Desde a reabertura do aeroporto de Porto Alegre, o número de passageiros vem ocorrendo de forma gradual e consistente no Rio Grande do Sul. Dados referentes ao período de 21 de outubro a 29 de dezembro 2024 da Forward Keys, plataforma que permite acompanhar usuários desde a compra da passagem até a permanência no destino, mostram que o Salgado Filho registrou um aumento de 45% no número de visitantes que chegam à cidade pelo modal aéreo na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior. Foram 281,5 mil turistas contra 154,8 mil bilhetes aéreos emitidos para este publico no Estado neste período.
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Em relação ao intervalo no qual o terminal permaneceu fechado após as enchentes, esse índice de crescimento ultrapassa os 16%.
De acordo com a Fraport Brasil, concessionária responsável pela operação da local, em dezembro de 2024 o movimento chegou a 77% do número do mesmo mês em 2023 (considerando visitantes e moradores da Capital). Para janeiro, a projeção é atingir 90% do número de passageiros que passaram pelo aeroporto no primeiro mês do ano passado, em uma média de 126 voos por dia (entre pousos e decolagens domésticos e internacionais). A administradora credita esses bons resultados às taxas de ocupação maiores nas aeronaves.
Para o secretário de Turismo do RS, Ronaldo Santini, esse bom desempenho de retomada passa pelos incentivos do governo estadual ao setor. Ele destaca a Campanha Nacional de Turismo, lançada em setembro passado, que contou com um aporte de R$ 30 milhões dos cofres públicos para voltar a atrair visitantes após a tragédia climática.
“Esse reposicionamento de mercado fez com que o Rio Grande do Sul pudesse despertar a vontade das pessoas de outros estados em virem pra cá. Eu vi matérias na imprensa de pessoas que, a partir do que viram sobre o que ocorreu aqui e decidiram conhecer o nosso Estado. A campanha, inclusive, deve ser ampliada neste ano”, afirma o titular da pasta.
Na esfera municipal, o diretor geral de Políticas Públicas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Porto Alegre (SMDET), Felipe Rosa, destaca outros fatores que também colaboraram para alavancar o setor. Na sua avaliação, o esforço conjunto dos três entes federativos, que foram fundamentais para alavancar o setor.
Além disso, Rosa acredita que a demanda reprimida no período de interdição aérea da capital gaúcha serviu como um grande impulso inicial nesta reintegração. “Boa vontade em relação aos eventos programados para ocorrerem na cidade. Fora as sazonais, as atividades corporativas que puderam ser remarcadas acabaram por ocorrer”, ressalta Rosa.
Nesse sentido, o vice-presidente do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau, Vinícius Garcia, lembra também o reforço na presença de turistas argentinos e uruguaios, a partir da alta do dólar e da valorização da sua moeda. “Nesse cenário, o mercado aqui acabou novamente ficando muito interessante, mais barato para esses dois países. Assim, tem-se um interesse maior em atrair mais pessoas do Mercosul. Nas crises, sempre existe uma oportunidade”, completa Garcia.