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Publicada em 10 de Dezembro de 2024 às 19:00

Ibovespa tem 2º dia de alta, a 0,8%; real se recupera com política e pacote fiscal

Ibovespa oscilou dos 127.212,63, mínima da abertura, até os 128.510,52 pontos, na máxima da sessão

Ibovespa oscilou dos 127.212,63, mínima da abertura, até os 128.510,52 pontos, na máxima da sessão

ARTE/JC
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Agência Estado
O Ibovespa engrenou o segundo dia de recuperação após a perda de 1,50% na última sexta-feira, neutralizando assim o revés do fechamento da semana passada. Tendo avançado 1% ontem, o índice da B3 subiu nesta terça-feira 0,80%, aos 128.228,49 pontos, no maior nível de encerramento desde 26 de novembro, então perto dos 130 mil. Hoje, oscilou dos 127.212,63, mínima da abertura, até os 128.510,52 pontos, na máxima da sessão, com giro financeiro a R$ 19,1 bilhões.Na semana, sobe 1,81% e, no mês, ganha 2,04%, reduzindo a perda do ano a 4,44%. Das últimas quatro sessões, o índice conseguiu avançar em três delas, sem se distanciar dos 127 mil pontos nos melhores momentos - à exceção de hoje, de volta aos 128 mil - e tocando a faixa dos 125 mil, no pior do intervalo, na sexta-feira.Em dia de descompressão na curva de juros doméstica e, em alguma medida, também no câmbio - ainda a R$ 6,04, em baixa de 0,57% na sessão -, a alta do Ibovespa foi conduzida hoje por Petrobras (ON +0,86%, PN +0,37%) e pelas ações de grandes bancos, com destaque para Bradesco (ON +1,62%, PN +1,96%). A principal ação do índice, Vale ON, devolveu uma pequena parte do ganho superior a 5% visto ontem - em baixa de 0,10% no fechamento desta terça-feira. Na ponta vencedora do Ibovespa, destaque para Vamos (+12,08%), Carrefour (+7,67%) e Petz (+7,61%). No lado oposto, JBS (-3,91%), BRF (-3,28%) e Suzano (-3,06%).Ponto alto da agenda de dados do dia, o IPCA de novembro a 0,39% ficou um pouco acima da expectativa, mas bem abaixo da variação de outubro, então a 0,56% - o que trouxe efeito benéfico para o câmbio e a curva do DI desde a manhã, com fechamento em todos os vértices à exceção do janeiro de 2025, observa Inácio Alves, analista da Melver. A mais recente leitura sobre a inflação oficial do País coloca o acumulado em 12 meses a 4,87%, como em outubro acima do teto da meta oficial, de 4,50%, destaca Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.Assim, a expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a rigidez e eleve em 0,75 ponto ou mesmo 1 ponto porcentual a Selic amanhã, o que colocaria a taxa de juros de referência a 12% ou 12,25% ao ano no fechamento de 2024. "Após a deterioração das expectativas de inflação no último Boletim Focus, e um IPCA ruim, a probabilidade de alta de 1,00 ponto porcentual aumentou", diz Sung. Ele acrescenta que a depreciação do real e o mercado de trabalho aquecido - com efeitos para os preços de bens industriais e agrícolas, assim como para os de serviços - são fatores de pressão no cenário para a inflação.No quadro mais amplo, os agentes de mercado seguem atentos aos desdobramentos em Brasília em torno da tramitação do pacote de cortes de gastos no Congresso. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou hoje que podem ser feitos ajustes menores na proposta de alteração nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para destravar a votação das medidas de ajuste fiscal, mas preservando o impacto do pacote."Ontem eu tive uma conversa com a bancada do PT em que ouvimos as preocupações quanto ao BPC, mas ao mesmo tempo ouvimos ali um bom consenso de que é o momento de fazer esses ajustes, de votar essas medidas. A preocupação é legítima", disse a jornalistas, após almoço com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).Durigan disse também que a equipe econômica tem feito uma atualização, para cima, na previsão geral de impacto do pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo, hoje estimado em R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026. Ele observou que o governo deve enviar ainda este ano o projeto de lei da reforma da renda - texto elaborado pela Fazenda que, segundo afirmou, está pronto.O secretário disse também que há uma previsão de que sejam publicados, ainda hoje, parecer e portaria com orientações para a execução das emendas parlamentares. Ontem, segundo ele, a equipe jurídica do governo passou o dia analisando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para repassar aos parlamentares e às áreas operacionais a interpretação sobre a liberação dos recursos."Depois da promessa, ontem, do presidente Lula a Lira e Pacheco do Senado sobre a liberação de emendas parlamentares da ordem de R$ 6 bilhões, o presidente da Câmara Arthur Lira indicou relatores para os textos do pacote, embora prazos sigam indefinidos. De qualquer forma, houve uma melhora de humor no mercado, um pouco mais de otimismo, o que contribuiu em especial para o câmbio e o fechamento da curva de juros na sessão, pela expectativa de celeridade com relação ao fiscal", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos."Embora as negociações fiscais sigam complicadas, a sinalização de avanços pontuais com relação ao pacote pode estar reduzindo parte do pessimismo. E o andamento da sabatina dos indicados pelo governo ao Banco Central também chamou a atenção hoje. Durante a audiência, Nilton David aprovado para a diretoria de Política Monetária pelo Senado destacou a necessidade de medidas firmes para controlar a desancoragem das expectativas de inflação, algo que reforça a expectativa de uma postura mais rígida do Copom", diz Lucas Almeida, sócio da AVG Capital.
O Ibovespa engrenou o segundo dia de recuperação após a perda de 1,50% na última sexta-feira, neutralizando assim o revés do fechamento da semana passada. Tendo avançado 1% ontem, o índice da B3 subiu nesta terça-feira 0,80%, aos 128.228,49 pontos, no maior nível de encerramento desde 26 de novembro, então perto dos 130 mil. Hoje, oscilou dos 127.212,63, mínima da abertura, até os 128.510,52 pontos, na máxima da sessão, com giro financeiro a R$ 19,1 bilhões.

