O PIB do Rio Grande do Sul deverá crescer 3,25% em 2025. A expectativa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) é de que esse crescimento no próximo ano supere, inclusive, o PIB nacional. O presidente da entidade, Claudio Bier, revela seu positivismo para o próximo ano, embora com todos os desafios que o setor regularmente enfrenta.
"Estamos otimistas. Vai ser um bom ano. Com os R$ 5 bilhões que o Estado vai deixar de pagar (da dívida do Rio Grande do Sul) para o governo federal", citou. Outro setor que deverá contribuir para o crescimento, segundo a entidade, será, mais uma vez, o agronegócio. "A safra de grãos, ou a supersafra, vai ajudar a impulsionar a economia, tanto a do Rio Grande do Sul como a do Brasil", aponta.
O RS teve um desempenho econômico resiliente em 2024, conforme balanço realizado. Embora com todos os prejuízos resultantes da enchente, o PIB cresceu 5,4% no primeiro semestre, sobretudo puxado pela recuperação agrícola. Além disso, o Estado registrou um superávit orçamentário de R$ 7,4 milhões até outubro.
No próximo ano, a projeção da entidade é de que a curva seja mais crescente, acima da média nacional, na ordem de 3,3%. O índice será impactado pelo crescimento na produção industrial, projetado em 3,2%, sustentado pela baixa base de comparação no ano anterior.
Também irão contribuir para a expansão do setor de serviços, a construção, que cresceu oito vezes mais do que no ano passado, e o cenário internacional favorável.
As projeções positivas também tomaram como base o Boletim Econômico Tributário, publicado pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), que faz levantamento das atividades pelo número de notas emitidas por empresas do Simples e do Regime geral. Se no início de maio 64% estavam com atividades abaixo da média, no início de outubro caíram para 13%.
Embora ainda existam desafios, como gargalos na área de logística e de mão de obra, as empresas estão otimistas, segundo o balanço apresentado. Para enfrentar uma das grandes dificuldades, que é a falta de mão de obra qualificada, a Fiergs tem como uma de suas metas, junto com a competitividade, inovação, apoio à indústria que sofreram com a enchente, a retenção de talentos.
"Nos últimos 20 anos, perdemos mais de 700 mil pessoas para outros Estados. Temos que reverter esse quadro", observa Bier, ao relatar os programas em parceria com as Prefeituras para abertura de escolas do Sesi e Senai.
Na mesma linha, o CEO da entidade, Paulo Hermann, acredita que, mesmo com todos os problemas pelos quais o RS passou, a perspectiva é boa. "Temos um povo aguerrido, trabalhador. Boa parte dos problemas de logísticas e de curto prazo foram resolvidos, conseguimos chegar com abastecimento e sair com os produtos", cita. No entanto, segundo ele, a recuperação das empresas que foram destruídas pelas chuvas pode demorar um tempo muito maior que o desejável, sobretudo pela pouca capacidade do Estado e pelos recursos anunciados, mas não enviados, pelo governo federal.