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Publicada em 11 de Dezembro de 2024 às 10:15

Dólar abre em leve alta nesta quarta-feira com investidores esperando anúncio da Selic

Às 9h03, a moeda norte-americana subia 0,23%, cotada a R$ 6,0616

Às 9h03, a moeda norte-americana subia 0,23%, cotada a R$ 6,0616

Arte/Jc
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Folhapress
O dólar abriu em leve alta nesta quarta-feira (11), com os investidores na expectativa do anúncio da nova taxa de juros do Brasil, que será divulgado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central após o encerramento da sessão.
O dólar abriu em leve alta nesta quarta-feira (11), com os investidores na expectativa do anúncio da nova taxa de juros do Brasil, que será divulgado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central após o encerramento da sessão.
Além disso, os analistas esperam a divulgação dos dados da inflação dos EUA para saber se o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) fará um novo corte nos juros na reunião da próxima semana.
Às 9h03, a moeda norte-americana subia 0,23%, cotada a R$ 6,0616. Na terça-feira (10), ela fechou em queda de 0,56%, cotado a R$ 6,047, após duas sessões consecutivas de recordes históricos. Já a Bolsa encerrou com alta de 0,80%, aos 128.228 pontos, segundo dados da plataforma CMA.
Investidores avaliaram os dados de desaceleração da inflação e ficaram otimistas com relação à tramitação do pacote fiscal no Congresso, após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os presidentes da Câmara e do Senado nesta segunda (9).
Também esteve no radar do mercado o quadro de saúde do presidente Lula depois de passar por uma cirurgia para drenar uma hemorragia no crânio.
Na frente de dados, a atenção dos investidores esteve voltada para a divulgação de novos números sobre a inflação ao consumidor no país. A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,39% em novembro, após alta de 0,56% em outubro, segundo divulgado nesta manhã pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 12 meses, o IPCA teve avanço de 4,87%, ante 4,76% em outubro. O índice ficou acima do teto da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) -de 3% e uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
"Os números não ofereceram nenhum refresco para o Banco Central, e devem reforçar a leitura de uma ação mais incisiva da autoridade monetária para estancar a deterioração do quadro inflacionário", pontuou em relatório.
Segundo analistas, apesar de ficar praticamente dentro do esperado, o resultado mostra um cenário de descontrole inflacionário no país, que já vinha sendo mostrado com a crescente desancoragem das expectativas de inflação do mercado.
Dessa forma, a consequência deve ser uma aceleração no ritmo de aperto monetário pelo Copom, que anuncia sua última decisão de juros do ano nesta quarta-feira (11).
"Esse dado do IPCA e a sua composição particularmente ruim devem reforçar as expectativas de que o Copom vai adotar uma postura mais rígida na decisão de amanhã", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
"Embora o resultado cheio tenha ficado em linha com as expectativas do mercado, a composição da inflação do IPCA continua piorando, com diversas medidas de núcleo registrando inflação acumulada nos maiores valores em algum tempo", destacou o economista-chefe da Azimut Brasil WM, Gino Olivares.
Operadores colocam 76% de chance de uma alta de 1 ponto percentual na Selic, atualmente em 11,25%, na quarta-feira, contra 24% de probabilidade de um aumento de 0,75 ponto.
No contexto político, investidores estiveram atentos às negociações em Brasília sobre medidas fiscais anunciadas em novembro.
A notícia de que o presidente Lula se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado, Rodrigo Pachego (PSD-MG), para resolver uma impasse sobre as emendas parlamentares, afastou os temores de que as medidas de contenção de gastos possam ficar travadas no Congresso até o próximo ano.
"O mercado reagiu bem à agilidade do Congresso em avançar em temas fiscais tão importantes depois que foram indicados os relatores para os textos sobre cortes de gastos", afirmou Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.
Na última segunda, o ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), havia rejeitado um recurso da AGU (Advocacia-Geral da União) do governo do presidente Lula (PT) que pedia mudanças na decisão do tribunal sobre as emendas parlamentares.
Com a manutenção das regras e restrições, havia o risco dos parlamentares retaliarem o governo na pauta do corte de gastos.
A notícia foi mal recebida pelo mercado. O dólar renovou seu recorde histórico nominal e terminou o pregão desta segunda (9) com oscilação positiva de 0,09%, cotado a R$ 6,081.
O noticiário sobre a cirurgia feita por Lula para drenar um hematoma no crânio também foi monitorado. Mais cedo, os médicos que tratam o presidente afirmaram que ele está estável e com a função neurológica preservada. A previsão, "se tudo correr bem", é que Lula retorne a Brasília no início da próxima semana.
Na visão do gestor de renda variável Tiago Cunha, da Ace Capital, não há qualquer mudança sobre o cenário econômico atual pela condição de saúde do presidente Lula, uma vez que são decisões de governo e não pessoais, mesmo que obviamente o presidente participe.
"Especulações sobre as condições de saúde interferirem na decisão do presidente em concorrer à reeleição em 2026 me parecem extremamente prematuras", disse.

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