Na semana, sobe 1,81% e, no mês, ganha 2,04%, reduzindo a perda do ano a 4,44%. Das últimas quatro sessões, o índice conseguiu avançar em três delas, sem se distanciar dos 127 mil pontos nos melhores momentos - à exceção de hoje, de volta aos 128 mil - e tocando a faixa dos 125 mil, no pior do intervalo, na sexta-feira.

Em dia de descompressão na curva de juros doméstica e, em alguma medida, também no câmbio - ainda a R$ 6,04, em baixa de 0,57% na sessão -, a alta do Ibovespa foi conduzida hoje por Petrobras (ON +0,86%, PN +0,37%) e pelas ações de grandes bancos, com destaque para Bradesco (ON +1,62%, PN +1,96%). A principal ação do índice, Vale ON, devolveu uma pequena parte do ganho superior a 5% visto ontem - em baixa de 0,10% no fechamento desta terça-feira. Na ponta vencedora do Ibovespa, destaque para Vamos (+12,08%), Carrefour (+7,67%) e Petz (+7,61%). No lado oposto, JBS (-3,91%), BRF (-3,28%) e Suzano (-3,06%).

Ponto alto da agenda de dados do dia, o IPCA de novembro a 0,39% ficou um pouco acima da expectativa, mas bem abaixo da variação de outubro, então a 0,56% - o que trouxe efeito benéfico para o câmbio e a curva do DI desde a manhã, com fechamento em todos os vértices à exceção do janeiro de 2025, observa Inácio Alves, analista da Melver. A mais recente leitura sobre a inflação oficial do País coloca o acumulado em 12 meses a 4,87%, como em outubro acima do teto da meta oficial, de 4,50%, destaca Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

Assim, a expectativa é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a rigidez e eleve em 0,75 ponto ou mesmo 1 ponto porcentual a Selic amanhã, o que colocaria a taxa de juros de referência a 12% ou 12,25% ao ano no fechamento de 2024. "Após a deterioração das expectativas de inflação no último Boletim Focus, e um IPCA ruim, a probabilidade de alta de 1,00 ponto porcentual aumentou", diz Sung. Ele acrescenta que a depreciação do real e o mercado de trabalho aquecido - com efeitos para os preços de bens industriais e agrícolas, assim como para os de serviços - são fatores de pressão no cenário para a inflação.

No quadro mais amplo, os agentes de mercado seguem atentos aos desdobramentos em Brasília em torno da tramitação do pacote de cortes de gastos no Congresso. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou hoje que podem ser feitos ajustes menores na proposta de alteração nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para destravar a votação das medidas de ajuste fiscal, mas preservando o impacto do pacote.

"Ontem eu tive uma conversa com a bancada do PT em que ouvimos as preocupações quanto ao BPC, mas ao mesmo tempo ouvimos ali um bom consenso de que é o momento de fazer esses ajustes, de votar essas medidas. A preocupação é legítima", disse a jornalistas, após almoço com a Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Durigan disse também que a equipe econômica tem feito uma atualização, para cima, na previsão geral de impacto do pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo, hoje estimado em R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026. Ele observou que o governo deve enviar ainda este ano o projeto de lei da reforma da renda - texto elaborado pela Fazenda que, segundo afirmou, está pronto.

O secretário disse também que há uma previsão de que sejam publicados, ainda hoje, parecer e portaria com orientações para a execução das emendas parlamentares. Ontem, segundo ele, a equipe jurídica do governo passou o dia analisando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para repassar aos parlamentares e às áreas operacionais a interpretação sobre a liberação dos recursos.

"Depois da promessa, ontem, do presidente Lula a Lira e Pacheco do Senado sobre a liberação de emendas parlamentares da ordem de R$ 6 bilhões, o presidente da Câmara Arthur Lira indicou relatores para os textos do pacote, embora prazos sigam indefinidos. De qualquer forma, houve uma melhora de humor no mercado, um pouco mais de otimismo, o que contribuiu em especial para o câmbio e o fechamento da curva de juros na sessão, pela expectativa de celeridade com relação ao fiscal", diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

"Embora as negociações fiscais sigam complicadas, a sinalização de avanços pontuais com relação ao pacote pode estar reduzindo parte do pessimismo. E o andamento da sabatina dos indicados pelo governo ao Banco Central também chamou a atenção hoje. Durante a audiência, Nilton David aprovado para a diretoria de Política Monetária pelo Senado destacou a necessidade de medidas firmes para controlar a desancoragem das expectativas de inflação, algo que reforça a expectativa de uma postura mais rígida do Copom", diz Lucas Almeida, sócio da AVG Capital.

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