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Publicada em 14 de Janeiro de 2025 às 19:00

Plano de Transição de Energia do RS terá cronograma revisto; Arayara irá recorrer na Justiça

Contrato de elaboração do plano estava suspenso por liminar da Vara Regional do Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

Contrato de elaboração do plano estava suspenso por liminar da Vara Regional do Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

CHIP SOMODEVILLA/GETTY IMAGES/AFP/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Depois que a Justiça gaúcha acatou o pedido da Procuradoria Geral do Estado (PGE) nesta segunda-feira (13) e derrubou a liminar que suspendia o contrato para a elaboração do Plano de Transição Energética e Justa, acordo firmado entre o governo, a empresa WayCarbon e o Centro Brasil no Clima (CBC), o cronograma, que previa a conclusão do plano para novembro deste ano, deverá ser revisto. A informação é da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA). "A partir da reversão da liminar, os trabalhos seguem de forma imediata e o cronograma será revisto", afirmou, em nota, a Pasta.O Instituto Arayara, que moveu a ação pública que suspendeu o contrato no dia 3 de janeiro, informou que irá recorrer da decisão. "Fomos pegos de surpresa e iremos recorrer. Entendemos que a decisão da primeira instância estava correta, pois atendia à necessidade do momento. Inclusive, estávamos tratando do assunto com o governo e com o Ministério Público em audiência conciliatória", explicou o advogado do Instituto, Luiz Renato Santa Ritta. Ele afirmou que o motivo para mover a ação foi o foco do plano em manter as atividades carboníferas do Estado e a falta de participação popular nas duas primeiras etapas do contrato, que deveriam ser entregues neste início de ano."Acreditamos que a nossa liminar será mantida, até porque a justiça ordenou que a ação fosse para a Justiça Federal. Não faz sentido, pois é uma matéria do governo estadual. O que estamos pedindo é que se escute a sociedade antes que as etapas sejam entregues e que se pense além das atividades carboníferas. O plano está muito fechado, queremos opinar", reforçou.Na ocasião da liminar em primeira instância, a juíza Patrícia Antunes Laydner, da Vara Regional do Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, atendeu ao pedido, justificando que a suspensão deveria acontecer “até que seja instaurado, efetivamente, o comitê técnico que vem sendo transacionado entre as partes (Instituto Internacional Arayara e governo do Estado) ou que seja adotada consensualmente alguma outra providência”.Na Ação Civil Pública, o Arayara solicitou liminar para “compelir o Estado do Rio Grande do Sul a instaurar um comitê participativo para elaboração do plano de transição energética justa, com a participação do Estado, da Prefeitura de Candiota, ao menos duas entidades da sociedade civil que atuem na área de transição energética, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e do Ministério Público Estadual”. O município de Candiota é citado, pois concentra a maior reserva de carvão do País. Sobre o comitê, a Sema afirmou, por meio de sua assessoria, que "está avaliando o alcance da decisão judicial juntamente com a PGE", disse em nota.Representante do setor de energia no Estado, a Diretora de Operações do Sindienergia-RS, Alessandra Guarda, por outro lado, comemorou o retorno dos trabalhos do plano. "Uma das questões questionadas era que o plano não falava em extinção das atividades carboníferas neste primeiro momento. Mas não tem como extinguir uma matriz que ainda é acionada, isso gera insegurança energética", afirmou. Ela também destacou a necessidade de considerar a empregabilidade do setor. "Além de o plano ter que prever segurança energética, é preciso considerar os aspectos socioambientais, pois muitas famílias ainda dependem dessa atividade", ponderou.Na decisão que derrubou a liminar nesta segunda-feira, a desembargadora do Tribunal de Justiça do RS afirmou que “o prosseguimento do contrato administrativo não é óbice à participação social ampla e efetiva na elaboração do Plano de Transição Energética Justa para o Rio Grande do Sul, podendo as partes interessadas contribuir com a formação da política de gestão ambiental que compete ao Poder Executivo”. Além disso, ela afirmou que "o efeito da decisão foi justamente o de atrasar o andamento da política de Transição Energética, interferindo nas metas e planos de governo, o que traz inegável prejuízo ao meio ambiente".
Depois que a Justiça gaúcha acatou o pedido da Procuradoria Geral do Estado (PGE) nesta segunda-feira (13) e derrubou a liminar que suspendia o contrato para a elaboração do Plano de Transição Energética e Justa, acordo firmado entre o governo, a empresa WayCarbon e o Centro Brasil no Clima (CBC), o cronograma, que previa a conclusão do plano para novembro deste ano, deverá ser revisto. A informação é da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA). "A partir da reversão da liminar, os trabalhos seguem de forma imediata e o cronograma será revisto", afirmou, em nota, a Pasta.

