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Publicada em 23 de Dezembro de 2024 às 18:16

Fitch diz que alta do dólar e juros elevados ameaçam negócios de empresas no Brasil

Os analistas da instituição não descartam que o nível de endividamento de empresas possa acabar estimulando fusões e aquisições

Os analistas da instituição não descartam que o nível de endividamento de empresas possa acabar estimulando fusões e aquisições

/REPRODUÇÃO/JC
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Agência Estado
A piora das condições econômicas no Brasil por causa dos juros em alta e da constante desvalorização do real ameaça negócios das empresas, diz a agência de classificação de risco Fitch Ratings, em relatório avaliando as perspectivas para as companhias na América Latina em 2025.A Fitch alerta para eventuais impactos da recente piora das condições do mercado no Brasil, com o dólar em disparada e os juros subindo e devendo continuar nessa tendência. A agência de rating prevê uma desaceleração do PIB brasileiro este ano. De crescimento esperado de 3,1% em 2024 deve se reduzir para 2% em 2025."A recente desvalorização do real poderia exacerbar as pressões inflacionárias, com o Banco Central continuando a aumentar as taxas de juros", alerta a Fitch.
A piora das condições econômicas no Brasil por causa dos juros em alta e da constante desvalorização do real ameaça negócios das empresas, diz a agência de classificação de risco Fitch Ratings, em relatório avaliando as perspectivas para as companhias na América Latina em 2025.

A Fitch alerta para eventuais impactos da recente piora das condições do mercado no Brasil, com o dólar em disparada e os juros subindo e devendo continuar nessa tendência. A agência de rating prevê uma desaceleração do PIB brasileiro este ano. De crescimento esperado de 3,1% em 2024 deve se reduzir para 2% em 2025.

"A recente desvalorização do real poderia exacerbar as pressões inflacionárias, com o Banco Central continuando a aumentar as taxas de juros", alerta a Fitch.
No geral, a agência avalia que as companhias da América Latina fizeram um bom gerenciamento das finanças e passivos nos últimos anos. Por isso, estão melhor preparadas para eventuais medidas de Donald Trump, como a adoção de tarifas mais altas a países que exportam para os Estados Unidos. Assim, fica limitado o risco de piora nas companhias por conta da expectativa de menor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da região e da economia mundial.

Na gestão das finanças, as empresas conseguiram prorrogar prazos de vencimento de dívidas e administrar passivos. Em títulos de dívidas emitidos no exterior (bonds), as empresas do Brasil têm apenas US$ 2 bilhões a vencer em 2025. Além disso, a Fitch observa que a liquidez das companhias está adequada e os programas de investimento (capex) devem se estabilizar.

Fusões e aquisições

Os analistas da Fitch não descartam que o nível de endividamento de empresas possa acabar estimulando fusões e aquisições na América Latina, em setores como o aéreo, imobiliário, petróleo e gás e materiais. Entre as possibilidades, o texto cita a já pública negociação dentre Azul e Gol.

Ainda nos pontos a se observar em 2025, a Fitch cita a promessa de Trump de elevar tarifas no comércio exterior. O impacto maior na região deve ser em empresas do México, ressalta o relatório.
A agência de rating já reduziu a previsão de expansão do PIB mexicano nos próximos dois anos, para 1,1% em 2025 e 1,7% em 2026.

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