Quase metade das pessoas que pretende comprar um imóvel em Porto Alegre (45%) tem a intenção de gastar até R$ 350 mil na aquisição. O valor está abaixo do esperado para os vendedores que, em sua maioria, desejam receber entre R$ 351 mil e R$ 800 mil. É o que apontou pesquisa feita com residentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, realizada em outubro e novembro pela Loft, startup que atua no mercado imobiliário, em parceria com a Offerwise. Dentre as capitais analisadas, Porto Alegre se destaca com o maior percentual de compradores interessados (10%) em pagar mais de R$ 2 milhões pela nova moradia.
Apesar da diferença de expectativas entre compradores e vendedores, há espaço para negociação: 62% dos vendedores responderam que estariam dispostos a conceder descontos, sendo que 40% deles abririam mão de até R$ 50 mil do valor total.
“Ainda que haja boa vontade para fechar um acordo imobiliário, essa disparidade entre o que se espera receber e o que se espera pagar pode levar a um tempo maior de negociação entre as partes, tornando o processo mais demorado”, pondera o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi. “O ideal é que houvesse mais informações claras no mercado imobiliário brasileiro, a fim de que as expectativas, tanto do cliente quanto do vendedor, estejam alinhadas com a realidade. Essa é uma das intenções que tivemos ao fazer essa pesquisa”, completa.
Dados mais recentes do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) mostram que o preço médio das vendas nas cidades contempladas pela pesquisa é de R$ 605 mil – dentro da faixa de valor desejada pela maioria dos vendedores e bem acima do que a maioria dos compradores pretende gastar.
As capitais paulista e fluminense são as que apresentam os preços médios mais altos. As vendas em São Paulo giram em torno de R$ 681 mil, enquanto no Rio de Janeiro o valor médio é de R$ 639 mil. Porto Alegre e Belo Horizonte, por sua vez, têm o tíquete médio mais baixo (R$ 562 mil e R$ 537 mil, respectivamente).
Quando perguntado sobre quais opções usaria para comprar um imóvel, a maioria dos entrevistados afirma que pretende recorrer a financiamento bancário por meio de programa do governo (como o Programa Minha Casa, Minha Vida).
O estudo também mostrou que o perfil da maioria dos compradores dispostos a gastar até R$ 350 mil é composto por jovens adultos das gerações millennial e Z (entre 25 e 34 anos). Em relação a classe social, predominam as B, C e D/E.
Em relação aos clientes de classe A, a expectativa de gasto com a compra de um novo imóvel fica entre R$ 801 mil e R$ 2 milhões. Nessa faixa de preço, predominam o grupo de compradores entre 45 e 54 anos. Neste caso, a preferência é utilizar apenas recursos próprios para a compra. A amostra de 1.200 entrevistas é representativa para a população dessas cidades e tem margem de erro de cinco pontos percentuais, num intervalo de confiança de 90%.