Porto Alegre, sáb, 22/02/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 30 de Janeiro de 2025 às 17:08

Porto Alegre tem menor estoque de imóveis novos em cinco anos, aponta pesquisa

A alta taxa de juros (Selic) indicada pelo Banco Central contribui para a baixa nos lançamentos

A alta taxa de juros (Selic) indicada pelo Banco Central contribui para a baixa nos lançamentos

TÂNIA MEINERZ/JC
Compartilhe:
Amanda Flora
Amanda Flora
Porto Alegre registrou o menor número de imóveis novos em estoque desde 2020, com 4.802 unidades disponíveis para compra. Os dados são da última pesquisa Panorama do Mercado Imobiliário, elaborada mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), em parceria com as empresas Alphaplan e Órulo.A queda no estoque de imóveis novos e dos lançamentos no mercado imobiliário vai de encontro com a quantidade visível de propagandas de novos empreendimentos em construção que a população observa ao andar pelas ruas da Capital. Segundo o sócio-diretor da Alphaplan, Tiago Jung Dias, isso acontece, pois o ritmo de lançamentos em 2023 estava em alta, com isso, o estoque acabava ficando maior, mas houve uma retração em 2024. “A taxa de juros alta começou a restringir muito o acesso do consumidor final ao crédito. Então ficou mais difícil de lançar e de vender novos imóveis. Nesse ano de 2024, não foi diferente esse freio nos lançamentos, justamente por conta da alta taxa de juros”, explica.
Porto Alegre registrou o menor número de imóveis novos em estoque desde 2020, com 4.802 unidades disponíveis para compra. Os dados são da última pesquisa Panorama do Mercado Imobiliário, elaborada mensalmente pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), em parceria com as empresas Alphaplan e Órulo.

A queda no estoque de imóveis novos e dos lançamentos no mercado imobiliário vai de encontro com a quantidade visível de propagandas de novos empreendimentos em construção que a população observa ao andar pelas ruas da Capital. Segundo o sócio-diretor da Alphaplan, Tiago Jung Dias, isso acontece, pois o ritmo de lançamentos em 2023 estava em alta, com isso, o estoque acabava ficando maior, mas houve uma retração em 2024. “A taxa de juros alta começou a restringir muito o acesso do consumidor final ao crédito. Então ficou mais difícil de lançar e de vender novos imóveis. Nesse ano de 2024, não foi diferente esse freio nos lançamentos, justamente por conta da alta taxa de juros”, explica.
Segundo o Sinduscon, o volume de lançamentos caiu de R$ 3,4 bilhões em 2023 para R$ 2,6 bilhões em 2024, menor nível dos últimos cinco anos. Esse movimento contribuiu para um consumo maior do estoque disponível, que teve uma redução de 3% ao longo do ano. No total, foram 2.848 unidades lançadas e 4.490 unidades comercializadas em 2024.
A pesquisa Panorama do Mercado Imobiliário não contempla imóveis do Programa de habitação de Interesse Social (MCMV), como o Minha Casa, Minha Vida ou programas estaduais de financiamento habitacional. O relatório traz dados de imóveis novos prontos para habitação, podendo ser tanto para fins de moradia quanto para comércio e serviços. As moradias participantes da pesquisa variam do tipo vertical (prédios e torres) e horizontal (casas e construções baixas).
As expectativas do setor para 2025 dependem da tabela de juros. Na última quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) de 12,25% para 13,25% ao ano. Para Dias, a Selic alta influencia diretamente no lançamento de novos empreendimentos no setor da construção civil. “Uma alta taxa durante muito tempo dificulta tanto o consumidor final que quer comprar sua unidade e acaba pagando muito mais com taxas punitivas, quanto para o empresário que quer construir uma nova obra e acaba segurando um lançamento”, finaliza.

Tipo de imóvel influencia investimento

Entre os empreendimentos lançados, houve um aumento na comercialização de Stúdios (apartamentos com quarto, sala e cozinha integrados) e apartamentos de um dormitório, que passou a representar 29% do Valor Geral de Vendas (VGV) do ano, contra 23% em 2023. Por outro lado, as unidades de três dormitórios, que ainda dominam o estoque geral, viram sua participação nos lançamentos cair de 59% para 46% em 2024.
Dias explica que a preferência por imóveis novos menores tem relação com valores, mas também com investimentos no mercado imobiliário. “Uma parcela grande do mercado que é investidor, acaba comprando unidades mais compactas para poder rentabilizar com a locação ou a valorização do metro quadrado para vender no futuro”, alega.
Com o preço do aluguel 26% mais caro em Porto Alegre, o investimento no ramo da locação ficou ainda mais atrativo. “As pessoas que estavam querendo comprar imóvel desistiram e voltaram para o aluguel também. Esse fenômeno reforçou o investimento em locação”, finaliza Dias.

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários