O prefeito de Imbé, Ique Vedovato (MDB), afirma que o recurso para a construção da nova ponte que liga o município à vizinha Tramandaí está garantido através do Programa Avançar, do governo do Estado. Agora, resta saber se o local indicado será liberado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Uma das condições é que a estrutura arquitetônica não tenha intervenções na água com pilastras, por ser uma região sensível por causa da presença dos botos. Na entrevista abaixo, o prefeito fala sobre expectativa de datas e sobre as condições das pontes atuais. "Já estão deterioradas", alerta.
Jornal do Comércio – As prefeituras de Tramandaí e de Imbé já estão ouvindo a população local sobre a construção da ponte entre os dois municípios litorâneos?
Ique Vedovato (MDB) – Na verdade, ainda não foi aberto o espaço oficial para que a população venha a se manifestar sobre o assunto. Isto só irá ocorrer no momento em que nós obtivermos o anteprojeto da ponte. Hoje, nós temos o local e a licença prévia ambiental. Quando tivermos o anteprojeto e também a garantia da captação necessária de recursos para concluir a ponte, segundo a modalidade indicada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), então, abriremos espaço para audiência pública, que é obrigatória.
JC – Já existe um local definido para construção?
Vedovato – Sim, isto já ocorreu há um tempo. Nós obtivemos recursos da bancada gaúcha e também conseguimos uma alteração orçamentária da União, destinado via Ministério das Cidades, o valor de R$ 2,7 milhões, destinado uma parte para que pudéssemos fazer o estudo necessário.
JC – O que foi realizado com esse recurso?
Vedovato – Com uma parte desse recurso, contratamos uma empresa de engenharia, que durante dois anos realizou o chamado plano funcional.
JC – Para que serve esse plano funcional?
Vedovato – Esse plano funcional, resumida e didaticamente, teve como objetivo estudar o local das pontes. Foi sugerido dois locais, onde pontes complementares poderiam funcionar, levando em consideração o futuro e podendo, inclusive, suprir as atuais, caso necessário. Então, um local por dentro da lagoa, fazendo a ligação da avenida Porto Alegre, em Imbé, com a avenida Ruben Berta, em Tramandaí. Uma ponte com 1,6 km de comprimento. Trata-se de uma obra magnífica, mas com preço elevadíssimo, ou seja, com um valor estimado em R$ 200 milhões. A outra ponte, na realidade, seria um conjunto de pontes – um binário, para ser construído onde antigamente havia a ponte da Sardinha. Essa obra teria um custo menor porque a travessia seria de aproximadamente 130 metros (de cabeceira a cabeceira). Com uma estimativa de custo ao redor de R$ 40 milhões.
JC – Então foram indicados inicialmente dois traçados?
Vedovato – Sim, foram indicados dois traçados de pontes. Eles, porém, não se excluem. Eles são complementares. Não há dinheiro para fazer os dois traçados de obras.
JC – O projeto leva em conta o desenvolvimento das duas cidades?
Vedovato – Sim, a partir do momento em que o plano funcional indicou esses locais, foi feita análise de desenvolvimento e de progressão de expansão das cidades com base nos planos diretores.
JC – O senhor pode falar sobre os recursos necessários para execução da obra viável no momento?
Vedovato – Após, sabermos os locais, buscamos junto ao governo do Estado, a garantia dos recursos (R$ 40 milhões) para a construção desse conjunto de pontes (binárias), ou seja, as menores. Nós conveniamos com o governo do Estado e esse recurso está garantido através do Programa Avançar. Agora, resta saber se o local indicado será liberado pela Fepam. Então, lá no início, parte dos recursos foram para uma empresa poder viabilizar o processo para o licenciamento ambiental das duas pontes. Uma delas, interna, ou seja, construída por dentro da lagoa. Neste caso, a Fepam exigiu o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Trata-se de um estudo caro e demorado, que oportunamente iremos fazer, quando tivermos os recursos necessários.
JC – O binário será próximo à praia, onde havia a ponte da Sardinha?
