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Publicada em 04 de Dezembro de 2024 às 19:20

Corte de gastos está sendo feito com maior delicadeza possível, diz Lula

Lula também voltou a falar na expectativa de crescimento da economia neste ano, em torno de 3,5%

Lula também voltou a falar na expectativa de crescimento da economia neste ano, em torno de 3,5%

Ricardo Stuckert/PR/JC
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Folhapress
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (4) que as medidas do pacote de contenção de gastos, em particular as que mexem com benefícios para as camadas mais pobres da população, estão sendo feitas "com a maior delicadeza".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (4) que as medidas do pacote de contenção de gastos, em particular as que mexem com benefícios para as camadas mais pobres da população, estão sendo feitas "com a maior delicadeza".
Ele acrescentou que não quer ser conhecido por punir indevidamente as pessoas ao cortar benefícios de quem teria direito a recebê-lo.
Lula também voltou a falar na expectativa de crescimento da economia neste ano, em torno de 3,5%. E disse que os índices estão fortes, "apesar daqueles que querem trabalhar contra".
As falas aconteceram durante cerimônia no Palácio do Planalto para a transferência da gestão de hospitais federais do Rio de Janeiro para a prefeitura.
O presidente comentava que empresários relataram para ele a dificuldade de contratar trabalhadores para os seus negócios e afirmou que muitos colocam a culpa por essa situação nos benefícios sociais, que estaria fazendo com que muitas pessoas evitassem procurar emprego.
Sem citar nominalmente a medida, Lula fez referência ao chamado "pente-fino" nos benefícios sociais, que faz parte das medidas de corte de gastos, e disse que isso está sendo feito com seriedade, para evitar retirar o benefício de quem tem direito.
"O pessoal costuma jogar a culpa [pela falta de mão-de-obra] no Bolsa Família, porque tem sempre que alguém ser culpado e o culpado é o pobre. O pessoal joga a culpa no Bolsa Família, o pessoal joga a culpa no aposentado do INSS, joga a culpa no BPC, tudo coisas que estamos fazendo [medidas de contenção de gastos] com a maior delicadeza possível", afirmou o presidente.
"A gente não quer ir para as páginas dos jornais punindo alguém que não pode ser punido. A gente quer fazer o levantamento fidedigno. A gente vai fazer com que todas as pessoas façam levantamento da sua situação real. Aqueles que têm direito vão continuar recebendo, aqueles que estão recebendo de forma ilícita vão parar de receber. Esse é o preço que a gente paga por ser sério", completou.
Na semana passada, a equipe do ministro Fernando Haddad apresentou o pacote de contenção de gastos, com projeção de economia de R$ 327 bilhões até 2030.
Dentre as medidas previstas estão mudanças nas regras de reajuste do salário mínimo e um aperto nas regras de acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada), concedidos a pessoas com deficiência e idosos com mais de 65 anos de baixa renda.
Outra medida do pacote de corte de gastos do governo federal prevê a mudança no modelo de reajuste anual do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Esse fundo é abastecido pela União para custear despesas de pessoal do Distrito Federal, principalmente com as áreas de segurança pública, saúde e educação.
Sobre o assunto, Lula rebateu críticas do governador Ibaneis Rocha (MDB), argumentando que uma unidade da federação não pode receber mais que as outras
"O governador de Brasília ficou irritado porque na nova coisa que a gente quer fazer do dinheiro, a gente tirou o IPCA [na verdade, ele substituiu o aumento da receita corrente líquida pelo IPCA]. Porque não era possível ele receber mais que os outros estados. Aliás, já é o estado que recebe mais se comparado a qualquer outro", afirmou o presidente.

Lula não comentou o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre do ano, que cresceu 0,9%. Por outro lado, exaltou o crescimento anual da economia no ano passado e a perspectiva para este ano, em torno 3,5%.
"O PIB de 2023 não foi 2,9%, foi 3,2%. O PIB de 2024 não será 1,5%, como o mercado previa. Vai ser 3,5%. E a gente vai fazer um esforço muito grande para continuar fazendo as coisas acontecerem nesse país independentemente daqueles que querem trabalhar contra", afirmou.

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