A Prefeitura de Candiota, na região Sul do Estado, empresários e trabalhadores da Usina Termelétrica Candiota 3, localizada no município, devem se reunir com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que visita o Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (17) para realizar anúncios de investimentos, com o objetivo de pressionar por uma Medida Provisória (MP) de caráter urgente que permita a reabertura e o funcionamento da usina – fechada desde 1º de janeiro – até 2043. Nesta quarta-feira (15) pela manhã, cerca de mil pessoas participaram de uma mobilização em favor da usina em frente à unidade.
"Vamos levar para o vice-presidente. Não estamos trabalhando com a possibilidade da usina ficar fechada, isso vai empobrecer ainda mais nossa região", afirmou o prefeito da cidade, Luiz Carlos Folador (MDB). Segundo ele, o clima na cidade é de "apreensão e preocupação". "Nós estamos trabalhando com a transição energética, mas não se muda de uma hora para a outra", enfatizou, ressaltando que o município tem investido em outras matrizes econômicas, como a produção de vinhos e espumantes, azeites, leite e sementes de hortaliças.
De acordo com o prefeito Luiz Carlos Folador, o fechamento da usina já afeta a indústria em diversos municípios e até no Uruguai, pois muitas fábricas de cimento utilizam as cinzas do carvão da mineração em Candiota. "Nova Santa Rita, Montenegro, Pinheiro Machado e até o Uruguai já estão sendo afetados. Caçapava do Sul também, porque a indústria de fertilizantes utiliza o sulfito de Candiota", explicou, acrescentando que mais duas manifestações estão sendo organizadas para os próximos dias, sendo uma delas em Aceguá, na divisa com o Uruguai.
Ainda na visão dele, a usina garante segurança energética no País, o que justificaria novo contrato com o governo federal. "Durante a estiagem no Sudeste e Centro-Oeste, a usina funcionou 24 horas por dia e, com isso, foi possível manter o nível morto dos mananciais (reserva de água mais profunda das represas, que não é utilizada para o abastecimento da população)", assegurou.
Sobre os danos ambientais causados pela usina, como a contaminação da água, o prefeito afirma que estão sendo realizadas ações de contenção de danos. "Estamos trabalhando com novos projetos, com tecnologia alemã, que são carbono neutro. Sobre a água, todo material que cai fica numa bacia de sedimentação com plantas aquáticas e outras substâncias que neutralizam o pH da água para torná-la potável", resumiu.
"Vamos levar para o vice-presidente. Não estamos trabalhando com a possibilidade da usina ficar fechada, isso vai empobrecer ainda mais nossa região", afirmou o prefeito da cidade, Luiz Carlos Folador (MDB). Segundo ele, o clima na cidade é de "apreensão e preocupação". "Nós estamos trabalhando com a transição energética, mas não se muda de uma hora para a outra", enfatizou, ressaltando que o município tem investido em outras matrizes econômicas, como a produção de vinhos e espumantes, azeites, leite e sementes de hortaliças.
De acordo com o prefeito Luiz Carlos Folador, o fechamento da usina já afeta a indústria em diversos municípios e até no Uruguai, pois muitas fábricas de cimento utilizam as cinzas do carvão da mineração em Candiota. "Nova Santa Rita, Montenegro, Pinheiro Machado e até o Uruguai já estão sendo afetados. Caçapava do Sul também, porque a indústria de fertilizantes utiliza o sulfito de Candiota", explicou, acrescentando que mais duas manifestações estão sendo organizadas para os próximos dias, sendo uma delas em Aceguá, na divisa com o Uruguai.
Ainda na visão dele, a usina garante segurança energética no País, o que justificaria novo contrato com o governo federal. "Durante a estiagem no Sudeste e Centro-Oeste, a usina funcionou 24 horas por dia e, com isso, foi possível manter o nível morto dos mananciais (reserva de água mais profunda das represas, que não é utilizada para o abastecimento da população)", assegurou.
Sobre os danos ambientais causados pela usina, como a contaminação da água, o prefeito afirma que estão sendo realizadas ações de contenção de danos. "Estamos trabalhando com novos projetos, com tecnologia alemã, que são carbono neutro. Sobre a água, todo material que cai fica numa bacia de sedimentação com plantas aquáticas e outras substâncias que neutralizam o pH da água para torná-la potável", resumiu.
Usina emprega cerca de 5 mil pessoas
A usina emprega direta e indiretamente cerca de 5 mil pessoas e representa 40% da arrecadação do município. O integrante do sindicato dos Mineiros de Candiota, Hermelindo Ferreira, avalia que a mobilização desta quarta foi positiva. "Vamos pedir a recontratação da energia da nossa usina. Se precisar, faremos mais movimentos para evitar demissões na usina", ponderou. Ele afirmou que os trabalhadores não estão em férias coletivas, mas que a empresa está realocando os funcionários em outros setores, como limpeza e manutenção. "Quando houver a solução, a usina voltará a operar 100%", esperançou.
A Companhia Riograndense de Mineração (CRM), que tem na usina de Candiota 3 sua única cliente, estendeu o contrato de fornecimento por 60 dias. Sem novos contratos, a estatal também pode ser impactada. "Esse prazo é para deixar tanto a CRM quanto a usina cheias de carvão. Quando voltar, será a todo vapor", concluiu Ferreira. Além da Usina Termelétrica Candiota 3, o município conta com a Usina Pampa Sul, que também vende para o governo federal e para a iniciativa privada, diferente de Candiota 3, que não tem contratos privados no momento.
Com os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei (PL) 576/21, foram encerrados os contratos de compra e venda de energia e os subsídios às termelétricas movidas a gás e carvão, que somariam cerca de R$ 400 bilhões. Entre as alegações para os vetos do presidente, está que "tais dispositivos estão na contramão da Lei sancionada, pois visam a manutenção de matrizes mais poluidoras, caras e ineficientes, como termelétricas a carvão e gás, por exemplo; bem como alteração nos índices de correção tarifária, para parâmetros menos vantajosos para a população. Em suma, estas medidas afetam o bolso do cidadão e o equilíbrio das contas públicas, com custo estimado em bilhões", justificou o governo em nota oficial.
Com os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Projeto de Lei (PL) 576/21, foram encerrados os contratos de compra e venda de energia e os subsídios às termelétricas movidas a gás e carvão, que somariam cerca de R$ 400 bilhões. Entre as alegações para os vetos do presidente, está que "tais dispositivos estão na contramão da Lei sancionada, pois visam a manutenção de matrizes mais poluidoras, caras e ineficientes, como termelétricas a carvão e gás, por exemplo; bem como alteração nos índices de correção tarifária, para parâmetros menos vantajosos para a população. Em suma, estas medidas afetam o bolso do cidadão e o equilíbrio das contas públicas, com custo estimado em bilhões", justificou o governo em nota oficial.
John Würdig, engenheiro ambiental e gerente de Transição Energética do Instituto Arayara, afirmou em entrevista recente ao Jornal do Comércio que, caso o setor da cadeia de carvão tente aprovar o subsídio por Medida Provisória, "será inconstitucional". O engenheiro defende que seja feito um plano de transição energética com aposentadoria compulsória para os trabalhadores. "Gera emprego e renda, mas gera muitos passivos ambientais e à saúde das pessoas". Ele salienta que seriam necessários aproximadamente R$ 30 bilhões para recuperar áreas degradadas pela mineração de carvão, especialmente a drenagem ácida. "É um carvão ineficiente e altamente poluidor", disse na ocasião.