Vedovato – Sim, a construção do binário será próxima à praia, onde havia a ponte da Sardinha. A Fepam nos informou que não seria necessário o EIA/Rima, desde que houvesse um compromisso de que a estrutura arquitetônica da ponte não tivesse intervenções na água com pilastras, por ser uma região sensível por causa da presença dos botos no local.
JC – Há uma tendência de algum modelo arquitetônico para as pontes binárias?
Vedovato – Estamos na fase de anteprojeto para criar um conceito. Ela poderá ser, por exemplo, estaiada ou arqueada, mas o modelo arquitetônico ainda está em estudo. Como fazer essa ponte com um vão de 129 metros, sem que haja intervenção dentro da água? O problema é quanto irá custar essa obra? Estimativamente e, de modo empírico, uma ponte estaiada custa o dobro de uma comum. Então, aqueles recursos iniciais no valor de R$ 40 milhões se transformariam em R$ 80 milhões. Há um aceno do governo estadual em aportar tais recursos, ou seja, mais R$ 40 milhões. Mas, não há garantia, porque não houve a assinatura de convênio. Então, o que nós estamos fazendo neste momento? Bom, estamos trabalhando no projeto básico, que é conceitual e irá demonstrar o tamanho da ponte e seu estilo. Deste modo, teremos uma planilha prévia orçamentária da obra para que depois nós possamos repactuar o convênio com o governo do Estado, buscando o valor que, porventura, eventualmente venha a faltar. Feito isso, nós já temos o local da obra, a licença ambiental, o anteprojeto e o recurso, aí partiremos para a licitação. E nós vamos fazer um sistema de licitação integrada, onde a empresa que ganhar a licitação terá que desenvolver uma ponte dentro do conceito do projeto básico. Ela irá se responsabilizar pelo projeto executivo.
JC – Quando esse anteprojeto deverá estar pronto?
Vedovato – Nós pretendemos ter esse anteprojeto pronto ainda no primeiro semestre deste ano para que possamos fazer as audiências públicas nas cidades de Tramandaí e de Imbé, oferecendo, inclusive, oportunidade para a oposição de alguém que achar o contrário e que o ideal não é o que se está propondo. E caso haja o entendimento da maioria da população e eu acredito e confio que vai ter, porque trata-se de uma solução para um problema histórico, iremos licitar essa obra até o final do primeiro semestre deste ano.
JC – Quando a obra deverá iniciar?
Vedovato – A obra deve começar no segundo semestre deste ano, já a empresa contratada para fazer a execução é quem irá dizer quanto tempo será necessário para concluir os trabalhos.
JC – O senhor está otimista em relação à liberação dos recursos?
Vedovato – Os primeiros R$ 40 milhões estão garantidos em uma conta do governo estadual. O executivo não tem dificuldade em repassar esse dinheiro, porque ele está no convênio Avançar. Então, o dinheiro está lá, inclusive o governo estadual não pode gastar esse recurso em outra obra que não essa. O que nós temos que fazer em 2025 é repactuar o convênio aumentando de R$ 40 milhões para R$ 80 milhões. Para isto vamos ter a necessidade de uma articulação política. O vice-governador Gabriel Souza, enquanto governador, em janeiro, fez o anúncio da licença. Agora, destravou a licença e nós poderemos ter a ponte. Há um aceno positivo do governo, o que pode garantir o restante do valor que eventualmente venha a faltar para execução da obra. É um ano bom para as finanças do Estado. O governo vai querer fazer investimento nas cidades e vai precisar dos municípios e essa obra é uma obra histórica. Há muito tempo, ela precisava ser feita; na verdade, a obra nem é dos municípios de Tramandaí e de Imbé. Nós somos convenientes aqui, nós precisamos que essas pontes existam, mas são obras do Estado. A medida que o Estado inteiro tem dificuldade nesse gargalo que é a travessia no rio Tramandaí.
JC – Já existe um local definido para construção?
