Porto Alegre, seg, 31/03/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 16 de Fevereiro de 2025 às 17:30

Aeromóvel só voltará em 2026 ao Salgado Filho e exigirá modernização

Carro do aeromóvel está parado ao lado da estação Aeroporto, da Trensurb desde maio

Carro do aeromóvel está parado ao lado da estação Aeroporto, da Trensurb desde maio

EVANDRO OLIVEIRA/JC
Compartilhe:
Patrícia Comunello
Patrícia Comunello
Um dos serviços que mais "barateiam" e facilitam o transporte de usuários do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, ficará mais tempo fora do ar. O aeromóvel, o único que circulava comercialmente no Brasil e de tecnologia gaúcha - um outro está em testes e vai entrar em operação no Aeroporto Internacional de Guarulhos este ano -, só vai ser reativado entre o terminal de passageiros do aeroporto e a estação da Trensurb em 2026.
Um dos serviços que mais "barateiam" e facilitam o transporte de usuários do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, ficará mais tempo fora do ar. O aeromóvel, o único que circulava comercialmente no Brasil e de tecnologia gaúcha - um outro está em testes e vai entrar em operação no Aeroporto Internacional de Guarulhos este ano -, só vai ser reativado entre o terminal de passageiros do aeroporto e a estação da Trensurb em 2026.
O transporte está parado desde começo de maio, devido aos impactos da enchente histórica. A estatal chegou a prever, no fim de 2024, que a conexão poderia voltar em meados deste ano. O aeromóvel começou a rodar em 2013 e foi construído para a Copa do Mundo de 2014. 
A informação sobre mais tempo para reativação é da estatal de trens metropolitanos. O Salgado Filho ficou fechado para voos até 20 de outubro, também devido aos graves danos gerados pela inundação. A estação do ramal sobre trilho é bem em frente ao terminal e está fechada desde a cheia. Já os carros do transporte estão estacionados na rampa de concerto, ao lado da estação Aeroporto, às margens da avenida dos Estados, na saída para Canoas.
Marcus Coester, CEO da Aeromóvel Brasil, chamado de Aerom, diz que houve "perda total em vários equipamentos elétricos e de automação", por isso que o conserto terá prazo muito maior, além de tudo indica demandar a troca por sistema mais moderno. 
O aeromóvel que desliza sobre uma pista de quase um quilômetro tinha como vantagem, quando estava operando, o custo e a ligação rápida com o restante do sistema do metrô, com conexão até o Centro da Capital e também até Novo Hamburgo. O usuário pagava a passagem, hoje de R$ 4,50, do veículo leve sobre trilhos, movido por propulsão a ar, e podia seguir a outros destinos, após desembarcar na estação Aeroporto. Também podia acessar o terminal aéreo, vindo de outras origens, sem pagar outro bilhete. 
A Trensurb diz que a Aerom elaborou "um laudo sobre a condição de cada equipamento que estava nas duas salas técnicas atingidas pela enchente, para definir o que pode ser recuperado (motores propulsores, motores elétricos, quadros de comando eletrônicos, sistemas geradores, servidores, switches, sistema de comunicação, reconstrução predial)".
O laudo da Aerom está sendo analisado por técnicos da estatal para apontar se será possível reaproveitar os materiais ou se terá ser feita a compra de novos equipamentos. Após esse exame, será definida a forma de contratação e o valor para recompor a ligação.
A Trensurb diz que o fabricante e detentora da tecnologia estipulo até 12 meses para dar conta das necessidades, tanto da recuperação como reconstrução e instalação de novos equipamentos e sistemas. O prazo será fim de 2025. A estatal diz, em nota, que "estuda a possibilidade de disponibilizar alternativas de transporte no trecho, como um serviço de microônibus". 
Coester pondera que a possibilidade maior é de substituição por novos materiais, pois os usados no sistema de Porto Alegre são "obsoletos". "Isso obriga uma modernização e precisam ser aplicadas tecnologias atualizadas. Muitos equipamentos nem se fabricam mais", previne o CEO.
O empresário explica que muitos equipamentos e tecnologias a serem levados ao aeromóvel no complexo aeroportuário são os que foram instalados em Guarulhos. O que é descartado é a troca dos veículos que transportam os usuários. A cheia atingiu materiais e redes que estavam em pontos mais baixos ou no solo. 
Em Guarulhos, o trem vai ligar a estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que chega à região (a linha 13, Jade) e os três terminais (1, 2 e 3, que é o internacional). Serão dois veículos, como os da Capital. A viagem deve levar seis minutos entre as quatro paradas. Em uma hora, devem ser transportados 2 mil passageiros. 

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários