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Publicada em 01 de Fevereiro de 2025 às 12:40

Postos esperam consumo normal apesar de aumento dos combustíveis

Movimentação foi tranquila no primeiro dia de vigência de reajustes

Movimentação foi tranquila no primeiro dia de vigência de reajustes

Jefferson Klein/Especial/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
Esse sábado (1º) é o primeiro dia de vigência do aumento do ICMS cobrado sobre os combustíveis e também da elevação dos preços do diesel comercializado pela Petrobras.
Esse sábado (1º) é o primeiro dia de vigência do aumento do ICMS cobrado sobre os combustíveis e também da elevação dos preços do diesel comercializado pela Petrobras.
Apesar dos incrementos e depois de uma corrida dos motoristas para abastecer seus veículos na sexta-feira (31), a circulação em postos de Porto Alegre foi regular no começo deste final de semana e os revendedores projetam que não haverá maiores reflexos nas vendas dos produtos.
No caso do imposto estadual, cada litro de gasolina e etanol hidratado vendido passou de uma tributação de R$ 1,37 para R$ 1,47 (alta de R$ 0,10) e para o óleo diesel a alteração foi de R$ 1,06 para R$ 1,12 (elevação de R$ 0,06). Soma-se a isso o incremento do custo do diesel nas refinarias da Petrobras, que passou, em média, para R$ 3,72 por litro, um reajuste de R$ 0,22.
O consumidor mais atento pôde notar ainda neste sábado pela manhã diferenças de preços entre estabelecimentos da capital gaúcha. Por exemplo, um posto localizado próximo ao aeroporto Salgado Filho estava cobrando o litro do etanol a R$ 4,89, a gasolina comum a R$ 5,99 e o diesel a R$ 5,89 e outro estabelecimento a poucos metros de distância estava praticando, respectivamente, os valores de R$ 5,99, R$ 6,19 e R$ 6,19 sobre os mesmos combustíveis. No entanto, um profissional do primeiro posto informou à reportagem do Jornal do Comércio que já havia sido comunicado que eles também iriam alterar os seus preços em breve.
Apesar da elevação dos custos, o gerente de um posto da Rede VIP 24 horas Eduardo Medeiros considerou o movimento de clientes normal neste sábado. “Até porque o pessoal tem que abastecer”, resume Medeiros. Já o mecânico de refrigeração Elisandro Sartori aponta como um exagero o impacto para o consumidor. “O custo de vida hoje está muito caro, o nosso poder aquisitivo, o nosso poder de compra, já diminuiu bastante”, reclama Sartori. Ele antecipa que, com o aumento dos combustíveis, vários outros produtos terão seus custos elevados.
Por sua vez, o motorista de aplicativo Cristiano do Nascimento Pereira também julga o incremento nos custos dos combustíveis como acentuado. Ele acrescenta que na sua profissão é difícil repassar esse gasto extra. “O valor do aplicativo continua o mesmo”, reforça. Analisando a situação de forma ampla, o presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, pensa que houve um peso político para o momento dos aumentos na refinaria e dos impostos, pois assim o ônus é “compartilhado” já que os estados subiram o ICMS e a Petrobras, empresa controlada pelo governo federal, elevou o custo da produção do diesel.
O dirigente comenta que em casos de aumentos como esses pode haver uma retração nos primeiros dias. “Mas, na sequência há uma acomodação natural”, enfatiza o dirigente. De acordo com o presidente do Sulpetro, a margem bruta dos postos está muito baixa, em torno de 10%, em média. Ou seja, se o litro do combustível está sendo vendido a R$ 6,00, o revendedor fica com em torno de R$ 0,60, sendo que os impostos correspondem a cerca de um terço do preço final.
Dal’Aqua também adverte que o preço baixo não significa necessariamente o melhor negócio para o consumidor. “Porque mágica não existe”, enfatiza o dirigente. A preocupação é quanto a estabelecimentos que oferecem grandes diferenças, mas que adotam práticas irregulares como adulteração e sonegação. O representante do Sulpetro frisa que os revendedores precisam fazer um cálculo apurado de seus estoques.
Então, conforme o dirigente, algum posto que subiu os preços na bomba antes deste sábado pode ter buscado remunerar um pouco melhor a sua margem ou estava com estoque muito baixo. “Cada um tem a sua realidade”, argumenta. Dal’Aqua acrescenta que o mercado também tende a equilibrar a competição, em médio e longo prazo.
A pesquisa de levantamentos de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), feita entre 26 de janeiro a 1º de fevereiro, indica que o custo médio do litro da gasolina comum em postos de Porto Alegre no período era de R$ 5,98 e da gasolina aditivada de R$ 6,23. No geral do Rio Grande do Sul esses valores foram, respectivamente, de R$ 6,07 e R$ 6,27. Já o óleo diesel comercializado na Capital custava em média R$ 5,88 e o etanol hidratado R$ 4,86. No Estado, por sua vez, o litro médio do diesel valia R$ 6,07 e do álcool R$ 4,75.

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