Vedovato – Sim, isto já ocorreu há um tempo. Nós obtivemos recursos da bancada gaúcha e também conseguimos uma alteração orçamentária da União, destinado via Ministério das Cidades, o valor de R$ 2,7 milhões, destinado uma parte para que pudéssemos fazer o estudo necessário.
JC – O que foi realizado com esse recurso?
Vedovato – Com uma parte desse recurso, contratamos uma empresa de engenharia, que durante dois anos realizou o chamado plano funcional.
JC – Para que serve esse plano funcional?
Vedovato – Esse plano funcional, resumida e didaticamente, teve como objetivo estudar o local das pontes. Foi sugerido dois locais, onde pontes complementares poderiam funcionar, levando em consideração o futuro e podendo, inclusive, suprir as atuais, caso necessário. Então, um local por dentro da lagoa, fazendo a ligação da avenida Porto Alegre, em Imbé, com a avenida Ruben Berta, em Tramandaí. Uma ponte com 1,6 km de comprimento. Trata-se de uma obra magnífica, mas com preço elevadíssimo, ou seja, com um valor estimado em R$ 200 milhões. A outra ponte, na realidade, seria um conjunto de pontes – um binário, para ser construído onde antigamente havia a ponte da Sardinha. Essa obra teria um custo menor porque a travessia seria de aproximadamente 130 metros (de cabeceira a cabeceira). Com uma estimativa de custo ao redor de R$ 40 milhões.
JC – Então foram indicados inicialmente dois traçados?
Vedovato – Sim, foram indicados dois traçados de pontes. Eles, porém, não se excluem. Eles são complementares. Não há dinheiro para fazer os dois traçados de obras.
JC – O projeto leva em conta o desenvolvimento das duas cidades?
Vedovato – Sim, a partir do momento em que o plano funcional indicou esses locais, foi feita análise de desenvolvimento e de progressão de expansão das cidades com base nos planos diretores.
JC – O senhor pode falar sobre os recursos necessários para execução da obra viável no momento?
Vedovato – Após, sabermos os locais, buscamos junto ao governo do Estado, a garantia dos recursos (R$ 40 milhões) para a construção desse conjunto de pontes (binárias), ou seja, as menores. Nós conveniamos com o governo do Estado e esse recurso está garantido através do Programa Avançar. Agora, resta saber se o local indicado será liberado pela Fepam. Então, lá no início, parte dos recursos foram para uma empresa poder viabilizar o processo para o licenciamento ambiental das duas pontes. Uma delas, interna, ou seja, construída por dentro da lagoa. Neste caso, a Fepam exigiu o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Trata-se de um estudo caro e demorado, que oportunamente iremos fazer, quando tivermos os recursos necessários.
JC – O binário será próximo à praia, onde havia a ponte da Sardinha?
Vedovato – Sim, a construção do binário será próxima à praia, onde havia a ponte da Sardinha. A Fepam nos informou que não seria necessário o EIA/Rima, desde que houvesse um compromisso de que a estrutura arquitetônica da ponte não tivesse intervenções na água com pilastras, por ser uma região sensível por causa da presença dos botos no local.
JC – Há uma tendência de algum modelo arquitetônico para as pontes binárias?
Vedovato – Estamos na fase de anteprojeto para criar um conceito. Ela poderá ser, por exemplo, estaiada ou arqueada, mas o modelo arquitetônico ainda está em estudo. Como fazer essa ponte com um vão de 129 metros, sem que haja intervenção dentro da água? O problema é quanto irá custar essa obra? Estimativamente e, de modo empírico, uma ponte estaiada custa o dobro de uma comum. Então, aqueles recursos iniciais no valor de R$ 40 milhões se transformariam em R$ 80 milhões. Há um aceno do governo estadual em aportar tais recursos, ou seja, mais R$ 40 milhões. Mas, não há garantia, porque não houve a assinatura de convênio. Então, o que nós estamos fazendo neste momento? Bom, estamos trabalhando no projeto básico, que é conceitual e irá demonstrar o tamanho da ponte e seu estilo. Deste modo, teremos uma planilha prévia orçamentária da obra para que depois nós possamos repactuar o convênio com o governo do Estado, buscando o valor que, porventura, eventualmente venha a faltar. Feito isso, nós já temos o local da obra, a licença ambiental, o anteprojeto e o recurso, aí partiremos para a licitação. E nós vamos fazer um sistema de licitação integrada, onde a empresa que ganhar a licitação terá que desenvolver uma ponte dentro do conceito do projeto básico. Ela irá se responsabilizar pelo projeto executivo.
