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Publicada em 19 de Dezembro de 2024 às 21:04

Senado aprova PLP do pacote fiscal com gatilhos ao arcabouço e novas regras para emendas

Projeto prevê disparo de novos gatilhos para congelamento de gastos em caso de piora das contas públicas

Projeto prevê disparo de novos gatilhos para congelamento de gastos em caso de piora das contas públicas

Lula Marques/Agência Brasil/Divulgação/JC
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Agência Estado
O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira (19), por 72 votos favoráveis e 1 contrário, o projeto de lei complementar que cria "reforços" ao arcabouço fiscal, prevendo disparo de novos gatilhos para congelamento de gastos em caso de piora das contas públicas. A matéria também traz novas regras para contingenciamento e bloqueio de emendas parlamentares. O texto segue para sanção presidencial.
O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira (19), por 72 votos favoráveis e 1 contrário, o projeto de lei complementar que cria "reforços" ao arcabouço fiscal, prevendo disparo de novos gatilhos para congelamento de gastos em caso de piora das contas públicas. A matéria também traz novas regras para contingenciamento e bloqueio de emendas parlamentares. O texto segue para sanção presidencial.
Na discussão da matéria, o relator do projeto na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), rejeitou, durante a sessão em plenário, todas as 25 emendas que haviam sido sugeridas pelos senadores ao texto.

"Em relação às emendas, não vislumbramos óbice de cunho constitucional e regimental. Contudo, as referidas alterações versam sobre matérias que alteram o mérito do PLP e, portanto, forçariam o seu retorno à Câmara dos Deputados, em detrimento à urgência imposta à aprovação do pacote fiscal para estabilização macroeconômica do País e viabilização da votação da Lei Orçamentária Anual", justificou Wagner.

O projeto foi aprovado pelos deputados na terça-feira, 17. Foram 318 votos a favor e 149 votos contrários - eram necessários 257. Ontem, a Câmara aprovou uma emenda aglutinativa ao projeto que determina que a regra de bloqueio nas emendas parlamentares valerá apenas para as emendas não obrigatórias. Os deputados também mantiveram a revogação da lei que instituiu o Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), antigo DPVAT.

O PLP aprovado retirou o trecho que previa como um dos gatilhos do arcabouço a limitação à utilização de créditos para compensação de débitos de tributos ou contribuições no caso de resultado fiscal negativo nas contas públicas. "Esta questão vai de encontro aos contribuintes que já realizaram o seu planejamento tributário, dentro da legalidade, com base nesses valores", justificou o relator do projeto na Câmara, deputado Átila Lira (PP-PI).

O PLP determina que, entre 2025 e 2030, o superávit financeiro de fundos públicos só poderá ser usado para amortizar a dívida. O projeto do governo previa que o uso dos recursos seria de livre aplicação. Átila Lira reduziu, no entanto, o número de fundos abarcados pela medida.

O texto manteve os trechos que determinam que, se for constatado déficit nas contas públicas a partir de 2025, ficam vedadas a concessão, ampliação ou prorrogação de incentivos ou benefícios tributários e proibido até 2030 um aumento real nas despesas com pessoal e encargos de cada Poder e órgãos autônomos acima de 0,6%, exceto em caso de concessão judicial. Os dois gatilhos também serão acionados se, a partir de 2027, for verificado uma redução nas despesas discricionárias em comparação ao ano anterior.

O projeto também conservou o dispositivo que prevê que as despesas anualizadas decorrentes de qualquer criação ou prorrogação de novos benefícios da seguridade social pela União terão sua variação limitada à regra de crescimento real do arcabouço fiscal.

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