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Publicada em 22 de Janeiro de 2025 às 17:58

Terraplanagem da fábrica de etanol em Passo Fundo deve ser concluída em março

Erasmo Carlos Battistella, da Be8, afirma que obra está

Erasmo Carlos Battistella, da Be8, afirma que obra está "a todo vapor"

Divulgação Be8/JC
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Jefferson Klein
Jefferson Klein Repórter
A construção da unidade de etanol a partir do processamento de cereais (trigo, triticale, milho, entre outros) que a empresa Be8 está realizando em Passo Fundo está próxima de completar mais uma etapa. No momento, está sendo conduzida a fase de terraplanagem, que deve ser concluída no final de março, para depois começar as obras civis e a montagem dos equipamentos.
A construção da unidade de etanol a partir do processamento de cereais (trigo, triticale, milho, entre outros) que a empresa Be8 está realizando em Passo Fundo está próxima de completar mais uma etapa. No momento, está sendo conduzida a fase de terraplanagem, que deve ser concluída no final de março, para depois começar as obras civis e a montagem dos equipamentos.
O presidente da companhia, Erasmo Carlos Battistella, afirma que o empreendimento está sendo tocado “a todo vapor”. O complexo deverá entrar em operação no final de 2026. A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina) ou hidratado (consumo direto) e terá capacidade de 220 milhões de litros ao ano.
A Be8 também vai oferecer ao mercado o farelo oriundo do processamento dos cereais, conhecido como DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português), obtido imediatamente após o processo fermentativo de produção de etanol. Esse é um coproduto, com grande potencial de utilização em rações animais. Serão produzidas 155 mil de toneladas por ano de farelo.
Também será integrada ao projeto a produção de glúten vital, um concentrado proteico em pó obtido a partir da farinha de cereais. Atualmente todo o glúten consumido no Brasil é importado. O complexo produzirá 35 mil toneladas ao ano de glúten vital. No ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 729,7 milhões para a construção da fábrica de álcool e farelo.
Divulgando o potencial dos biocombustíveis, nesta semana Battistella participa do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça. Nesta quarta-feira (22), o empresário gaúcho integrou um painel com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e se encontrou com o Comissário para Transporte Sustentável e Turismo da União Europeia, Apostolos Tzitzikostas.
Um dos pontos ressaltados por Battistella durante o evento é como os biocombustíveis fazem bem para o meio ambiente e também para a economia. “Por exemplo, o biodiesel praticamente gera 14 vezes mais PIB do que se comparado com a cadeia da produção do diesel (fóssil)”, aponta o dirigente.
Nessa quinta-feira (23), Battistella participará de um painel que acontecerá em parceria com as também gaúchas Randon e a Gerdau, no qual serão apresentadas as iniciativas que cada companhia está fazendo para alcançar o Net Zero (meta de compensar ou eliminar as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera da companhia). Uma novidade que deverá ser anunciada na ocasião envolverá o Centro Tecnológico Randon e a Be8 e a utilização do BeVant (um biocombustível capaz de substituir em 100% o diesel).
Em Davos, a Be8 também anunciou uma parceria com a companhia norte-americana Cemvita, que atua no desenvolvimento de soluções biotecnológicas inovadoras. As empresas assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) com o objetivo de desenvolver a conversão de glicerina (um subproduto da produção de biodiesel) em matéria-prima de baixo carbono para a produção de Combustível de Sustentável de Aviação (SAF).

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