O Instituto Arayara, que moveu a ação pública que suspendeu o contrato no dia 3 de janeiro, informou que irá recorrer da decisão. "Fomos pegos de surpresa e iremos recorrer. Entendemos que a decisão da primeira instância estava correta, pois atendia à necessidade do momento. Inclusive, estávamos tratando do assunto com o governo e com o Ministério Público em audiência conciliatória", explicou o advogado do Instituto, Luiz Renato Santa Ritta. Ele afirmou que o motivo para mover a ação foi o foco do plano em manter as atividades carboníferas do Estado e a falta de participação popular nas duas primeiras etapas do contrato, que deveriam ser entregues neste início de ano.

"Acreditamos que a nossa liminar será mantida, até porque a justiça ordenou que a ação fosse para a Justiça Federal. Não faz sentido, pois é uma matéria do governo estadual. O que estamos pedindo é que se escute a sociedade antes que as etapas sejam entregues e que se pense além das atividades carboníferas. O plano está muito fechado, queremos opinar", reforçou.

Na ocasião da liminar em primeira instância, a juíza Patrícia Antunes Laydner, da Vara Regional do Meio Ambiente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, atendeu ao pedido, justificando que a suspensão deveria acontecer “até que seja instaurado, efetivamente, o comitê técnico que vem sendo transacionado entre as partes (Instituto Internacional Arayara e governo do Estado) ou que seja adotada consensualmente alguma outra providência”.

Na Ação Civil Pública, o Arayara solicitou liminar para “compelir o Estado do Rio Grande do Sul a instaurar um comitê participativo para elaboração do plano de transição energética justa, com a participação do Estado, da Prefeitura de Candiota, ao menos duas entidades da sociedade civil que atuem na área de transição energética, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e do Ministério Público Estadual”. O município de Candiota é citado, pois concentra a maior reserva de carvão do País. Sobre o comitê, a Sema afirmou, por meio de sua assessoria, que "está avaliando o alcance da decisão judicial juntamente com a PGE", disse em nota.

Representante do setor de energia no Estado, a Diretora de Operações do Sindienergia-RS, Alessandra Guarda, por outro lado, comemorou o retorno dos trabalhos do plano. "Uma das questões questionadas era que o plano não falava em extinção das atividades carboníferas neste primeiro momento. Mas não tem como extinguir uma matriz que ainda é acionada, isso gera insegurança energética", afirmou. Ela também destacou a necessidade de considerar a empregabilidade do setor. "Além de o plano ter que prever segurança energética, é preciso considerar os aspectos socioambientais, pois muitas famílias ainda dependem dessa atividade", ponderou.

Na decisão que derrubou a liminar nesta segunda-feira, a desembargadora do Tribunal de Justiça do RS afirmou que “o prosseguimento do contrato administrativo não é óbice à participação social ampla e efetiva na elaboração do Plano de Transição Energética Justa para o Rio Grande do Sul, podendo as partes interessadas contribuir com a formação da política de gestão ambiental que compete ao Poder Executivo”. Além disso, ela afirmou que "o efeito da decisão foi justamente o de atrasar o andamento da política de Transição Energética, interferindo nas metas e planos de governo, o que traz inegável prejuízo ao meio ambiente".

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