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Publicada em 20 de Dezembro de 2024 às 17:53

Preço do aluguel de imóveis para o fim de ano e verão tem alta de até 15% em imobiliárias do Litoral

Em Torres, a procura por imóveis no final de ano é para locais com vista para a festa da virada

Em Torres, a procura por imóveis no final de ano é para locais com vista para a festa da virada

Prefeitura de Torres/Divulgação/JC
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Luciane Medeiros
Luciane Medeiros Editora Assistente
Com a chegada dos feriados de fim de ano, verão e do período de férias escolares, milhares de gaúchos migram em direção às praias. Para quem não tem casa em uma das cidades litorâneas, a alternativa, além dos hotéis e pousadas, é locar um imóvel. Nas praias gaúchas, a oferta de imóveis para alugar atende aos mais variados gostos e bolsos. Entre os corretores de imóveis, a percepção é que os preços dos aluguéis tiveram um aumento na faixa dos 10% a 15% na comparação com o ano passado, mas isso não tira o otimismo do setor em relação aos bons negócios neste fim de ano e no verão.
Com a chegada dos feriados de fim de ano, verão e do período de férias escolares, milhares de gaúchos migram em direção às praias. Para quem não tem casa em uma das cidades litorâneas, a alternativa, além dos hotéis e pousadas, é locar um imóvel. Nas praias gaúchas, a oferta de imóveis para alugar atende aos mais variados gostos e bolsos. Entre os corretores de imóveis, a percepção é que os preços dos aluguéis tiveram um aumento na faixa dos 10% a 15% na comparação com o ano passado, mas isso não tira o otimismo do setor em relação aos bons negócios neste fim de ano e no verão.

Algumas imobiliárias trabalham focadas apenas em determinadas cidades. É o caso da Flavio Steigleder Imóveis, de Torres, que trabalha com vendas e aluguéis na temporada. O proprietário da empresa, Flavio Steigleder, tem 40 anos no mercado imobiliário e diz que neste ano a variação nos preços para as locações ficou em torno de 10% a 15% na comparação com o final de 2023. Os valores de aluguel variam de acordo com o tipo de imóvel, localização e tamanho e estão em torno de R$ 1 mil a diária nos mais atrativos e melhor localizados.
Neste ano a procura está bem grande, acreditamos que vai ser uma ótima temporada. Em Torres todas as praias são lindas, então o pessoal procura imóveis de melhor qualidade e o mais próximo possível do mar. Mas no final de ano a busca maior é para imóveis que tenham uma vista legal dos fogos de artifício para acompanhar a vidada de ano na Praia Grande”, conta Steigleder.
A procura por imóveis para alugar está grande na imobiliária não só por parte dos gaúchos - da Serra, Região Metropolitana e Fronteira - como também por uruguaios e argentinos.