JC – Quando esse anteprojeto deverá estar pronto?
Vedovato – Nós pretendemos ter esse anteprojeto pronto ainda no primeiro semestre deste ano para que possamos fazer as audiências públicas nas cidades de Tramandaí e de Imbé, oferecendo, inclusive, oportunidade para a oposição de alguém que achar o contrário e que o ideal não é o que se está propondo. E caso haja o entendimento da maioria da população e eu acredito e confio que vai ter, porque trata-se de uma solução para um problema histórico, iremos licitar essa obra até o final do primeiro semestre deste ano.
JC – Quando a obra deverá iniciar?
Vedovato – A obra deve começar no segundo semestre deste ano, já a empresa contratada para fazer a execução é quem irá dizer quanto tempo será necessário para concluir os trabalhos.
JC – O senhor está otimista em relação à liberação dos recursos?
Vedovato – Os primeiros R$ 40 milhões estão garantidos em uma conta do governo estadual. O executivo não tem dificuldade em repassar esse dinheiro, porque ele está no convênio Avançar. Então, o dinheiro está lá, inclusive o governo estadual não pode gastar esse recurso em outra obra que não essa. O que nós temos que fazer em 2025 é repactuar o convênio aumentando de R$ 40 milhões para R$ 80 milhões. Para isto vamos ter a necessidade de uma articulação política. O vice-governador Gabriel Souza, enquanto governador, em janeiro, fez o anúncio da licença. Agora, destravou a licença e nós poderemos ter a ponte. Há um aceno positivo do governo, o que pode garantir o restante do valor que eventualmente venha a faltar para execução da obra. É um ano bom para as finanças do Estado. O governo vai querer fazer investimento nas cidades e vai precisar dos municípios e essa obra é uma obra histórica. Há muito tempo, ela precisava ser feita; na verdade, a obra nem é dos municípios de Tramandaí e de Imbé. Nós somos convenientes aqui, nós precisamos que essas pontes existam, mas são obras do Estado. A medida que o Estado inteiro tem dificuldade nesse gargalo que é a travessia no rio Tramandaí.

Local também é utilizado para pesca
IVAN DE ANDRADE/DIVULGAÇÃO/JC
JC – O problema do trânsito sobre o rio Tramandaí tem aumentando?
Vedovato – Durante a temporada de verão, a população das cidades de Imbé e de Tramandaí são multiplicadas por 10. Nós temos uma população de 32 mil habitantes aproximadamente e no veraneio e em feriados chega a 350 mil pessoas. A alternativa seria a BR-101. Para quem vem do Norte para o Sul, ou passa por aqui ou tem que passar pela Estrada do Mar, teria que ir a Osório para fazer a volta. Ou passar pela BR 101 nas praias mais próximas, representando um aumento de quilometragem e custos.
JC – A atual passagem sobre o rio Tramandaí está deteriorada?
Vedovato – As atuais pontes já estão deterioradas. Elas estão em um estado de deterioração bem avançado. Já receberam reformas e eu não sei se tem mais como mantê-las por um bom tempo com carga menor. Eu acho que elas ainda duram, mas se continuarem a receber carga pesada com ônibus e caminhões há uma dificuldade. Por mais que elas tenham limitação hoje há uma capacidade de carga. Uma das pontes é para 14 toneladas. Já as outras duas são para 23 toneladas, ou seja, o equivalente a um caminhão truque carregado. Então, as mercadorias que acabam chegando ou passando por aqui têm que ser divididas em caminhões menores. Isso encarece o custo do frete e encarece a mercadoria para o cidadão.