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Publicada em 10 de Janeiro de 2025 às 19:19

Dólar sobe 1% com payroll forte, mas recua 1,29% na semana

Com máxima a R$ 6,1248 pela manhã, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, cotado a R$ 6,1024

Com máxima a R$ 6,1248 pela manhã, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, cotado a R$ 6,1024

Arte/JC
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Agência Estado
O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 10, em alta firme no mercado doméstico, acompanhando a onda de fortalecimento da moeda americana no exterior. Dados acima do esperado da geração de empregos nos EUA reforçaram a leitura de que há menos espaço para corte de juros pelo Federal Reserve daqui para frente, o que jogou as taxas dos Treasuries para cima e castigou divisas emergentes.Por aqui, o IPCA de dezembro veio praticamente em linha com o esperado, confirmando o estouro da meta de inflação em 2024. A abertura do índice foi considerada ruim, com pressões em núcleos e serviços, levando diversas casas a revisar para cima a projeção para o IPCA deste ano.Analistas consideram que o quadro inflacionário desafiador, que deve ser enfrentado por um Banco Central composto em sua maioria por indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e as dúvidas no campo fiscal tendem a limitar o apetite por ativos domésticos.Com máxima a R$ 6,1248 pela manhã, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, cotado a R$ 6,1024. As perdas da moeda brasileira foram de magnitude similar a de dois de seus principais pares, o peso mexicano e rand sul-africano. Apesar do avanço de hoje, o dólar termina a semana em baixa de 1,29%, com o real apresentando desempenho superior ao de pares no período.O economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, afirma que a leitura forte de emprego nos EUA levou o real a devolver hoje parte da apreciação observada ontem, quando as bolsas americanas estavam fechadas, em razão do funeral do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter."Com a economia americana forte e inflação acima da meta, além das incertezas sobre o impacto das políticas de Trump, diminuíram muito as chances de o Fed cortar os juros neste primeiro semestre", afirma Miraglia, em referência ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que promete adotar medidas protecionistas e redução de impostos.O relatório de emprego (payroll) mostrou geração de 256 mil vagas nos EUA em dezembro, bem acima da mediana de Projeções Broadcast (150 mil). A taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%, e o salário médio por hora subiu, embora abaixo das expectativas. Após o payroll, a chance de corte de juros pelo Fed apenas em junho subiu da casa de 55% para mais de 70%, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice flertou com os 110,000 pontos, com máxima aos 109,966 pontos. A taxa dos Treasuries de 2 anos saltou mais de 10 pontos e se aproximou de 4,40%, com pico a 4,3960% no fim da tarde.Apesar do ambiente externo menos favorável com a perspectiva de um Fed mais cauteloso, Miraglia afirma que o fator predominante para a formação da taxa de câmbio é ainda a questão fiscal. O economista até vê espaço para uma recuperação do real no curto prazo, em caso de sinais positivos vindos de Brasília ou mesmo do exterior, como novos estímulos da China, dado que o mercado carrega uma posição muito vendida na moeda brasileira."Mas no médio prazo, sem um choque de credibilidade fiscal, a perspectiva é de deterioração dos ativos, com a continuidade da precificação de dominância fiscal. Nesse quadro, dólar a R$ 6,00 é piso", diz Miraglia, para quem promessas de contenção de gastos feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já não são suficientes para tranquilizar os investidores. "Seria preciso um compromisso de superávit primário vindo diretamente da boca do presidente Lula. E troca de Haddad por um economista ortodoxo".
O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira, 10, em alta firme no mercado doméstico, acompanhando a onda de fortalecimento da moeda americana no exterior. Dados acima do esperado da geração de empregos nos EUA reforçaram a leitura de que há menos espaço para corte de juros pelo Federal Reserve daqui para frente, o que jogou as taxas dos Treasuries para cima e castigou divisas emergentes.

Por aqui, o IPCA de dezembro veio praticamente em linha com o esperado, confirmando o estouro da meta de inflação em 2024. A abertura do índice foi considerada ruim, com pressões em núcleos e serviços, levando diversas casas a revisar para cima a projeção para o IPCA deste ano.

Analistas consideram que o quadro inflacionário desafiador, que deve ser enfrentado por um Banco Central composto em sua maioria por indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e as dúvidas no campo fiscal tendem a limitar o apetite por ativos domésticos.

Com máxima a R$ 6,1248 pela manhã, o dólar à vista fechou em alta de 1,00%, cotado a R$ 6,1024. As perdas da moeda brasileira foram de magnitude similar a de dois de seus principais pares, o peso mexicano e rand sul-africano. Apesar do avanço de hoje, o dólar termina a semana em baixa de 1,29%, com o real apresentando desempenho superior ao de pares no período.

O economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, afirma que a leitura forte de emprego nos EUA levou o real a devolver hoje parte da apreciação observada ontem, quando as bolsas americanas estavam fechadas, em razão do funeral do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter.

"Com a economia americana forte e inflação acima da meta, além das incertezas sobre o impacto das políticas de Trump, diminuíram muito as chances de o Fed cortar os juros neste primeiro semestre", afirma Miraglia, em referência ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que promete adotar medidas protecionistas e redução de impostos.

O relatório de emprego (payroll) mostrou geração de 256 mil vagas nos EUA em dezembro, bem acima da mediana de Projeções Broadcast (150 mil). A taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%, e o salário médio por hora subiu, embora abaixo das expectativas. Após o payroll, a chance de corte de juros pelo Fed apenas em junho subiu da casa de 55% para mais de 70%, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice flertou com os 110,000 pontos, com máxima aos 109,966 pontos. A taxa dos Treasuries de 2 anos saltou mais de 10 pontos e se aproximou de 4,40%, com pico a 4,3960% no fim da tarde.

Apesar do ambiente externo menos favorável com a perspectiva de um Fed mais cauteloso, Miraglia afirma que o fator predominante para a formação da taxa de câmbio é ainda a questão fiscal. O economista até vê espaço para uma recuperação do real no curto prazo, em caso de sinais positivos vindos de Brasília ou mesmo do exterior, como novos estímulos da China, dado que o mercado carrega uma posição muito vendida na moeda brasileira.

"Mas no médio prazo, sem um choque de credibilidade fiscal, a perspectiva é de deterioração dos ativos, com a continuidade da precificação de dominância fiscal. Nesse quadro, dólar a R$ 6,00 é piso", diz Miraglia, para quem promessas de contenção de gastos feitas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já não são suficientes para tranquilizar os investidores. "Seria preciso um compromisso de superávit primário vindo diretamente da boca do presidente Lula. E troca de Haddad por um economista ortodoxo".

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