Na Imobiliária Líder Aluguéis, que atua há mais de 20 anos exclusivamente com locações de temporada com enfoque principal em Xangri-Lá e Atlântida, e algumas opções em Capão da Canoa, os preços da diária podem chegar a R$ 7 mil. Marcia da Conceição, sócia diretora da Líder, diz que os valores tiveram uma grande elevação na época da pandemia, mas desde então se mantém no mesmo patamar com pequenas variações. 
"A lei da procura x oferta sempre é um grande fator nas negociações. O número de dormitórios, a infraestrutura da casa (ar condicionado, piscina, internet, entre outros) influencia diretamente no valor da diária”, afirma.
Segundo a sócia diretora da Líder, a diária para uma casa com boa estrutura hoje em condomínio fechado fica em torno de R$ 3 mil. Se for fora de um condomínio, há opções na faixa de R$ 1,8 mil.
O público que procura imóveis para alugar pela empresa é bem variado, oriundo de todas as partes do Estado, mas sobretudo da Região Metropolitana, seguido por moradores da Serra. Ao contrário de anos anteriores, não está ocorrendo uma invasão dos hermanos. “Temos baixíssima procura do público argentino ou uruguaio. Este inclusive ainda não houve nenhuma locação de nossa parte para clientes desta origem”, salienta.
Na Silva Só Imóveis, que atua desde 1999 em Mariluz, a percepção é que os valores para locação estão mais altos na comparação com o ano passado, em torno de 15%. A procura nesta temporada tem sido maior para casas com pátio e preferencialmente com piscina. A praia de Mariluz desponta no interesse de quem procura um dos imóveis ofertados pela empresa para alugar. “É o centro geográfico da cidade e consegue combinar a proximidade com a praia e o comércio, além do centro de Imbé”, explica Rafaela Santos, corretora de imóveis da empresa.
A média de diárias neste ano está em torno de R$ 450,00. “Esse valor é uma média de valor da diária por imóvel, aí depende quantas pessoas são acomodadas e qual o período que vai ser ocupado”, esclarece.
Até o momento, a busca para alugar tem sido relativamente baixa. Rafaela atribui o motivo ao ano atípico devido à enchente de maio de 2024. A Silva Só também tem como foco principal os clientes moradores da Serra e da Região Metropolitana.
A empresa também nota a ausência de turistas dos países vizinhos interessados em alugar imóvies nas praias do Estado. “Este ano ainda não tivemos nenhum argentino em contato, e percebemos uma diminuição na busca deles pelo nosso litoral”, lamenta Rafaela.
Para quem quer alugar, o primeiro conselho é nunca deixar para a última hora. A procura deve começar com meses de antecedência, ainda em junho ou julho para garantir uma casa com um bom preço.
As dicas dos profissionais do setor para evitar dor de cabeça ao alugar um imóvel são ter muito cuidado com os golpes; desconfiar de valores muito abaixo dos cobrados em outros lugares; quando estiver tratando com pessoa física buscar referências; verificar o número do Creci do corretor; pedir a localização do imóvel e verificar se bate com o a do Google Maps; certificar-se de que a imobiliária realmente existe; estar vigilante quando for realizar o pagamento e não ter medo de pedir informações.

