ/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
Primeira de uma série de iniciativas voltadas ao desenvolvimento de melhores práticas para preparar os serviços públicos básicos em futuras ocorrências meteorológicas graves como as transcorridas em maio do ano passado no Rio Grande do Sul, o seminário “Infraestrutura Resiliente e Eventos Climáticos Extremos” reúne representantes de distribuidoras nesta segunda-feira (17) em Porto Alegre. Na parte da manhã, o debate envolveu concessionárias de distribuição de energia, saneamento e rodovias.
Primeira de uma série de iniciativas voltadas ao desenvolvimento de melhores práticas para preparar os serviços públicos básicos em futuras ocorrências meteorológicas graves como as transcorridas em maio do ano passado no Rio Grande do Sul, o seminário “Infraestrutura Resiliente e Eventos Climáticos Extremos” reúne representantes de distribuidoras nesta segunda-feira (17) em Porto Alegre. Na parte da manhã, o debate envolveu concessionárias de distribuição de energia, saneamento e rodovias.
Para melhor explicar a situação, o diretor presidente da CEEE Equatorial RS, Riberto Barbanera, lembrou da situação em que a concessionária se encontrava em 2021, quando a empresa assumiu a operação. “Faz praticamente três anos e meio que estamos aqui. Encontramos uma concessão bastante degradada, tecnicamente falando. E uma rede fragilizada numa condição climática normal é uma coisa, mas numa concessão um sistema elétrico fragilizado diante de eventos climáticos severos é outra”, afirmou o dirigente.
De acordo com ele, desde então já foram investidos mais de R$ 2,5 bilhões em substações, ampliações, renovações, novas redes, rede compacta e troca de postes. “Um detalhe que eu gosto de citar para dar uma boa referência é o fato de que a CEEE Equatorial tem um total de 800 mil postes na sua concessão, cerca de 550 mil são de madeira, em estado de depreciação”, destacou.
Em sua apresentação, o diretor regulatório da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Ricardo Brandão, destacou outros hiatos de planejamentos urbanos que levam ao agravamento das consequências das enchentes no Estado: “Uma parte dos estudos que estamos fazendo diz respeito ao manejo arbóreo. A gente vê em grandes cidades do Brasil árvores de 25, 30 metros. Nos Estados Unidos, por exemplo, cidades como Washington e Chicago, muito arborizadas, têm espécies de 3 a 5 metros no máximo”.
Ao apresentar o case de como a Rodovia 287 foi afetada pelas enchentes, o diretor geral da Concessionária Rota de Santa Maria, Leandro Conterato, frisou a pouca preparação da estrutura rodoviária para enfrentar essa nova realidade climática. “Os impactos dos danos sofridos pela rodovia podem ser superiores a R$ 300 milhões, e precisamos aplicar muita engenharia, revisar parâmetros de dimensionamento de projetos e tentar implementar obras nesse sentido. O desafio é fazer isso dentro de um contrato de concessão já existente”, analisou Conterato.
Ele adiantou que a empresa já está trabalhando em conjunto com a Secretaria de Reconstrução Gaúcha no desenvolvimento de projetos “visando definir essas novas soluções da engenharia a serem implementadas para garantir esse conceito de resiliência climática”. A expectativa é que nos próximos meses já se tenham projetos e novas obras de reconstrução e de prevenção definidas.
Na questão de saneamento, o vice-presidente de Operações Aegea-Corsan, Leandro Marin, reforçou a necessidade de investimentos públicos e privados no sentido de garantir a eficiência desses serviços. “O poder público tem um papel fundamental nessa discussão, pois é ele a contraparte dos contratos. Junto das agência de regulação, que por definição, são as grandes guardiãs dessa relação contratual. Então o debate é muito importante para que a gente fale dos problemas, mas principalmente aponte as soluções”, avaliou.
À reportagem do Jornal do Comércio, o gestor adiantou que pretende apresentar ao governo do Estado nas próximas semanas um plano “bastante robusto” para os municípios da sua área de concessão, que abrange 317 municípios. “E para as agências de regulação, apresentaremos um plano de resiliência climática, principalmente contra as enchentes, mas também contra as secas, um investimento na ordem de R$ 1,5 bilhão em recursos privados”, explicou. Entre as ações, Marin aponta a realocação de estações de tratamento de água e esgoto que foram totalmente alagadas, “para que, numa nova ocorrência, essas instalações não alaguem e estejam numa cota, numa região onde essa água não chegue”.

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