Práticas simples ajudam a evitar o golpe do aluguel de veraneio

Para evitar que a tão esperada viagem de verão se transforme em "férias frustradas", é importante seguir algumas dicas de profissionais do meio imobiliário. Tiago Strassburger, advogado e Assessor Juridico Secovi/RS, sindicato que representa as empresas de venda, administração e locação de imóveis e condomínios residenciais e comerciais, reforça que é importante um alerta quanto às cautelas que devem ser adotadas no momento da locação, já que, todos os anos, ocorrem golpes nesse tipo de negócio.

"É fundamental um alerta importante quanto às precauções que devem ser tomadas ao realizar uma locação, pois, todos os anos, golpes são aplicados nesse tipo de negócio. As características desses golpes são variadas, incluindo imóveis inexistentes, anúncios falsos ou a locação do mesmo imóvel para mais de um inquilino", afirma.
O Secovi/RS e a Agademi reuniram algumas orientações para prevenir essas situações:

• Desconfie de ofertas muito abaixo do preço de mercado – Compare o valor do aluguel com outros imóveis semelhantes na mesma região. Preços muito baixos podem ser tentativas de golpe.
• Nunca pague 100% do valor adiantado para reservar o imóvel – Evite fazer pagamentos integrais antes de todas as garantias e comprovações necessárias.
• Se possível, tente visitar o imóvel pessoalmente – Realizar uma visita é uma das melhores formas de garantir que o imóvel realmente existe e que corresponde às informações fornecidas.
• Pesquise o anunciante – Verifique se a pessoa realmente existe. Uma chamada de vídeo dentro do imóvel, por exemplo, pode ser uma ótima solução para garantir a autenticidade. No caso de imobiliária, consulte o site, CNPJ, referências e verifique o registro do consultor no Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (CRECI).
• Contar com o apoio de uma imobiliária para intermediar o negócio – Opções de imóveis e locais, contratos e vistorias, fazem parte da rotina das imobiliárias, o que traz mais segurança para ambas as partes. As imobiliárias locais conhecem a região e os imóveis que estão em locação, além daqueles que podem estar sendo usados para golpes.
• Exija um contrato de aluguel formal e assinado – O contrato é fundamental para formalizar o acordo e garantir que ambas as partes estão cientes dos termos da locação.
• Peça documentos (IPTU) e pesquise o imóvel com o Google Maps – Solicite documentos do imóvel, como o IPTU, e utilize o Google Maps para verificar a localização real do imóvel.
• Desconfie de pressão para fechar o negócio – Se o locador ou anunciante demonstrar pressa para fechar o negócio, isso pode ser um sinal de alerta.
• Evite enviar dados pessoais antes de confirmar a autenticidade do anunciante – Proteja suas informações pessoais e só forneça dados após confirmar que o anunciante é legítimo.
• Desconfie de fotos genéricas do imóvel – Fotos de baixa qualidade ou que não mostram detalhes específicos do imóvel podem ser um indicativo de golpe. Prefira fotos atuais e detalhadas.
Desconfie:

• Preço muito baixo: O golpista geralmente oferece uma casa com piscina, perto da praia, cuja diária seria significativamente mais baixa do que o valor de mercado. Se o preço for muito abaixo da média, desconfie, é golpe.
• Pressa no pagamento: Outro sinal de alerta é quando o locador demonstra muita pressa para que o depósito seja feito rapidamente.
• Respostas evasivas: Solicite uma visita ou o envio de novas fotos do interior do imóvel, especialmente fotos recentes. Se houver esquivas ou evasivas, fique atento.
• Referências: Peça referências de antigos inquilinos. Se o locador não puder fornecer, desconfie.


O que fazer caso tenha caído no golpe do aluguel?

Se você foi vítima de um golpe ao tentar alugar um imóvel de temporada, é fundamental agir rapidamente para tentar minimizar os danos. Aqui estão algumas ações essenciais:

• Registre um Boletim de Ocorrência – O primeiro passo é formalizar a denúncia na polícia, registrando um boletim de ocorrência (B.O.). Isso cria um registro oficial do golpe e é importante para possíveis investigações.
• Contate o banco ou instituição financeira – Caso tenha feito o pagamento por transferência bancária, cartão de crédito ou outro meio eletrônico, entre em contato imediatamente com seu banco para relatar a fraude e tentar bloquear ou estornar o pagamento.
• Notifique as plataformas de anúncio – Se o golpe foi realizado através de sites ou plataformas de anúncios, informe a situação às autoridades dessas plataformas. Elas podem remover o anúncio e colaborar na investigação.
• Guarde todas as evidências – Salve todas as mensagens, e-mails, contratos e outros documentos relacionados à negociação. Essas provas podem ser valiosas para a polícia ou para a sua defesa.
• Consulte um advogado – Um advogado especializado em direito imobiliário, fraudes e golpes pode orientar sobre os próximos passos legais, incluindo ações civis para recuperar o valor pago, se possível.
• Compartilhe a experiência – Além de buscar as medidas legais, compartilhar a experiência com amigos, familiares e nas redes sociais pode ajudar a alertar outras pessoas sobre o golpe, evitando que mais vítimas caiam na mesma fraude.
• Pessoas estão no imóvel locado – Faça contato e busque verificar a que título as pessoas estão no imóvel. Conforme for a situação, deverá contatar o locador ou imobiliária, e a polícia, caso seja necessário.
Embora o golpe seja uma experiência desagradável, agir com rapidez e utilizar todos os canais legais disponíveis pode aumentar suas chances de reverter a situação e minimizar os prejuízos. A prevenção é sempre o melhor caminho, mas, se você for vítima, saiba que existem formas de buscar justiça e proteger outros interessados.



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